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Alunos debatem cenários e perspectivas da Educação do Campo

Publicado: Terça, 31 de Janeiro de 2017, 17h11 | Última atualização em Quarta, 01 de Fevereiro de 2017, 00h17

WhatsApp Image 2017 01 31 at 17.42.14O Centro Acadêmico dos Estudantes da Educação do Campo da Faculdade de Educação do Campo da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) realizou na última quarta-feira, dia 25, o II Encontro dos Estudantes da Educação do Campo. 

O evento, que reuniu mais de cem pessoas – dentre elas, professores, técnicos e universitários - no auditório da Unidade I, do Campus de Marabá, , destacou os debates sobre as dificuldades e possibilidades que o "tempo comunidade" oferece, além de socializar algumas experiências acerca dos trabalhos realizados, promovendo espaços de organização estudantil dentro e fora da universidade.

O tema principal do encontro "Auto-organização estudantil: Desafios e Perspectivas do Tempo Comunidade" refletiu as discussões políticas que envolvem o ensino superior no Brasil, dentre elas, a implementação de medidas aprovadas na Emenda Constitucional nº 55, que ferem os direitos conquistados ao longo de décadas por trabalhadores e movimentos sociais populares da cidade e do campo. 

Após a apresentação inicial feita pelo discente Allan, do curso de Licenciatura Plena em Educação do Campo (LPEC), da turma de 2015, o reitor e a vice-reitora, professores Maurílio de Abreu Monteiro e Idelma Santiago, respectivamente, falaram da importância de os jovens serem protagonistas nas experiências socioeducativas no campo e da percepção da falta de espaços de sociabilidade no campo para a juventude.

Os dirigentes da Unifesspa explicaram uma preocupação que se espalha mundo a fora da negação do projeto humanista, em que existe uma sociedade de relações cada vez mais inócuas, aonde o diálogo só pode ser reduzido às constatações mais breves sobe algum acontecimento particular; nada mais poderá ser pensado, questionado e nem mesmo aprofundado. Isso vai na contramão da contribuição que a Unifesspa quer dar à sociedade. Nesse cenário político, os movimentos populares são condenados por ser “o outro”, por ser "diferente", por ser diverso e fugir dos padrões sociais e do senso comum. 

Na primeira palestra do dia, “Análise de Conjuntura: Lutas e Desafios da Educação do Campo” o pró-reitor de Extensão e Assuntos Estudantis e professor Haroldo Sousa, definiu o debate sobre o cenário político atual que se expressa por acontecimentos do ponto de vista histórico e por processos sociopolíticos que se materializaram no processo de impeachment, que por sua vez foi refletido nas eleições municipais em todo o país, onde os partidos de esquerda foram derrotados.

Haroldo refletiu sobre a atual composição política do Congresso Nacional e do Governo Federal e de como, essa mudança, afeta as questões agrárias nos estados brasileiros que têm conflitos de terras pendentes e de como a política pública direcionada a Educação do Campo pode contribuir para mudar a realidade.
Os questionamentos de Haroldo Sousa foram direcionados a plateia para provocar o debate. As pessoas presentes fizeram suas ponderações sobre a necessária organização estudantil e a necessidade de as pessoas, organizadas, possam estar prontas para atuar e protagonizar a luta para que nenhum direito seja expropriação ou roubado na "cara dura" por quem na teoria e na prática têm a obrigação de atender os interesses dos trabalhadores.

Para os estudantes, os representantes eleitos apenas atendem aos interesses de grandes empresas nacionais e empreendedores ou multinacionais que têm seu modelo de desenvolvimento baseado na exploração dos recursos naturais de diversos territórios, sem levar em conta a existência de uma diversidade de povos que vivem e dependem diretamente da floresta e da terra. Nessa exploração, os representantes eleitos utilizam o discurso do "progresso" e do “crescimento econômico”, negando aos povos locais a inserção nos benefícios.

Os estudantes Mônica Vasconcelos e Ronivon Ribeiro fizeram uma exposição sobre “Os desafios e perspectivas do Tempo Comunidade”. Na apresentação deles os desafios enfrentados pelos discentes do curso para desenvolver as atividades curriculares do tempo comunidade e as perspectivas tanto do curso, quanto dos estudantes e da comunidade com a execução destes trabalhos estiveram na perspectiva dos debates.

Assembleia dos discentes

No turno da tarde aconteceu a Socialização do Encontro Nacional dos Estudantes da Educação do campo com os estudantes Jéssica Campelo e Joelson de Sousa.
As 15h aconteceu as Rodas de Conversa sobre os temas “Auto-organização estudantil: estratégias e permanência na universidade”; “Participação dos estudantes na universidade” e “ A importância do tempo-comunidade”. Após o termino das discussões realizadas nas rodas de conversas, foram socializadas as estratégias e propostas discutidas e debatidas diante das temáticas propostas. O último ato foi a Assembleia Estudantil dos discentes da Educação do Campo.

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Ascom com informações de aguaxingu.blogspot.com.br

Fotos: Mileny Alves Bezerra 

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