I Solema: Palestra discute desafios do ensino da Matemática na alfabetização
O professor mestre Carlos Evaldo dos Santos Silva vinculado à Secretaria Municipal de Educação de Belém (PA) palestrou, ontem (25), à tarde, sobre “Perspectiva para o Ensino da Matemática no Ciclo da Alfabetização”, durante o I Seminário Oralidade, Leitura, Escrita e Matemática na Alfabetização (Solema), evento que marca o encerramento das ações do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) em 2016. A ações foram subsidiadas pela Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), tendo como coordenador geral o Prof. Dr. Ronaldo Barros Ripardo.
Carlos Evaldo, que é mestre em Educação em Ciências e Matemáticas pelo Instituto de Educação Matemática e Científica da UFPA (Universidade Federal do Pará) e especialista em Didática da Matemática pela UFPA defendeu uma parceria educacional entre os pedagogos e os professores de matemática como forma de incentivar os alunos a continuarem gostando de matemática após a conclusão do ensino básico – os quatro primeiros anos de educação escolar- e o ensino fundamental, subsequente. “Essa troca de experiência pode ajudar a influenciar os alunos, principalmente, a partir do 6º ano do ensino fundamental a se dedicar ao estudo da matemática”.
Com um auditório lotado de educadores de vários municípios do Pará, Carlos Evaldo definiu as características marcantes que definem a linguagem matemática e a diferenciam da linguagem comum – ou portuguesa. Segundo Evaldo, as principais características são: (1) A linguagem matemática é exclusivamente escrita; (2) A linguagem matemática é composta por símbolos, gráficos e expressões algébricas; (3) A linguagem matemática possui um vocabulário especializado, termos precisos, estruturas gramaticais, formalidade e impessoalidade resultando em modos de expressão que são evidentemente matemáticos; (4) Palavras que têm o mesmo significado na linguagem comum e na linguagem matemática. A palavra “dez” é numeral (classe de palavras) na linguagem portuguesa; “10” (sistema de numeração ou algarismo) é da linguagem matemática; (5) Palavras que têm um significado somente na linguagem matemática: Hipotenusa, Isósceles; coeficiente, entre outras; (6) Palavras que têm diferentes significados tanto na linguagem matemática quanto na língua portuguesa: Diferença, impar, volume e integral, entre outras.
Segundo o pesquisador, a língua materna e linguagem matemática têm características que a diferem e a igualam. “Mas para a criança existe uma predominância no ensino de uma sobre a outra”. Como exemplo, exemplificou, que: a + i= ai; juntar quantidade é diferente: 2 + 3 = ? A resposta da criança pode ser diferente e acontecer um problema de compreensão. “É necessário que o professor alfabetizador busque perceber as diferenças entre a linguagem portuguesa e linguagem matemática”.
PNAIC
O Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa é um compromisso formal assumido pelos governos federal, do Distrito Federal, dos estados e municípios de assegurar que todas as crianças estejam alfabetizadas até os oito anos de idade, ao final do 3º ano do ensino fundamental. Aos oito anos de idade, as crianças precisam tera compreensão do funcionamento do sistema de escrita; odomínio das correspondências grafofônicas (relação entre a fala e a escrita no processo de alfabetização), mesmo que dominem poucas convenções ortográficas irregulares e poucas regularidades que exijam conhecimentos morfológicos mais complexos; a fluência de leitura e odomínio de estratégias de compreensão e de produção de textos escritos.
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