Extensão: Unifesspa firma parcerias para construção de biodigestores no Assentamento Veneza
A instalação de biodigestor sertanejo no Assentamento Veneza, projeto de extensão da Unifesspa, recebeu apoio do setor público e privado para sua execução, em reunião realizada no local, no dia 4 de fevereiro. Estiveram presentes os agricultores integrantes do projeto e de outros assentamentos e o vice-prefeito, o secretário de Agricultura e Meio Ambiente, vereadores do município de São Domingos e técnicos do Senar que se dispuseram em apoiar o projeto, além da parceria já firmada com a Siderúrgica Sinobrás e a Embrapa.
A ideia é que, com o apoio recebido, o primeiro biodigestor projetado para ser construído na propriedade de Nádia Gomes, seja multiplicado no assentamento com baixo custo aos agricultores. De acordo com Alexandre Alves, bolsista de extensão no projeto, o orçamento para cada biodigestor está em torno de 2 a 3 mil reais de investimento de cada agricultor.
“Temos todo recurso para implantação do biodigestor: esterco de gado, de porco, de galinha; espaço, interesse e lavoura para o uso do fertilizante. E tudo vai contribuir para que nossa produção seja totalmente orgânica. Hoje, o gás custa R$ 100 reais, mais R$ 50 reais para o transporte até aqui. Nem uso o gás de cozinha por conta dessa despesa, faço tudo no fogão caipira. Mas, com o biodigestor, já me animei para comprar um fogão novo e voltar a comer frango assado de forno”, destacou Nádia.
O vereador do município de São Domingos do Araguaia Lazinho Lima, que também é professor e agricultor no Veneza, destaca o caráter coletivo na instalação do biodigestor. “Quando você discute um projeto antes de implementá-lo, todos ganham, diferente da apresentação de um protótipo. Hoje, todos estamos aqui mobilizados e empenhados em implantar e expandir o alcance desse projeto, já que estaremos investindo e produzindo nosso próprio gás de forma sustentável”, disse o vereador.
O suporte para o transporte e logística ao projeto foi oferecido pela prefeitura por meio da secretaria de Agricultura e Meio Ambiente e outros órgãos. “Nosso interesse no projeto é grande porque vem favorecer nossos assentados e contribuir com a renda do agricultor. Podemos oferecer os caminhões para transporte dos materiais pesados e outras atividades logísticas”, falou o vice-prefeito Francisco Lima, mais conhecido como Tiririca.
O secretário de Agricultura e Meio Ambiente Lourival Pimentel destacou que o biodigestor vem agregar às atividades de fomento à agricultura familiar. “Temos dado incentivo a muitos projetos e sempre em parceria com Embrapa, Seplac, Senar e a Universidade. Sei que teremos bons frutos”.
Projeto de extensão
David Cardoso é professor do curso de Agronomia e coordenador deste projeto de extensão aprovado no Programa Institucional de Bolsas de Extensão (Pibex), sob gestão da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Estudantis da Unifesspa, para execução em 2019. O objetivo é auxiliar e apoiar a implantação do biodigestor visando a geração de biogás e biofertilizantes de forma alternativa, viável e diversificadas aos assentados.
O projeto foi construído de forma coletiva com os assentados participantes como dona Nádia, além de estudantes de Agronomia e o técnico-administrativo Igor Oliveira. De acordo com o professor David, esta ação surge após os projetos Pibex desenvolvidos em 2018: um, coordenado por ele em auxilio à Sinobrás para o descarte dos resíduos como o pó de exaustão, pó de balão e redução de impactos ambientais; e o outro, envolvendo os assentados na implantação de Sistemas Agroflorestais (SAFs), desenvolvido por estudantes de Agronomia.
“A extensão está unindo diversos setores em torno da sustentabilidade social, ambiental e econômica. Em um braço, temos uma via de destinação para o descarte de resíduos de uma grande siderúrgica que irá contribuir com a geração de gás e fertilizante para assentados. Gás e fertilizante gerados dentro do próprio assentamento com esterco de bovinos e usados nas lavouras”, ressaltou David.
O próximo passo é a escavação do local onde o biodigestor será construído em local já demarcado nessa reunião. Em março, começa a construção para que até junho, o biodigestor esteja em funcionamento na casa da agricultora. “Depois da construção do primeiro, a ideia é construir em outros lugares e dar apoio aos assentados em, pelo menos mais 10 ou 20. É por isso que a participação de outros setores é importante. Mostraremos por meio dessa atividade de extensão da Unifesspa que o biodigestor é possível, executável, totalmente viável social, ambiental e economicamente e que pode ser expandido com apoio de outros órgãos interessados”.
Como a metodologia será inovadora com o uso de resíduos descartados pela Sinobrás em substituição ao cimento com o objetivo de baratear os custos, será elaborada uma cartilha para que mais biodigestores possam ser implantados na região, após o encerramento do projeto.
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