3º FIA Cinefront da Unifesspa apresenta 30 sessões de filmes com produções nacionais e internacionais

Começa nesta quarta-feira (12), a 3ª Edição do Festival Internacional Amazônida de Cinema de Fronteira, o Cinefront, da Unifesspa. A abertura oficial acontece às 19h, no Cine Marrocos com a exibição dos filmes "A Pedra Mágica do Homem Invisível" do diretor Marco Fé e "Branco sai, preto fica", do diretor Adirley Queirós. Após os filmes, a plateia poderá participar de uma roda de conversa com autores.

O Festival envolve dois países, duas universidades, nove cidades, um acampamento, uma aldeia e quatro escolas públicas. Nos cinco dias de programação serão exibidos 15 filmes distribuídos em 30 sessões e a expectativa é reunir um público de mais de 2500 pessoas.

Além de Marabá, as exibições acontecem em Belém, Santana do Araguaia, Xinguara, São Félix do Xingu, Rondon do Pará, Aldeia Mãe Maria, Acampamento de Jovens Sem Terra, em Eldorado dos Carajás e no Peru, nas cidades de Lima e Tarapoto.

Nesta edição, o Fia Cinefront presta homenagem a um dos principais documentaristas da Amazônia, Jorge Bodanzky, diretor do filme “Iracema, uma transa amazônica”, de 1974, ambientado na Rodovia Transamazônica.  Amanhã, quinta-feira (13), em Marabá, o cineasta homenageado participará de rodas de conversas com o público do festival, no Cine Marrocos, a partir das 19h.

Os núemeros e destaques do Festival foram apresentados hoje (12), durante uma entrevista coletiva na Unidade I do Campus de Marabá. Para o diretor de Ação Intercultural da Unifesspa, professor Amintas Silva, o Cinefront é uma das ações de destaque da Instituição para aproximar a universidade da comunidade. “A Unifesspa se orgulha deste festival por ser um espaço de cultura, de aprendizado, de diálogo, em que os alunos e a comunidade acadêmica podem se apropriar, favorecendo o ensino, a pesquisa, mas também cumprindo o importante papel da extensão. Teremos aqui filmes de alunos da Unifesspa contemplados em outras ações de fomento da nossa Universidade, a exemplo do Prêmio Proex, exibindo suas produções”, afirmou.

Para o curador do festival, professor Evandro Medeiros, a terceira edição se destaca pelo caráter poético e estético, mostrando o processo de "reexistência" dos povos na região amazônica. "O objetivo do Cinefront é partilhar o cinema como uma ferramenta de formação e instrumento de transformação nas diferentes realidades, em especial a dos povos amazônidas. Esta edição está mais poética e segue com sua tradição de apresentar obras que tematizam os fatos históricos  e as consequências do avanço do capitalismo sobre a Amazônia nos últimos 60 anos",   ressaltou. 

O diretor do filme “A pedra mágica do homem invisível”, Marco Fé relatou a experiência na produção do filme e ressaltou a importância  do Festival como espaço de debate. "Precisamos de mais espaços como este para estabelecer o diálogo sobre questões sociais importantes, conflitos que estão presentes na nossa sociedade. O filme que apresento é uma ficção que trata sobre a invisibilidade dos usuários de crack, o cenário é a cidade de São Paulo, mas que se identifica com grande parte do país, com um retrato da miséria humana. O Cinefront cumpre esse papel importante de trazer essas questões à tona para nossa reflexão”, comentou.

Dentre os filmes exibidos estão produções de alunos da Unifesspa, vencedores do Prêmio Proex de Arte e Cultura, que retratam a realidade indígena, luta das mulheres e a memória do bairro Cabelo Seco, em Marabá. Como atração internacional, o III Fia-Cinefront apresenta o filme “Isso Muda Tudo”, documentário de Avi Lewis baseado no livro best-seller da premiada jornalista Naomi Klein, O evento é uma realização da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Peru (PUCP), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Comissão Pastoral da Terra (CPT), a Fundação Cultural do Estado do Pará, o Curuwinsi Cine – Tarapoto Peru e a Tramateia Produções.

Confira a programação completa do Festival.