Relatos de trajetórias de inclusão marcam evento de celebração dos oito anos do Naia
No último dia 2 de maio, o Núcleo de Acessibilidade e Inclusão Acadêmica (Naia) da Unifesspa comemorou seus 8 anos de criação. Mais que celebrar o marco desta data, o momento trouxe reflexões acerca das vivências dos discentes com deficiência no ensino superior e a importância dos núcleos de acessibilidade na garantia do direito à educação.
Estas temáticas estiveram presentes na programação que trouxe como tema “Trajetórias de construção de políticas inclusivas na Unifesspa”. Realizado no auditório da Unidade I, em Marabá, o evento contou com a participação de docentes, técnicos e discentes, incluindo estudantes com deficiência e ex-bolsistas do Naia.
Integraram a mesa de abertura, a pró-reitora de Extensão e Assuntos Estudantis, Prof. Dra. Lúcia Cristina Cavalcante, a vice-reitora Profa. Dra. Lucélia Cavalcante e o Reitor Professor Dr. Francisco Ribeiro.
Em seu pronunciamento, Ribeiro ressaltou a importância do núcleo na promoção de uma universidade mais inclusiva e na garantia das condições de acessibilidade para os 169 discentes com deficiência da Unifesspa. Destacou, ainda, o elevado número de materiais acessibilizados produzidos pelo núcleo em 2021, totalizando 773 materiais incluindo audiodescrições, materiais em Libras, braille e em fonte ampliada, apesar do quadro de pessoal reduzido.
Para a coordenadora do Naia, Lúcia Santos, o Naia vem contribuindo para que a Unifesspa materialize as políticas de ações afirmativas presentes em seu PDI. Ela destacou, também, a colaboração da Proeg e Proex, desde a sua criação, para desenvolver ações de inclusão e acessibilidade na Unifesspa. Por fim, ela agradeceu à professora Lucélia por ter idealizado a criação Núcleo, o desenvolvimento de políticas de ações afirmativas na Unifespa, e ainda, por estar sempre na luta por uma educação inclusiva continuamente na universidade.
A discente Kátia Cunha, usuária de cadeira de rodas e estudante do curso de pedagogia, relatou os desafios enfrentados para concluir o curso de graduação devido às barreiras de acessibilidade físicas e as atitudinais, por parte de professores e colegas de turma. A discente Maria José Araújo, pessoa com deficiência visual, também graduanda de pedagogia, ressaltou a importância do núcleo em seu processo de aceitação enquanto pessoa com deficiência.
Katiane Silva, estudante com baixa visão, compartilhou com os participantes que durante a educação básica não aceitava atendimento por parte das salas de Atendimento Educacional Especializado, entretanto, na Universidade, graças à atuação do Naia passou a receber atendimento, tornando-se posteriormente uma das bolsistas do núcleo e auxiliando na acessibilização de seus materiais e de outros estudantes.
Os bolsistas e ex-bolsistas do núcleo também relataram suas trajetórias em uma roda de conversa, na qual enfatizaram o impacto das experiências vivenciadas a partir da bolsa no Naia em suas vidas acadêmicas, e no âmbito pessoal e profissional, tornando-se mais atentos aos direitos e condições de acessibilidade que devem ser assegurados a todos.
No relato dos ex-bolsistas, é nítida a mudança de comportamento em relação às pessoas com deficiência, a partir da convivência com estas pessoas. O Naia se orgulha por contribuir para a concretização dos sonhos de estudantes com deficiência que auxilia, assim como, por promover o convívio entre os alunos.
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