Educação Inclusiva: Diálogos e debates na Unifesspa sobre a permanência no ensino superior
Docentes, técnicos administrativos em educação e alunos dos mais diversos cursos da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) participaram na última quarta-feira (11/04), no Auditório da Unidade I, de uma ação de formação docente intitulada “Diálogos sobre inclusão e permanência na Educação Superior”.
O evento foi promovido pela Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (Proeg), através da Divisão de Formação Docente e Apoio ao Discente (DIFDAD), em parceria com o Núcleo de Acessibilidade e Inclusão Acadêmica (Naia).
A ação, objetivou discutir questões pertinentes ao acesso, à permanência e aprendizagem com qualidade de alunos indígenas e com deficiência na Unifesspa.
Durante a programação foi realizada uma palestra sobre: Inclusão na Educação Superior e o aluno com deficiência na qual foram discutidos direitos e estratégias pedagógicas, ministrada pela Profa. Dra. Lucélia Cardoso Cavalcante Rabelo do Naia/Unifesspa.
A professora Lucélia Rabelo explanou sobre a Educação Superior e o aluno com deficiência: discutindo direitos e estratégias pedagógicas. Em sua fala, relatou também sobre a política de educação Inclusiva e o Direito à educação afirmando que é uma ação política, social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos os estudantes de estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação. É um paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis, e que avança em relação à ideia de equidade formal ao contextualizar as circunstâncias históricas da produção da exclusão dentro e fora da escola.
A palestrante falou ainda sobre a educação inclusiva, inclusão escolar e o processo de educação para todos. “Não basta garantir o acesso ao ensino superior, devemos garantir também a permanência dos nossos alunos com qualidade – para que na Universidade eles, consigam concluir seus cursos com excelência”.
Segundo a Unesco, a Educação Inclusiva e as necessidades educacionais especiais se referem a inclusão de crianças com deficiências ou sobredotados, crianças da rua ou que trabalham, populações remotas ou nômades, crianças de minorias linguísticas, étnicas ou culturais e crianças de áreas ou grupos desfavorecidos ou marginais. Estas condições colocam uma série de diferentes desafios aos sistemas escolares. No contexto deste enquadramento de ação, a expressão “necessidades educativas especiais” refere-se a todas as crianças e jovens cujas carências se relacionam com deficiências ou dificuldades escolares”.
Durante a palestra, Dra. Rabelo reafirmou que o direito à educação implica no direito à educação especial que perpassa pela educação infantil, ensino fundamental, médio, superior, educação de jovens e adultos, além da educação indígena, do campo e quilombola. Ela destacou também que muitas vezes discutimos a exclusão e, por isso, deixamos de discutir as formas pobres, insuficientes, e às vezes, até indecentes de inclusão.
A educação especial se destina àquelas pessoas com deficiência física, múltipla, auditiva, visual, intelectual, surdocegueira, transtorno do espectro, além de altas habilidades/superdotação.
A professora falou sobre a importância do Naia no qual se destaca no trabalho de conscientização sobre a acessibilidade física, arquitetônica, acolhimento institucional e a permanência com qualidade dos alunos que chegam à Unifesspa.
O Naia adquiriu recentemente scanners de voz, além de impressoras térmicas e em 3D. Hoje, o Núcleo conta com 32 bolsistas, sendo 21 bolsistas apoiadores.
A Dra. Rabelo disse que os Institutos da Unifesspa como o IESB e IEDAR, por exemplo, tem convidado o Naia para elaborarem projetos articulados e, isso, é muito importante para o desenvolvimento dos alunos dos diversos cursos ofertados pela Universidade.
O aluno Renan Lucas Silva, do curso de Letras, disse que a Unifesspa está de parabéns pela iniciativa, mas é necessário que sejam fomentados mais debates como esse para que a Universidade avance cada dia mais.
À tarde, os participantes também puderam interagir na palestra sobre os “Povos indígenas e ações afirmativas: avanços e desafios do acesso, permanência e sucesso no ensino superior”, que foi ministrada pela Profa. Dra. Rosani de Fátima Fernandes (Movimento Indígena/ Fecampo/Unifesspa).
O objetivo do evento foi contribuir para a construção de uma cultura de reconhecimento e respeito às diferenças no espaço acadêmico e possibilitar o debate em torno de questões pedagógicas e princípios inclusivos que possam contribuir para uma formação acadêmica de sucesso dos mais diversos públicos de alunos na universidade. Ao final de todas as palestras, os presentes puderam esclarecer dúvidas sobre as temáticas abordadas com o intuito de ampliar o debate.
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