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Orgulho: Primeiros estudantes quilombolas da Unifesspa defendem TCC

  • Publicado: Segunda, 23 de Dezembro de 2019, 09h28
  • Última atualização em Quinta, 26 de Dezembro de 2019, 09h34
  • Acessos: 2860

defesa giseleA Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) chega ao fim de 2019 celebrando importantes conquistas. Entre elas, as cinco primeiras defesas de Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) de estudantes quilombolas. 

Na última terça-feira (18), a acadêmica do curso de Saúde Coletiva, Gisele Lima, defendeu o trabalho “Perfil epidemiológico da comunidade quilombola de Vila Jutai”, localizada no município de Breu Branco, onde vivem mais de 800 moradores.

O trabalho levantou condições sanitárias e sociais da comunidade, além de identificar as doenças mais recorrentes. “Estudos como esses são determinantes imprescindíveis na formulação de políticas públicas de ações voltadas para a comunidade. É um retorno que estou dando para o local de onde vim”, explica Gisele.

A estudante, que recebeu o auxílio permanência durante toda a graduação, falou da importância de ações afirmativas para os estudantes. “Ninguém poderia imaginar que da Vila Jutaí poderia sair tantos profissionais formados. Isso mostra o quanto as ações afirmativas têm surtido efeito, pois sem elas a gente dificilmente conseguiria ingressar e se manter numa universidade”.

Para a professora Aline Coutinho Cavalcanti, orientadora de Gisele, o trabalho é um grande avanço. “Um dos grandes objetivos do curso de graduação em Saúde Coletiva é buscar a garantia dos diretos da saúde à sociedade. É bem expressivo o resultado desse trabalho e a possibilidade da interação da academia com a comunidade, como valorização e fortalecimento das comunidades quilombolas”, disse.

defesa rondonNo final do mês passado, outra estudante de origem quilombola também defendeu TCC. Danielma Machado, do curso de Administração, do campus Rondon do Pará, desenvolveu pesquisa sobre o empreendedorismo rural na comunidade quilombola de Igarapé-Preto. “Me senti no dever de falar sobre a realidade da minha comunidade, para entender melhor sobre as dificuldades que as pessoas enfrentam aqui”.

Para Danielma, concluir o curso foi conquista muito importante e a realização de um sonho. “Quando abriu o processo seletivo fiquei muito feliz, pois vi uma oportunidade não são só pra mim, mas para outras pessoas da comunidade. Isso é muito importante para o desenvolvimento e pelas lutas de nosso povo por esse direito”, afirma.

Ingresso

Atualmente, a Unifesspa tem 100 alunos quilombolas, oriundos de diferentes estados da federação, mas a maioria pertence a comunidades quilombolas paraenses. Segundo Augusto Severo, coordenador de Integração Estudantil da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Estudantis (Proex), desde de 2016 o número de quilombolas que ingressam na Unifesspa vem aumentando.

“Hoje são reservadas, adicionalmente, duas vagas para pessoas pertencentes a povos quilombolas e duas para indígenas, em cada curso de graduação ofertado na Unifesspa, conforme resoluções internas”.

Ainda segundo Augusto, o Processo Seletivo Indígena e Quilombola (PSIQ) é uma importante ação afirmativa, “pois permite que esses povos tenham acesso ao nível superior de forma diferenciada, tendo respeitados e considerados suas condições socioculturais, religiosas, políticas e epistemológicas, que são uma riqueza por si só”.

Ações afirmativas

A Unifesspa possui diversas ações afirmativas para o ingresso e permanência dos povos indígenas e quilombolas na universidade. Entre elas, o Programa de Bolsa Permanência (PBP), que visa minimizar as desigualdades sociais, étnico-raciais e contribuir para permanência e diplomação dos estudantes de graduação em situação de vulnerabilidade socioeconômica das instituições federais de ensino superior.

O programa disponibiliza auxilio de bolsas no valor de R$ 900 para os discentes quilombolas e indígenas, por esses povos possuírem suas peculiaridades, históricas territoriais, socioculturais, politicas, linguísticas e religiosidades diferenciadas.

A Coordenadoria de Integração Estudantil da Proex gerencia o PBP e disponibiliza, por meio do Programa Acolhimento Estudantil, apoio aos discentes quilombolas e indígenas quanto ao funcionamento do PBP, além de prestar orientações psicopedagógicas.

Com a realização de cursos, projetos de ensino e espaços de integração estudantil, o Programa de Apoio ao Indígena (Paind) e o Programa de Apoio ao Quilombola (Paeq) potencializam a permanência desses discentes na universidade. Essas ações são gerenciadas pela Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (Proeg), desde 2018.

Além disso, em 2018 foi criado o Núcleo de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade (Nuade), para atuar com as demandas das Ações Afirmativas, diversidade e defesa dos direitos humanos no âmbito da Unifesspa e na articulação com os movimentos sociais da região.

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