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Parfor-Equidade: Aula inaugural na Aldeia Djudjê-kô, em Parauapebas, marca o início do curso de Licenciatura Intercultural Indígena na Terra Indígena Xikrin

  • Publicado: Sexta, 20 de Dezembro de 2024, 21h32
  • Última atualização em Sexta, 20 de Dezembro de 2024, 21h08
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aula inagural xicrinNo último dia 25 de outubro, a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) realizou a cerimônia de inauguração do curso de Licenciatura Intercultural Indígena: Habilitação em Linguagens – Ensino de Línguas em Contextos Bi/Multilíngues na Aldeia Djudjê-kô, localizada na Terra Indígena Xikrin, em Parauapebas. O evento contou com a presença de diversas autoridades acadêmicas e indígenas.

O curso, vinculado ao Instituto de Linguística, Letras e Artes (ILLA) da Unifess´pa, tem como objetivo a formação de professores para o Ensino Fundamental e Médio, com foco na área de Linguagem. A iniciativa é fruto do Programa Nacional de Fomento à Equidade na Formação de Professores da Educação Básica (Parfor Equidade), criado pelo Edital 23/2023 da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A ação conta com a parceria do Fundo Especial de Promoção da Política Indígena (FEPPI) e da Prefeitura de Parauapebas.

Participaram da aula inaugural, a vice-reitora da Unifesspa, profa. Dra. Lucélia Cavalcante; a coordenadora do Parfor Equidade, profa. Dra. Luiza Mastop; a coordenadora do Curso de Licenciatura Intercultural Indígena, profa. Dra. Rosimar Oliveira; o vice-coordenador do curso, prof. Dr. Lucivaldo Costa; o coordenador do Departamento de Educação Escolar Indígena, Kayoré Xikrin; o representante da Coordenadoria Municipal de Promoção dos Direitos Indígenas-COMPDI, Ngàyre Xikrin; o presidente do Instituto Botiê Xikin, Atoro Xikrin; o cacique geral do povo Xikrin do Cateté, Karangré Xikrin; o vice-cacique, Bep Tum Xikrin; o cacique da Aldeia Djudjê-kô, Bep Krokrokti; o cacique da Aldeia Djudjê-kô, Kamrek Xikrin, além de outros caciques.

aula inagural xicrin2O evento foi aberto com os rituais tradicionais Menire Biok e Memy Toro, fundamentais para a cultura Xikrin, seguidos por discursos de líderes locais e acadêmicos. O cacique Bep Krokrokti ressaltou a importância do curso para o povo Xikrin, enfatizando a necessidade de perseverança dos discentes até a formatura, apesar das dificuldades. Outras lideranças indígenas expressaram gratidão à Unifesspa pela oferta do curso e parabenizaram aos discentes pela coragem de se submeterem à seleção, pela aprovação que tiveram e por estarem realizando o curso.

Na mesa de abertura, a coordenadora do curso, professora Rosimar, falou da constituição do sujeito na relação com a língua, a sociedade e a história. “O curso será desenvolvido levando em consideração a interação entre as línguas mebengokré e portuguesa, no contexto histórico e social em que essas línguas estão inseridas, com ênfase no espaço de enunciação da língua mebengokré como primeira língua”, explicou. A professora também mencionou os esforços conjuntos da gestão da Unifesspa e do povo Xikrin da Aldeia Djudjê-kô, por meio de sua Associação, para viabilizar a realização do curso. Por fim, ressaltou a importância do compromisso dos discentes, que, cientes da relevância desse curso para a comunidade, devem manter seu empenho até a conclusão.

Na ocasião, o vice-coordenador, professor Lucivaldo, enfatizou a importância deste curso, com habilitação em linguagens, para os povos indígenas. Ele destacou que, ao conviver com o kuben, é essencial que os indígenas preservem suas línguas e também adquiram o conhecimento da língua portuguesa, para não ficarem subjugados pelos não indígenas. O professor também reconheceu que dificuldades surgirão ao longo do processo, mas incentivou os discentes a serem persistentes, pois sua formação será crucial para a continuidade e fortalecimento de seu povo. “Agradecemos a todos os colaboradores e professores que têm contribuído para a manutenção desse curso”, disse.

aula inagural xicrin3Já a coordenadora do Parfor Equidade, profa. Luiza, disse que a Unifesspa está muito feliz por ofertar este curso intercultural e mencionou a importância da troca entre as culturas e entre as ciências na realização deste curso, pois é necessário ensinar e aprender, trocar conhecimentos e estar unidos para vencer as dificuldades.

Para encerrar as falas da mesa, a vice-reitora proferiu um discurso parabenizando e ressaltando a grande responsabilidade que os calouros assumem em relação aos demais membros de sua aldeia pois ao se formar professores serão responsáveis pela formação dos demais. Lucélia também destacou que o curso está sendo oferecido nesta aldeia graças à abertura do povo Xikrin, que permitiu a entrada da universidade em seu território. Ela expressou o desejo de formar todos os 32 discentes que iniciaram o curso e afirmou que a Reitoria da Unifesspa tem o objetivo de lançar um concurso específico para professores indígenas, reforçando o compromisso da universidade com os povos indígenas.

Após encerrar as falas desfez-se a mesa e foi convidado o palestrante Bekroiti Xikrin, Licenciado em Educação do Campo, com ênfase em Linguagem, pela Unifesspa, para realizar a palestra intitulada “A importância do Ensino Superior na formação dos povos indígenas”. O palestrante falou da importância do curso superior para todos os povos indígenas e deste curso, cuja especificidade é em Linguagem, para o seu povo, que valoriza a sua língua e quer mantê-la, compreendendo-a melhor e ensinando-a nas escolas, repassando-a, com maior conhecimento, aos seus descendentes.

Encerrada a palestra, os discentes receberam, cada um, um kit de calouro da Unifesspa composto por uma squeeze, uma camiseta, além de 2 livros do Parfor.  Os materiais foram entregues pelas autoridades da Unifesspa e as lideranças do povo Xikrin. Na sequência houve uma comemoração com músicas, danças e um jantar para encerramento das atividades.

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