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Egressa da Unifesspa integra projeto que visa aprimorar a leitura e escrita de alunos do ensino básico por meio da memória

  • Publicado: Quarta, 01 de Fevereiro de 2023, 17h04
  • Última atualização em Quinta, 02 de Fevereiro de 2023, 16h28
  • Acessos: 1072

EFA 2Aprimorar as habilidades em leitura e escrita, fortalecer a identidade cultural e o sentimento de pertencimento do local onde se vive. Estes são alguns dos objetivos centrais do projeto “Escrita, Memória e Lugar: Produção de Memórias Literárias e Cartografias Sociais”, desenvolvido da Escola Família Agrícola de Marabá (EFA) Professor “Jean Hébette”.

O projeto foi idealizado pelas professoras Laís de Nazaré Santos (Língua Portuguesa) e Kamilla Oliveira Lopes (Geografia), posto em prática com as turmas de 6º e 7º ano durante todo o ano de 2022, com cerca de 40 alunos. Trata-se de uma ação interdisciplinar que une a Língua Portuguesa e a Geografia, em que os estudantes realizam entrevistas nas comunidades onde moram sobre o surgimento daquele lugar, costumes antigos e o cotidiano.

A partir daí, eles retextualizam, transformando as entrevistas em “memórias literárias”, que são textos narrativos em que eles trazem partes dessa entrevista, como se eles próprios estivessem na pele daquele que narrou a história. Em posse desses novos textos, produzimos a cartografia de cada um, um mapa que representa toda a história daquele lugar contado pelas crianças.

A ideia do projeto veio da pesquisa de doutorado da professora Laís, que estuda “Toponímia Paraense”, cujo foco é o contexto de formação e a origem do nome de um lugar. “Enquanto conversávamos nos corredores, ela sempre falou que achava muito interessante como a Geografia trabalha com mapas e eu citei que a Cartografia Social”, onde os próprios sujeitos de um lugar passam a construir seus próprios mapas da realidade, caberia no nosso contexto de Educação do Campo, então unimos o útil ao agradável’, explica a professora Kamilla, egressa do curso de geografia da Unifesspa.

EFA 3De acordo com as professoras, grande parte dos alunos realizaram todas as etapas do projeto: as entrevistas, as memórias literárias, as poesias sobre os lugares e os mapas. “Como resultado do sucesso do nosso projeto, estamos organizando e editando um livro digital com os trabalhos finalizados dos nossos pequenos autores. Queremos que eles possam ver a importância daquilo que alcançaram”, disseram.

Desafios do ensino-aprendizagem no pós-pandemia

As professoras revelam que o período pandêmico trouxe uma alta taxa de alunos com defasagem de aprendizado, principalmente de leitura, escrita, compreensão e interpretação, que é o básico para qualquer aluno do Ensino Fundamental II. Esses problemas eram mais visíveis nas turmas de 6º e 7º ano, onde foi dado o pontapé no projeto.

"Nosso projeto não inventa a roda, mas torna o aluno protagonista dele, desde o momento que realiza a entrevista, produz a memória literária e finaliza criando o próprio mapa daquela realidade. E o projeto nos rendeu bons frutos depois de um período tão caótico fora da sala de aula e o espanto com os resultados disso”, afirma a professora Laís.

Para elas, o que fez com o projeto obtivesse tanto sucesso entre os alunos foi poder trabalhar a leitura e a escrita com as informações dos lugares de origem deles, com conhecimentos que são significativos para eles, o que fez com que ficassem mais motivados a realizarem as atividades e conseguirem essa melhora significativa.

“Tivemos alunos que escreviam sobre as realidades do campo, como a formação da Vila Ponta de Pedra pelos conflitos por terra, assim como os alunos que relatavam as violências do Residencial Tiradentes, os desastres trazidos pela barragem de Tucuruí, entre outras histórias”.

Os avanços alcançados já são perceptíveis.  “Começamos o ano com alunos que mal escreviam o próprio nome e findamos 2022 com alunos escrevendo em prosa e poesia; saímos de alunos que não a sabiam a função de uma legenda, para alunos que criavam as suas próprias, criando símbolos para histórias que permeavam as ruas da sua vila ou bairro”, comemoram as educadoras.

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Fotos: Reprodução/Grupo Correio.

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