Tem início a primeira missão de atividades do PDTSA da Unifesspa
No período de 11 a 15 de março, o Programa de Pós-graduação em Dinâmicas Territoriais e Sociedade na Amazônia (PDTSA), da Unifesspa, e os Programas Associados do Procad-Amazônia “Estado e Políticas Sociais na Amazônia: saberes e territórios em movimento”, Programa de Pós-graduação em Sociedade e Fronteiras da Universidade Federal de Roraima (UFRR) e o Programa de Pós-graduação em Políticas Sociais da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) realizaram a primeira missão de atividades.
Inicialmente a programação compôs mesa inicial com a participação de representantes do PDTSA, reitoria da Unifesspa, Pró-reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Inovação Tecnológica (Propit) e Procad Amazônia. Foi ressaltada a importância do Procad para o intercâmbio institucional e para o crescimento dos programas de pós-graduação na região com possibilidades reais de submissão de curso de doutorado interdisciplinar para os próximos anos. Em seguida, foram apresentados os novos mestrandos do PDTSA.
No dia 11 de março ocorreu a Conferência “Território, Territorialidades e Possibilidades”, no auditório da Unidade III da Unifesspa, realizada pelo professor Rodrigo da Costa Caetano (UENF -PPGPS) que fez um breve preâmbulo sobre objetivos, linhas de pesquisa e projetos de pesquisa do Programa de Pós-graduação de Políticas Sociais da Universidade Estadual do Norte Fluminense.
Segundo o professor, o Programa tem se empenhado para que seus mestrandos e doutorandos possam concluir seus cursos, a partir das recomendações e prazos indicados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Em momento seguinte, houve definições de território, territorialidade e a questão do “Território do Petróleo” ganharam análises. A explanação consolidou impressões já verificadas na confecção do projeto contemplado pelo edital Procad–Amazônia: os programas, em associação, realizam análises sobre territórios e sobre os sujeitos culturais impactados por megaempreendimentos.
No dia 12 de março, período matinal, os pesquisadores do PDTSA, PPGSOF e PPGPS, além dos mestrandos do PDTSA compuseram o grupo que se dirigiu à terra indígena Mãe Maria: Comunidade Kyikatêjê. O Encontro com intelectuais da floresta (professores, sábios e o cacique do grupo) foi dividido em duas sessões. Na primeira, foram tratadas questões sobre impactos ao território e aos modos de vida dos indígenas. Rodovia, linhões de energia e ferrovia agridem o território em questão. Em sessão posterior foram realizados trânsitos à Escola da Comunidade e a outros espaços da mesma. Essa primeira viagem de campo fomentou experiências concretas para debates realizados já nos programas em parceria.
No período da tarde do dia 12 de março, a professora visitante do PDTSA Maria Antonieta Antonacci da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) realizou a conferência “Rastreando cosmos, corpo, cultura em práticas culturais afrodiaspóricas e nativa”. A explanação, a partir da implosão da dicotomia Cultura x Natureza, descreveu a presença africana em cordéis e xilogravuras nordestinas.
Nesses redutos memoriais, corpo, letra e voz compõem um mosaico de modos de vidas africanos. Questões podendo ser pensadas junto com os povos do sul e sudeste das Amazônias. Após o encerramento da conferência, o PDTSA compôs mesa para o lançamento de obras científicas. Participaram os professores Erinaldo Cavalcanti (PDTSA) e Lucivaldo Costa (Fecampo) acompanhado do cacique e intelectual Gavião Ropré.
Já no dia 13 de março, pela manhã, a professora Sandra Buenafuente da Universidade Federal de Roraima (UFRR/PPGSOF) realizou a Conferência “Potencialidades e desafios para a implementação de projetos de Serviços Ambientais (REDD+) na Amazônia”. A partir de experiências e pesquisas com economias de povos tradicionais, a professora demonstrou que a sustentabilidade pode deixar de ser um discurso falacioso do grande capital para de fato traduzir planos de vida que entendem homem e a natureza como um só. Às 14h30, novamente professores e estudantes se dirigiram ao PDS Porto Seguro. Em roda de conversa, as dificuldades e obstáculos advindos da luta pela terra ganharam narrações. Posteriormente, alguns lotes receberam observações e análises interdisciplinares. Agricultores, estudantes e professores de formação múltipla (economia, agronomia, geografia, direito, sociologia, linguagens, dentre outros) experimentaram trocas significativas de impressões.
No dia 14 de março, o grupo de pesquisadores e mestrandos dirigiu-se ao Acampamento Dalcídio Jurandir. A caminho do destino, foi realizada breve parada na Curva do S. Momento de outros diálogos interdisciplinares, agora dirigidos à política agrária brasileira e ao descaso de processos judiciais à condenação de agentes de violência a camponeses na região.
Chegando à Escola Carlito Maia, no Acampamento Dalcídio Jurandir, testemunhou-se novos descasos, agora de prefeituras e secretaria municipais de Educação. Situações de ordem minimamente estruturais, como carteiras, contratação de professores e estrutura física foram observados. No período da tarde, dirigindo-se a outro espaço do Acampamento, uma roda de conversa com a presença de agricultores, lideranças de movimentos sociais e produtores de leite debateu-se questões relacionadas à reforma agrária, processos judiciais de despejos e a atual conjuntura política brasileira. Os moradores destacaram as diversas formas de violência que vêm experienciando.
E por fim, no dia 15 de março, as atividades da semana foram concluídas com a realização de reunião para encaminhamentos de futuras ações do Procad-Amazônia.
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