Mais 170 alunos concluem cursos gratuitos de informática oferecidos pela Unifesspa
A dona de casa Maria Deleuze Cortez, 53 anos, está pronta para lutar por uma vaga no mercado de trabalho. Depois de concluir o curso de Informática Básica no Programa de Inclusão Digital da Unifesspa, ela teve a satisfação de poder elaborar o próprio currículo e passou a se manter atualizada dos acontecimentos locais e mundiais pela internet.
“Eu era uma analfabeta digital. Não sabia sequer ligar um computador. Dependia dos outros pra tudo. No mundo de hoje em que tudo é digital eu estava marginalizada. Agora, tenho segurança para fazer novos planos e já sonho em conquistar um emprego”, afirmou, cheia de entusiasmo na noite de certificação de mais 100 alunos do Programa de Inclusão Digital (Pid) da Unifesspa, em Marabá.
Trata-se de uma ação desenvolvida, desde 2006, pela Faculdade de Computação e Engenharia Elétrica (Faceel), por meio do curso de Sistemas de Informação. Nesta ação de extensão, o objetivo é ofertar cursos de Microinformática Básica e Avançada permitindo que a comunidade tenha acesso às novas tecnologias, como forma de garantir a cidadania e a inclusão digital.
Durante três meses, os alunos têm acesso às diversas tecnologias da informação. Aprendem a manusear o computador, utilizar programas como Word, Excel, Power Point e Corel Draw; utilizam serviços online e redes sociais, passando a ter uma vida digital. De acordo com um levantamento feito pelo Programa, mais de 50% do alunos são de baixa renda, com renda familiar de menos de um salário mínimo.
“Eu precisava me atualizar no campo da informática e os cursos nessa área geralmente são muito caros. Poder fazer esse curso gratuitamente foi algo maravilhoso. Enriqueceu meu currículo e vai me ajudar nas minhas atividades como professora”, disse Marcele Marques, que atua como docente na aldeia Krãpeite-jê e concluiu o curso de Informática Avançada.
O professor da Unifesspa, Rangel Teixeira, é coordenador do Programa desde 2013, mas sua história com o projeto é bem anterior. Ainda como estudante de graduação, ele atuou como instrutor voluntário e se encantou com o impacto social do projeto. “É um experiência apaixonante, comovente e gratificante, em que todos ganham. Ganhamos com experiência, com a formação, com a questão pedagógica e, sobretudo, ganha a sociedade com mais cidadania e inclusão”, comentou.
Este ano, foi estabelecida parceria com a UEPA e a Prefeitura de São Geraldo do Araguaia para oferta de mais turmas. Além disso, o PID oferece turmas específicas para o atendimento de grupos e comunidades, a exemplo de cursos para indígenas, quilombolas, mulheres em situação de vulnerabilidade, entre outras demandas sociais. Atualmente, o Programa conta com cerca de 40 colaboradores, entre bolsistas e voluntários dos cursos de Sistemas de Informação, Engenharia da Computação e Engenharia Elétrica.
O pró-reitor de Extensão e Assuntos Estudantis da Unifesspa, Prof. Dr. Diego Macedo, parabenizou os alunos que perseveraram nos cursos e ressaltou o importante papel da extensão desempenhado pela universidade. “A extensão, na sua melhor forma, ela emancipa. O que vemos aqui é um exemplo concreto de emancipação, de protagonismo de estudantes cada dia mais humanizados, e isso é motivo de muito orgulho pra nós”, disse.
As certificações ocorreram nos dias 28 e 29 de junho, sendo 100 alunos em Marabá e 70 em São Geraldo do Araguaia. O PID já formou mais de 100 turmas de informática básica e avançada, certificando quase 3 mil pessoas da comunidade da Unifesspa e da região. Os interessandos podem acompanhar a oferta de novas turmas pelo perfil do programa no Facebook e pelos canais oficiais da Unifesspa.
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