Colação de Grau: Unifesspa forma novos pedagogos, educadores do campo e cientistas sociais
Na tarde desta quinta-feira (14/06) por ocasião das comemorações do aniversário de 5 anos da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) mais três turmas participaram da solenidade de Colação de Grau no Auditório da Unidade I do campus de Marabá.
Alunos da turma de Licenciatura em Pedagogia, Educação do Campo e Licenciatura e Bacharelado em Ciências Sociais receberam o grau outorgado pelo reitor Maurílio de Abreu Monteiro.
Estiveram presentes na solenidade o professor e diretor da Faculdade de Educação no Campo (Fecampo) Amintas Lopes, o diretor da Faculdade de Ciências Sociais do Araguaia Tocantins (Facsat) Fabiano Campelo Bechelany, do professor e diretor da Faculdade de Educação (Faced) José Pedro Martins, do professor e diretor do Instituto de Ciências Humanas (ICH) Janaílson Macedo Luiz, além dos paraninfos, servidores da Unifesspa e familiares dos formandos.
Foram homenageados os professores Cloves Barbosa, Ildete Pereira dos Anjos e Amintas Lopes.
A recém-formada em Ciências Sociais Bruna do Nascimento Barbosa da Silva foi a aluna escolhida para ser a juramentista e prometer fidelidade e cumprimento de todos os deveres da profissão perante à sociedade.
Já o aluno Eduardo Salazar de Oliveira, do curso de licenciatura em Educação do Campo foi o escolhido para ser Orador e proferir o discurso representando as três turmas.
A aluna do curso de bacharelado e licenciatura em Ciências Sociais Lucélia do Nascimento Souza foi homenageada pelo professor e diretor da Facsat Fabiano Campelo Bechelany recebendo uma rosa do deserto. Segundo o professor, esta rosa é conhecida por suportar intempéries e a aluna recebeu retratando esse simbolismo de ter conseguido vencer todas as adversidades e conquistado o seu diploma de nível superior.
O professor Fabiano entregou ainda um livro intitulado “Kajkwakratxi Tujarej” ao aluno indígena Katejuprere Burjack Parkrekapare que conta a história do grupo indígena Tapayuna que foi dizimado, mas que se reergueu ao longo das épocas, ressaltando a importância de não desistirmos de nossos sonhos, conquistas, ou mesmo da nossa vida.
“Eu me senti muito honrada em ter sido homenageada pelo professor Fabiano. A rosa do deserto é linda e eu dedico essa conquista do meu diploma de graduação aos meus filhos. Foi por eles que eu cheguei até aqui e venci”, disse bastante emocionada a aluna Lucélia do Nascimento Souza.
Já o aluno Eduardo Salazar de Oliveira, destacou que “foi um grande desafio representar todas as turmas, já que são tão diversos, mas nossa trajetória é comum dentro da Universidade. Estamos aqui representando os alunos que vem do campo, da periferia, de origem indígena, quilombola, que buscam na Universidade não somente o título da graduação, mas uma oportunidade para conhecer e transformar o mundo num lugar mais fraterno e justo”, argumentou.
O diretor do ICH, professor Janaílson Macedo Luiz destacou que apesar de todas as dificuldades financeiras e estruturantes, de 2015 para cá o Instituto já formou 423 profissionais. “Isso representa um esforço muito sério para garantir o acesso e a permanência dos nossos alunos na universidade, buscando ofertar ensino, pesquisa e extensão de qualidade para que saiam daqui profissionais éticos, responsáveis e qualificados”, pontuou o diretor.
O reitor da Unifesspa Prof. Dr. Maurílio de Abreu Monteiro ressaltou que a vitória dos alunos é vitória dos pais e da universidade também. “Hoje é um dia de festa, de alegria. Todas as vezes que a universidade realiza uma colação de grau é motivo de celebração e nós ficamos muito satisfeitos de saber que a Unifesspa é uma universidade que tem buscado a cada dia ser diversa, inclusiva, popular e de excelência. Parabenizo a todos os formandos e seus familiares por mais essa conquista e digo-lhes que este é apenas mais um degrau que estão alcançando. Esperamos vê-los na pós-graduação também”, destacou o reitor.
Primeiro indígena formado em Ciências Sociais pela Unifesspa: o indígena da tribo Paracatejê Gavião - Katejuprere Burjack Parkrekapare é o primeiro cientista social formado pela Unifesspa, recebendo os direitos de licenciado e bacharel no curso. Na solenidade desta quinta-feira, ele aproveitou a oportunidade e trouxe os membros de sua comunidade (Mãe Maria) para prestigiar esse momento ímpar e tão importante em sua vida.
Emocionado, o recém-formado em Ciências Sociais disse que o curso de Ciências Sociais nunca havia formado um indígena e que ele vai para a história sendo o primeiro a se formar nessa área aqui na Unifesspa. “É um significado muito grande para minha comunidade, porque acreditaram e apostaram na minha formação. Não foi fácil. Eu tive bastante dificuldade. Muitas vezes eu abaixei a cabeça, querendo desistir, mas eu persisti em consideração, respeito e responsabilidade que meu povo colocou sobre mim. Agora, voltarei formado para contribuir com a minha comunidade indígena Mãe Maria, lutando com mais afinco, com outro olhar também. Não vou parar. Esta formação é apenas um degrau, uma etapa que estou concluindo. Quero prosseguir meus estudos ingressando no Mestrado seguindo a antropologia, porque para nós indígenas o antropólogo é o outro e nós queremos que isso mude, o antropólogo será de dentro agora. Eu trouxe todos eles aqui para ver a minha formação. Ao chegar a minha comunidade, eu serei o exemplo para aquelas crianças e jovens de que podemos chegar lá, podemos vencer. Lá, nós vamos nos reunir e fortalecer nossa educação também. Queremos que nossos filhos, nossos parentes venham estudar aqui na Unifesspa. Só posso dizer hoje que estou muito feliz, grato e realizado”, concluiu.
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