Unifesspa forma primeira turma de história do campus de Marabá em cerimônia marcada pela inserção social
“É difícil encontrar palavras para expressar a gratidão, felicidade e emoção que a gente sente. Ver minha filha receber o diploma é um privilégio e uma satisfação imensa, ainda mais no país em que vivemos, com as dificuldades que enfrentamos por sermos de uma família humilde, mas com objetivos”.
A fala de Osvaldo Santos representa o momento especial vivido na Cerimônia de Colação de Grau coletiva dos cursos de Licenciatura em História, Educação do Campo, Pedagogia e Bacharelado e Licenciatura em Ciências Sociais do Instituto de Ciências Sociais (ICH) da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), ocorrida no último dia 7, no auditório da Unidade II, em Marabá.
Familiares, professores e amigos acompanharam a cerimônia dos 18 novos profissionais que o mercado e a sociedade do sul e sudeste do Pará recebem, na expectativa de que contribuam com o desenvolvimento e progresso regional, promovendo avanços e transformando as realidades das quais fazem parte.
A outorga de grau e entrega de diplomas marca o fim de uma etapa, que carrega muitas histórias de lutas, desafios, superação e que agora é corada com o sentimento de conquista. Narrativas como a da formanda em Licenciatura em História, Mayara Santos, que segundo ela mesma, é dividida entre antes e depois de ingressar na universidade.
“Antes eu não entendia bem como funcionava uma universidade pública, não entendia muito de política, das minorias da sociedade. Depois da Unifesspa, eu pude entender qual é o meu papel de mulher negra e educadora”, revela.
O papel que Mayara assume faz com que ela planeje como vai ensinar e contribuir com a sociedade ao traçar nossas histórias. “Essa mulher negra e educadora vai ensinar para seus alunos qual a importância e o papel deles para a sociedade. Vou ensinar que não se deve ter vergonha da sua cor, do seu cabelo e que eles podem sim conquistar tudo que quiserem”, disse.
Osvaldo Santos, pai da agora professora Mayara, não escondia a emoção e felicidade de ver a filha receber o diploma de graduada. “Os objetivos da gente acabam se concretizando nos filhos. Não tive a mesma oportunidade que ela teve, mas me sinto realizado com a formatura dela”, confessa.
Para o militar da reserva, o conhecimento transforma, agrega valores, cria independência e torna o cidadão mais consciente dos seus valores. “Se não acreditarmos nisso esse nosso país não será como nós desejamos que fosse”, acrescenta Osvaldo Santos.
Mesa Solene
Participaram da mesa de honra, o diretor do Instituto de Ciências Humanas, prof. Janailson Macedo Luiz, representando a reitoria; a vice-diretora da Faculdade de Ciências da Educação, prof.ª Terezinha Cavalcante; o vice-diretor da Faculdade de Educação do Campo, prof. Rodrigo de Almeida Muniz; representando a Faculdade de Ciências Sociais do Araguaia Tocantins, o prof. Cloves Barbosa; e representando a direção da Faculdade de História, a professora Maria Clara Sampaio.
Compuseram a tribuna de honra a professora Silvana de Sousa Lourinho, homenageada pela turma de Pedagogia; Fabio Tadeu de Melo Pessoa; e a professora Cristiane Vieira da Cunha, homenageada do curso de Educação do Campo.
O professor Janailson Macedo relembrou os desafios da trajetória do curso de Licenciatura em História, que em Marabá teve sua primeira turma iniciada em 2014. “Foram mais de quatro anos de trabalho, desde pensar o concurso e a forma de melhor recebê-los. Além disso, o esforço na formação, na perspectiva de um ensino público de qualidade. Por isso estamos muito contentes de poder contribuir com a trajetória desses agora historiadores e professores de história formados”, ponderou.
O professor destacou ainda que recentemente foi aprovado o programa de Mestrado em História, que irá fortalecer o ensino de temas relacionados à Amazônia e aos direitos humanos.
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