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Nota de pesar pelo falecimento

Nota de pesar pelo falecimento de Frei Henri des Roziers

  • Publicado: Terça, 28 de Novembro de 2017, 10h02
  • Última atualização em Terça, 05 de Dezembro de 2017, 13h48
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Frei HenriCom muito pesar e tristeza, a comunidade universitária da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) recebeu, na tarde de domingo, 26 de novembro de 2017, a noticia da morte de Frei Henri des Roziers. Sempre muito atento às questões sociais e territoriais, combateu o trabalho escravo, lutou pela reforma agrária e pelos direitos humanos no Brasil.

Chegou em nosso país ainda no Regime Militar. Conforme suas palavras: “Cheguei ao Brasil no fim de 1978. Em 1979, vim para cá acompanhando um agente pastoral ao Bico do Papagaio [norte do atual Estado do Tocantins]. É terra sem lei. Os posseiros totalmente oprimidos, pequenos, não tinham uma organização mínima. Queriam minha expulsão do país”. Em meio a esses conflitos, ele fez da Amazônia seu lugar de morada por 40 anos, sempre no combate às injustiças de trabalhadores rurais deste lugar.

Em 1990, estabeleceu-se no munícipio de Rio Maria (PA), no intuito de auxiliar o trabalho do padre Ricardo Rezende, logo após o assassinato de Expedido Ribeiro de Souza, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rio Maria. Recebeu vários prêmios e tinha como inspiração Bartolomeu de las Casas, dominicano e defensor dos indígenas escravizados, que viveu no século 16. Dele tinha uma paixão incansável e denunciava sem medo. 

Na ocasião em que recebeu o Prêmio Internacional de Direitos Humanos Ludovic Traireux, em 2005, afirmou: “Neste mundo globalizado em que vivemos a loucura do consumo, neste mundo de injustiça e da desigualdade, da destruição da criação e, consequentemente, da vida, é essencial retornarmos consciência dos valores fundamentais da existência, da diversidade, da solidariedade”. 

A Unifesspa, por meio do Instituto de Estudos do Trópico Úmido (IETU) havia iniciado o processo para concessão de um título honorífico a Frei Henri, que aconteceria no primeiro semestre de 2018. Mesmo com a lamentável perda, a Universidade irá manter a iniciativa em reconhecimento à história e trajetória desta importante personalidade.  

Mais do que nunca, suas palavras e seus ensinamentos encontram atualidade em nossa Região. Que seu pensamento permaneça vivo em nossas lutas por um outro mundo, em nossas resistências. Que seus ensinamentos se perpetuem e se espalhem neste mundo de ataques e de injustiças contra os povos da Amazônia! Descanse em paz!

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