Cultura do reconhecimento fez parte do debate do II Seminário de Educação e Diversidades Amazônicas

A temática em torno da diversidade por meio da cultura do conhecimento foi debatida coletivamente nos últimos dias na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) durante o II Seminário Educação e Diversidades Amazônicas. O evento promovido pelo Núcleo de Ações Afirmativas, Diversidades e Equidade (Nuade) e a Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (Proeg) aconteceu entre 27 e 28 de novembro, no auditório da Unidade I, em Marabá.

A mesa de abertura do evento foi composta pelos seguintes membros: pró-reitor de ensino, Denilson Costa, que na ocasião também representou a reitoria; a Coordenadora do Nuade, Karla Leandro Rascke; a diretora de ensino, Leila Aparecida de Souza; o professor Antônio Carlos Nascimento; a técnica Marianne Santos Faulstich; e a discente de ciências sociais, Maria Bahia Machado.

Durante o evento, a diretora de ensino destacou a motivação para a criação do programa para a diversidade. “O programa veio da necessidade de instrumentalizar os docentes, para a elaboração de projetos pedagógicos de curso, pois precisamos ir além do conteúdo da lei para trabalhar com e sobre esse tema na universidade. Então a partir daí nasceu a construção do programa, em maio de 2022, em parceria com o Ministério Público Federal do Pará [MPF/PA]”, lembrou

Leila informou também que o programa foi pensado para atender atividades voltadas à comunidade como um todo. “Ao longo desse tempo de existência do projeto realizamos 16 rodas de conversa. três rodas com os setores da administração superior e uma roda com os coletivos estudantis. Além disso, foram 14 minicursos e três seminários”, detalhou.

A iniciativa tem como objetivo fomentar a construção de uma cultura de reconhecimento, respeito e valorização da diversidade, respeito aos direitos humanos e a todas as formas de vivências culturais, conforme objetiva o Programa Educação para a Diversidade, ao qual o seminário é vinculado.

Dentro desta perspectiva, o professor Antônio Carlos Nascimento, destacou a importância desta temática ser pautada em ações na universidade e comemorou a iniciativa do seminário. “Fico feliz de ver esse tipo de debate nesta instituição, de ver discentes de diversas formações contribuindo para o debate sobre a diversidade”, declarou.

Outro ponto de grande pertinência apresentado durante o evento foi o perfil da diversidade na Unifesspa, que apresenta em números o perfil dos alunos. De acordo com os dados apresentados por Karla Rascke, 79% dos alunos se autodeclararam negros e negras; 3% de declararam indígenas; 56% biologicamente feminina; 5% se declararam não binários e 53% possui renda familiar de R$2200,00 reais. “Estes dados vão ser trabalhados para pensarmos em formas de desenvolver ações políticas para os alunos de acordo com as necessidades para o desenvolvimento de políticas públicas para a educação e diversidade”, frisou.

Mesa-redonda

Ainda durante o seminário, ocorreu a mesa-redonda que trouxe a temática “Currículo, Educação Superior e Universidade na Diversidade” que entre os presentes no debate esteve o professor Álvaro Pires, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Na ocasião o pesquisador trouxe provocações sobre a diversidade com o intuito de que seja repensado a maneira como a universidade contribui com o desenvolvimento crítico e diverso dos discentes que serão futuros profissionais que trabalharão a frente de diversas atividades neste país. “As interlocuções que ocorrem atualmente tem mudando o foco das demandas do ensino e aprendizagem. Foi ampliado o foco da produtividade, nossa finalidade de intercambio do conhecimento existe voltado para os discentes. As discursões e posicionamentos pedagógicos tem reforçado que não podemos fazer política pública sem orçamento, sem investimento”, explicou.

Durante os dois dias de evento houve debates com o intuito de contribuir para a elaboração e atualização dos Projetos Pedagógicos dos cursos de graduação, de resoluções e normativas institucionais, quanto à abordagem da diversidade dos povos do campo, étnico-racial, de gênero e sexualidade, conforme perspectivas enfatizadas nas demais ações desenvolvidas pelo programa Educação para a Diversidade.

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