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“Pisar Suavemente na Terra”: Documentário inédito produzido por docente da Unifesspa tem exibição especial no X FOSPA

  • Publicado: Sexta, 05 de Agosto de 2022, 13h36
  • Última atualização em Terça, 16 de Agosto de 2022, 10h30
  • Acessos: 1997

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No último dia 30 de julho, durante a realização do X Fórum Social Pan-Amazônico (FOSPA), ocorreu uma exibição especial do documentário “Pisar Suavemente na Terra”, roteirizado pelo prof. Dr. Bruno Malheiro, da Faculdade de Educação do Campo (Fecampo), e dirigido e produzido pelo prof. Dr. Marcos Colón, que coordena o Programa de Português no Departamento de Línguas Modernas e Linguística da Universidade Estadual da Flórida e o fundador do site Amazônia Latitude. 

Com filmagens no Peru, na Colômbia e no Brasil, incluindo as cidades de Santarém, Marabá e Tabatinga, o documentário conta as histórias de três personagens de diferentes regiões da Amazônia que enfrentam situações adversas por conta do avanço do capitalismo em seus respectivos territórios. A essas três histórias se soma a voz e o pensamento de Ailton Krenak.

O filme leva a uma viagem poética de um dia para diferentes territórios indígenas pressionados e impactados por grandes empreendimentos da mineração, de hidrelétricas, do petróleo e do agronegócio: à Terra Indígena Mãe Maria, no Pará; ao Rio Nanay em Iquitos, no Peru; à TI Munduruku, em Santarém, no Pará; ao território Krenak em Minas Gerais. Ao mesmo tempo que a realidade provoca tristeza porque a expansão capitalista provoca miséria por onde passa, as mensagens das lideranças mostram que um outro caminho é mais que possível, é necessário e urgente. 

O professor conta que o projeto nasceu de um encontro entre ele e Marcos Colón. “Ele já tinha um projeto de documentário em torno de uma das histórias que é contada no “Pisar suavemente na terra”, a história do Pepe, professor de origem Kokama, de Iquitos, na Amazônia peruana. Um lutador pelas águas do rio Nanai que está sendo contaminado pelo petróleo e pela mineração ilegal no Peru. Do nosso encontro, a gente decide fazer um documentário interligando três histórias de resistência na PanAmazônia. Fico, então, juntamente ao Marcos, na condução do roteiro e da pesquisa que substanciou as gravações e a construção do documentário”.

Outro personagem que entra na história é Ailton Krenak, o escritor e líder indígena. “Para não fazer um documentário tradicional, com um narrador, a gente decide conversar com Ailton para que seu pensamento ancestral pudesse conectar as histórias que contamos. Então, a voz de Ailton Krenak vai costurando as histórias e amanhecendo as vozes tão potentes e resistentes que compõem o filme: da Cacica Kátia Akrantikatêjê, do Cacique Manuel Munduruku e de José Manuyama, o nosso querido Pepe”, afirma o professor.

A produção ainda não foi lançada oficialmente e talvez ainda demore para chegar ao público em geral. Isso porque os idealizadores planejam inscrever o documentário em festivais de cinema. “Agora ele vai entrar, antes da exibição dele para o grande público, no circuito dos festivais. O documentário já está inscrito em vários festivais nos Estados Unidos e Europa. Após essa participação nesses circuitos, virá o lançamento oficial. Isso ocorre porque para inserir nos festivais a produção tem que ser inédita. Logo, ele provavelmente vai ser liberado para o público geral no ano que vem”, explica.

A exibição especial que ocorreu no X FOSPA trouxe expectativas boas para os criadores do documentário. Isso porque, segundo Bruno, a recepção das pessoas que puderam prestigiar a exibição foi acima do esperado. “A plateia ficou muito sensível e eufórica após o final do documentário. Quando vi o auditório lotado se levantando para aplaudir e a persistência dos aplausos, senti uma emoção enorme, pois foram muitos percalços nesses mais de dois anos de construção desse filme. Mas é isso, ‘Pisar Suavemente na Terra’ é um filme que busca reamanhecer vozes, despertar sensibilidades, apontar novos rumos. Quem assistir vai perceber a narrativa estética do filme, ela tenta dar visibilidade às vozes indígenas que foram anoitecidas por esse capitalismo de guerra e de morte. É uma viagem estética às entranhas da Amazônia e aos horizontes de sentidos que os povos amazônicos oferecem ao planeta, é a nossa forma de dizer que o centro do mundo está aqui pertinho de nós”, conta.

 

*Com informações e foto da Agência Envolverde 

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