Unifesspa e Educação Básica articulam estratégias para uma Rede de Saberes em Marabá
A apresentação artística dos estudantes da Escola Estadual de Ensino Médio Geraldo Veloso deu início ao Rede de Saberes “Unifesspa & Educação Básica”, realizado no último dia 27 de junho. O seminário, promovido pela Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), por meio de sua Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Estudantis (Proex), teve o objetivo de construir estratégias de maior aproximação e integração com a educação básica.
Na abertura, o professor Diego Macedo, pró-reitor da Proex, destacou a importância de um espaço como o Rede de Saberes para o diálogo sobre as demandas das escolas da região. “Desde o campus da UFPA (Universidade Federal do Pará) há diversas atividades envolvendo a educação básica em ensino, pesquisa e extensão. A intenção aqui no evento é que as ações consigam atender as demandas de proposição das próprias escolas e suas especificidades”, falou o pró-reitor.
Parceira na ação, a 4ª Unidade Regional de Educação (URE), da Secretaria de Estado de Educação (SEDUC) convocou seus gestores, coordenadores e professores de diferentes escolas. “Quando a Rede de Saberes me foi apresentada, senti um maior estreitamento dos laços entre as instituições e uma preocupação para a preparação dos nossos estudantes para o acesso à universidade. Eu fui formado pela escola e universidade pública e é lá que queremos colocar nossos alunos”, disse Cristiano Lopes, diretor da 4ª URE.
O seminário foi desenvolvido em dois momentos. Pela manhã, apresentação das ações de extensão da Unifesspa em escolas públicas e a mesa-redonda “Universidade e Educação Básica: desafios para a construção de uma Rede de Saberes”, com a participação das professoras Ana Clédina Gomes, Eliane Machado, Hildete Pereira e Nilsa Brito, que apresentaram reflexões a partir de suas práticas extensionistas para atender demandas da educação básica.
A professora Ana Clédina Gomes trouxe resultados da pesquisa que levantou as ações voltadas apara a melhoria da educação básica no período de 2010 e 2015, em parceria com os professores Hildete Pereira e Marcelo Gaudêncio. Foram identificados um total de 40 trabalhos. 11 projetos são de iniciativa de professores nos Institutos de Ciências Exatas, de Ciências Humanas e de Letras, Linguística e Artes. Também foram encontrados 9 projetos vinculados à Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação Tecnológica e outros 20 apresentados na Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão (JEPE).
Nessas ações estão envolvidas as escolas EMEF Jhonatas Pontes Athias, EMEF Martinho Mota da Silveira, EMEF Carlos Marighela, EMEF Tatakti Kỳikatêjê, EMEF Valkise Viana da Silveira, EEEM Dr. Gaspar Vianna e EEEM Plinio Pinheiro. A pesquisa ainda serviu de base para constituição do Comitê Gestor Institucional de Formação Inicial e Continuada de Profissionais no Magistério da Educação Básica (COMFOR). O Comitê tem por objetivo busca a participação de representantes das redes de ensino para pensar de forma coletiva as políticas de fortalecimento da formação de professores para a educação básica.
Para a professora, foram identificados desafios à escola e à universidade, como: ampliação de protagonismo frente aos projetos e ações de extensão. “As escolas não podem ser laboratórios. A Universidade e educação básica deve ser uma rede de cooperação que alia a outros conceitos: participação ativa, colaboração e integração”, concluiu a professora.
“Esta rede de saberes se viabilizará em um currículo de narrativas. É nele que cabem múltiplas narrativas, que digam o que é o currículo escolar. É sua narrativa coletiva que nos dá parâmetro do que os sujeitos pensam, interpretam e exigem do mundo como forma de vida. Isso possibilita descontruir as narrativas privilegiada na universidade e na escola”, falou a professora Nilsa Brito.
Após debate com os presentes, ao fim da mesa-redonda, os participantes foram divididos em grupos para identificarem e avaliarem as ações já desenvolvidas nas escolas de origem de cada participante e discutir e propor atividades ou ações que impactem a educação básica e sugestões de interação para construção de uma rede de saberes.
Dentre as questões apresentadas pelos grupos de trabalho na assembleia de socialização, foram apontadas a realização de ações e projetos por cursos de licenciatura e bacharelado; formação de coordenadores e pedagogos; discussão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC); trabalhar arte e cultura nas escolas e em seu entorno; dentre outras questões articuladas à formação dos professores e estudantes tanto das escolas como da universidade.
“O residência pedagógica é um programa interessante para que os estudantes da Unifesspa se ambientem nas escolas públicas. Essa é uma ideia que podia ser pensada para todos os cursos. Em um curso de 4 anos, nem sempre o estudante tem experiência sobre a área em que vai atuar”, disse Mayara Silva, estudante de Pedagogia da Unifesspa.
“Temos atividades de extensão com movimentos sociais, bairros, escolas, pequenos produtores e em nenhum momento nos preocupamos em trazê-los pra JEPE, por exemplo, e precisamos mobilizar para que eles também avaliem estas ações enquanto colaboradores. Precisamos mostrar que a universidade não é só de quem passou no Enem, mas de quem quer fazer graduação um dia”, falou o Diretor de Ação Intercultural (DAI/Proex), Evaldo Gomes Júnior.
“Mesmo em grupos separados, discutimos igual, nossas ansiedades são idênticas. Gostaríamos que essas propostas se materializassem e que pudéssemos ver isso de fato. Temos 22 escolas só em Marabá e situações de escolas que são a mais procuradas, mas também a escola na Morada Nova e São Félix. E, ainda, que se estenda em toda a rede da Unifesspa, no sul e sudeste do Pará”, disse Rosilene Padilha, da 4ª URE. Ao final do evento, o Coral Unifesspa apresentou três músicas cantadas por seus coristas que envolvem professores, técnicos-administrativos e estudantes da Unifesspa, sob a regência da servidora Ivonilce Brelaz.
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