Seminário apresenta resultados de projetos da Unifesspa e ICMBio na reserva Tapirapé

A abertura oficial da programação do II Seminário de Educação e Pesquisa pela Conservação da Biodiversidade e do Desenvolvimento Socioambiental: Reserva Biológica do Tapirapé, o II SECBIO, foi marcada por momentos de emoção com homenagens, falas de agradecimento e reconhecimento externados por professores, coordenadores e representantes das comunidades envolvidas nos projetos realizados pela Unifesspa em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, na Reserva Biológica de Tapirapé.

O chefe da Rebio Tapirapé, Raimundo Façanha Guedes, foi homenageado com um vídeo, placa e depoimentos pelos seus 24 anos de atuação na reserva, e uma vida de dedicação à proteção da natureza. 

O II SECBIO marca o encerramento das atividades do “Programa de Educação, Agricultura Familiar e Conservação da Biodiversidade”, implementado entre 2015 e 2017, tendo como público alvo os professores e residentes no entorno da Reserva Biológica do Tapirapé. A Reserva Biológica do Tapirapé é uma unidade de conservação federal localizada no sudeste do Pará, com aproximadamente 103 mil hectares de Floresta Amazônica bem conservada e rica em biodiversidade.

Ao longo da programação do Seminário estão sendo apresentados os resultados do Programa, que fomentou, nos últimos três anos, diversas atividades educativas nas escolas dos Projetos de Assentamento Volta do Tapirapé, Volta Grande, Serra Azul, Bandeirantes, Cupu e Maravilha. O projeto da Unifesspa, em parceria com o CMBio, também promoveu eventos, a exemplo dos seminários, fomentando debates críticos sobre a realidade do campo e a relação direta da comunidade do entorno com a Reserva Biológica.

Conferência de abertura

A conferência de abertura, com o tema “Desafios da Educação do Campo, das águas e da floresta como princípio para a conservação da Biodiversidade: o campo como território ambiental, produtivo e cultural”, foi realizada pelo professor doutor da UFPA, Salomão Hage. 

Renomado pesquisador sobre educação do campo na Amazônia, ele falou sobre a necessidade, cada vez mais urgente, de refletir a Amazônia para além a sua riqueza em biodiversidade. “É importante também considerar a sociodiversidade na Amazônia. Não só pensar a sua riqueza biológica existente, é preciso se dar conta que isso é tão poderoso quanto a diversidade de povos e saberes produzidos na Região”, afirmou.

Segundo ele, é necessário refletir sobre os saberes e culturas dos povos ribeirinhos, assentados, extrativistas, quilombolas, indígenas, entre outros. “Não dá para investigar esses povos sem levar em consideração toda história de luta e organização desenvolvidas para assegurar seus territórios”, acrescentou.

Programação

A programação do II SECBIO segue nos próximos dois dias, com palestras, mesas redondas, minicursos e atividades culturais, abordando diversos temas que envolvem a conservação da biodiversidade na região, os diferentes usos de recursos em unidades de conservação, além da socialização de práticas de educação e pesquisa, especialmente na Reserva Biológica do Tapirapé e seu entorno. Nas áreas do estacionamento da Unidade I do Campus de Marabá e na Tenda do NEam são realizadas atividades paralelas com prática de pesquisa, ensino e extensão. Haverá, ainda, exposição de produtos para venda dos agricultores de assentamentos do entorno da reserva biológica do Tapirapé.

Confira a programação completa do II SECBIO!

“Esse evento marca a finalização de um projeto de extensão que contou com a participação e engajamento dos nossos professores, alunos, dos professores dos PAs e da comunidade do entorno que nos abraçou e acolheu esse projeto. Neste tempo de crise em que as reservas estão sendo ameaçadas pela exploração, nós continuamos apostando na educação como o caminho para a transformação. Acreditamos num tempo de mudança”, concluiu Alessandra de Rezende, coordenadora do Programa de Agricultura Familiar.

Também compuseram a mesa de abertura do evento, a pró-reitora de Pós-Graduação, Pesquisa e Inovação Tecnológica, Fernanda Carla Lima Ferreira, representando o reitor da Unifesspa; o professor Fabio Reis,  representando o pró-reitor de Extensão e Assuntos Estudantis; o chefe da Reserva Biológica do Tapirapé, Raimundo Façanha Guedes, a professora Maria Antônia de Araújo, representando a Secretaria Municipal de Educação e a vice-presidente da Associação dos Pequenos Produtores Rurais do PA Serra Azul e Membro do Conselho Gestor da Reserva Biológica do Tapirapé, pelo PA Serra Azul, Erivan Veras de Souza.

Rebio Tapirapé

Decretada em 1989, a Rebio tapirapé era administrada pelo Ibama, em 2007, passa a ser administrada pelo Instituto Chico mendes de conservação da Biodiversidade, ICMBio. Autarquia criada e ligada ao ministério do meio ambiente para a gestão das reservas ambientais federais. A reserva biológica está na categoria de proteção integral, o que significa que em seu interior são realizados apenas ações de pesquisa cientifica, monitoramento da Biodiversidade e Educação Ambiental. Atualmente, seis PA’s estão ligados diretamente à Unidade, que desenvolve atividades que beneficiam as comunidades do entorno, voltadas à educação ambiental e agricultura familiar.