III Congresso Paraense de Educação Especial supera expectativas da organização
O Núcleo de Acessibilidade e Inclusão Acadêmica da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (NAIA/Unifesspa) avaliou o III Congresso Paraense de Educação Especial como positivo e que superou as expectativas previstas pelos organizadores, com a paticipação de pessoas de diversos municípios do Pará, do Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Maranhão e Tocantins.
O evento propiciou um espaço formativo de diálogos entre os pesquisadores, pessoas que trabalham na educação básica e pessoas com deficiência. "Tivemos aqui grandes mestres da área de educação especial e tecnologia assistiva, cumprindo nosso objetivo enquanto política extensionista da Universidade. A gente sai daqui com muitos debates, muitas sistematizações sobre como está a realidade da inclusão da pessoa com deficiência no Pará e outros estados e com proposições a políticas públicas", avaliou a professora doutora Lucélia Cavalcante Rabelo, coordenadora do NAIA.
O NAIA realizou o evento com o apoio do Grupo de Pesquisa em Educação Especial: Contextos de Formação, Políticas e Práticas de Educação Inclusiva e Acessibilidade/Unifesspa e a colaboração de uma equipe com cerca de 150 profissionais da área de Educação Especial, bolsistas, voluntários e parceiros, entre eles, SEDUC/URE, SEMED/Marabá, APAE e CAP. O III CPEE, que reuniu 31 pesquisadores de diferentes regiões do Brasil, em Marabá, no período de 24 a 26 de novembro passado, no auditório da Câmara Municipal de Marabá e a Escola Estadual de Ensino Médio Plínio Pinheiro discutiu os direitos consentidos e os direitos negados da educação básica ao ensino superior para as pessoas com necessidades especiais.
Cerca de 400 participantes, distribuídos entre professores, universitários, pessoas com deficiência, autoridades no assunto e interessados se dividiram entre as 12 mesas redondas para participar de palestras como “Perspectivas na formação bilíngue de surdos: práticas e desafios”; “Aspectos neurofisiológicos e intervenções psicopedagógicas com alunos com transtorno do espetro autista”; “Profissionais de apoio no contexto da inclusão escolar: desafios e possibilidades” “Altas habilidades ou superdotação: escolarização e apoio educacional especializado”: “A atuação do professor em sala de aula com alunos surdos”; “Inclusão no ensino superior e o público-alvo da educação especial: políticas e trajetórias”, entre outras.
A equipe de sistematização do Congresso vai reunir todo o material produzido nos debates que servirá como documento base para proposições de políticas públicas a serem apresentadas às secretarias municipais e estaduais. "As pessoas saíram daqui com muito esperança, mesmo em um momento de tantas dificuldades. Acreditamos que foi plantada a semente da esperança em cada um dos congressitas que passaram por aqui", concluiu Lucélia Rabelo.
Experiência de uma Oficina
Na Oficina de “Orientação e Mobilidade (OM)” vinte pessoas - a maioria composta de professoras - aprenderam as estratégias e recursos mais utilizados nessa área para auxiliar as pessoas com baixa deficiência visual ou cegas: o guia-humano (ou vidente); a auto-proteção; o uso da bengala e o cão-guia.
Orientação e Mobilidade (OM) pode ser definida como um processo amplo e flexível, composto por um conjunto de capacidades motoras, cognitivas, afetivas e sociais e por um elenco de técnicas apropriadas e específicas, que permitem ao seu usuário conhecer, relacionar-se e deslocar-se de forma (in)dependente e natural nas mais diversas estruturas, espaços e situações do ambiente.
A oficina propiciou um conhecimento teórico mesclado com situações práticas. Os alunos se revezaram no uso de fendas nos olhos, na técnica de locomoção dependente, quando um guia (ou vidente) orienta o cego a seguir por uma rota de forma segura e tranquila, descrevendo os buracos, as pessoas, os veículos e os obstáculos pelo caminho. Os alunos da Oficina fizeram trajetos dentro da trilha apropriada na Escola Estadual de Ensino Médio Plínio Pinheiro e nos arredores, sem qualquer trilha, com o apoio do vidente, simulando uma situação real que passa uma pessoa com baixa visão ou cega. Num dia, os participantes estiveram com fenda nos olhos; noutro dia com o uso da bengala.
Na Oficina foi destacado que as pessoas com deficiência visual têm habilidades ampliadas como o ouvido mais aguçado para os sons; os cheiros ao redor, a mudança de temperatura ambiente, manifestada pelo local ou horário. A aprendizagem e uso da Orientação e Mobilidade pode trazer ao indivíduo muitos benefícios para sua qualidade e estilo de vida, desde sua fase infantil e até a adulta, como independência, segurança, auto-confiança, integração, contato social, privacidade, oportunidade de trabalho, conhecimento real dos objetos, ambientes físicos e eventos sociais, condicionamento físico, entre outros aspectos.
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