Escola Quilombo: Aula inaugural dá início ao Curso de Formação Continuada em comunidades quilombolas de Baião e Baião e Breu Branco

Nos dias 12, 13 e 16 de dezembro, o Núcleo de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade (Nuade) da Unifesspa realizou a aula inaugural do Curso de Formação Continuada “Educação Escolar Quilombola – Resistências, Antirracismo e Ancestralidade”. As aulas aconteceram nas escolas Francisca Nogueira Ramos e Umarizal, em Baião (PA), e na Escola Vila Nova Jutaí, em Breu Branco (PA), com o objetivo de capacitar professores que atuam em comunidades quilombolas da região.

O curso, denominado Escola Quilombo, tem como proposta contribuir para a implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica. Seus princípios são fundamentados na memória coletiva, nos marcos civilizatórios, nas práticas culturais, nas tecnologias e formas de produção do trabalho, nos acervos orais, no patrimônio cultural das comunidades e na territorialidade. Essa iniciativa é fruto da parceria entre o Nuade e a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi-MEC).

Organizado pela Unifesspa, por meio do Nuade, e financiado pela Secadi, o curso terá carga horária total de 180 horas, com metodologia baseada na Pedagogia da Alternância. As atividades serão distribuídas entre dois momentos formativos: o “Tempo Universidade” (TU), voltado para aulas e reflexões teóricas, e o “Tempo Quilombo” (TQ), em que a prática pedagógica estará imersa nos territórios escolares quilombolas. Essa abordagem busca integrar a academia à realidade das comunidades.

A aula inaugural de forma presencial nas comunidades quilombolas tornou-se momento valioso de reflexão, coletividade e aprendizado. Na ocasião, participaram a equipe do Nuade e o pró-reitor de Ensino de Graduação (Proeg), prof. Denilson Costa, representando a Reitoria da Unifesspa. Em Baião e em Breu Branco, as aulas inaugurais foram proferidas pelo Professor Antonio Nascimento de Oliveira, coordenador em exercício do Nuade, e professor formador do curso.

A coordenadora do curso, professora Karla Rascke, o vice-coordenador, professor Nascimento Passos, e a supervisora pedagógica, Leila Souza, celebraram o início do projeto junto aos professores da Educação Básica. Já Eduardo Araújo, coordenador de Educação Escolar Quilombola da Secadi, ressaltou que o Escola Quilombo faz parte do Eixo 3 da Política Nacional de Formação Continuada, que abrange a capacitação de gestores e professores para as relações étnico-raciais e a Educação Escolar Quilombola em todo o Brasil.

Para o gestor, a iniciativa reforça a relevância da região nos diálogos sobre a Política Nacional de Equidade, Educação para as Relações Étnico-Raciais e Educação Escolar Quilombola (PNEERQ), posicionando-a como uma referência não apenas para a Amazônia Oriental, mas para todo o país. “A atuação estratégica das instituições federais na região, as articulações com os movimentos quilombolas e a colaboração com os municípios e o estado são fundamentais para o sucesso dessa iniciativa”, afirma.