Grupo de teatro abre inscrições para oficina na Unifesspa; espetáculo será apresentado em Marabá
A peça “Para a terra não há desaparecidos”, com direção de Georgette Fadel, inspirada na história das 12 mulheres mortas na Guerrilha do Araguaia, será apresentada em Marabá, no Cine Marrocos, em duas sessões: dias 14 e 15 de agosto, às 20h. E, em parceria com a Coordenadoria de Cultura da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Estudantis da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), realizará uma oficina de teatro gratuita, nos dias 13 a 15 de agosto, com o objetivo de compartilhar as experiências cênicas realizadas na montagem da peça, com o recorte na criação de experiências performáticas da morte como estado de hiperpresença.
A oficina será desenvolvida com treinamentos físicos e em debates que envolvem a consciência corporal para maior percepção de si e do corpo, e ampliação dos limites expressivos; técnicas de dança afro, trabalhando a energia agregada ao movimento, no enraizamento ativo dos pés no solo e na consciência do centro da coluna vertebral; sentimentos, corpo e ação; relação com espaço; história, mito, encantados e entidades; canto como via de transição; ampliação da escuta e visão; e Aliança e Alteridades.
As inscrições serão por meio de um formulário eletrônico, acesso no link https://bit.ly/2ZMATEH, e as atividades, ministradas por Mafalda Pequenino e Gabriela Cunha, serão desenvolvidas na Unidade I da Unifesspa - Folha 31, Quadra especial, Nova Marabá.
Para mais informações, os interessados devem entrar em contato com a Coordenadoria de Cultura da Unifesspa pelo telefone (94) 2101-7134.
O espetáculo
Fruto de investigação desenvolvida pela atriz e pesquisadora carioca Gabriela Carneiro da Cunha, que integra o projeto “Margens – sobre rios, boiunas e vagalumes”, a peça teatral “Para a terra não há desaparecidos” objetiva discutir a violência que a ditadura militar brasileira instaurou a partir dos anos 1960 no país. Em Marabá, será exibida nos dias 14 e 15 de agosto, às 20h, no Cine Marrocos.
O trabalho transita entre a ficção e o documentário, e “Para a terra não há desaparecidos” é um poema cênico criado a partir da história de 12 mulheres, de sua luta e das memórias do que elas viveram e deixaram na região amazônica, em parte dos estados do Pará e Tocantins, onde se deu a guerrilha do Araguaia entre 1972 e 1975, local de forte resistência contra a violência e a ditadura.
“Mergulhar na história é revivê-la, mantê-la viva para repassar às próximas gerações os fatos que constroem a resistência no Brasil. A peça convida o público a refletir sobre esse episódio do passado recente do país ainda tão nebuloso. Certas coisas devem ser feitas: manter a chama acesa, relembrar e iluminar a história das lutas e dos lutadores, com todas as contradições que cada luta carrega”, destaca a diretora Georgette Fadel.
Como parte de profunda e detalhada pesquisa sobre o tema, a equipe e o elenco da peça realizaram uma viagem até o sul do Pará com a diretora, a autora e as atrizes Carolina Virguez, Daniela Carmona, Fernanda Haucke e Mafalda Pequenino, para uma vivência na região com as pessoas do lugar, ouvindo-as e às suas histórias e lembranças.
O cineasta Eryk Rocha documentou todo o percurso da equipe durante os dias de viagem, e os registros audiovisuais, entre rostos e paisagens, serão projetados no palco durante a apresentação do espetáculo, criando um diálogo com as atrizes. Além das imagens, os sons captados do rio Araguaia acompanham algumas cenas, transportando o público para o local, convidando o espectador a mergulhar na dramaticidade da história.
Como as mulheres retratadas na peça eram de diferentes cidades, a equipe é formada por artistas do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e da Colômbia. Na circulação da peça pela região do Araguaia, no estado do Pará, o elenco terá a participação da paraense Vandiléia Foro, atriz com larga experiência e bastante conhecida pelo público local.
O trabalho vem itinerando pelos estados do Tocantins e foi ou será mostrado nas cidades de Palmas, Araguaína e Xambioá, e seguirá para Goiás após a temporada no Pará.
A peça é dedicada à Dinalva, Dinaelza, Helenira, Maria Lúcia, Áurea, Luiza, Lúcia Maria, Telma, Maria Célia, Jana, Suely e Walkiria, aos moradores da região do Araguaia, e a Paulo Fonteles Filho, a quem a autora agradece in memoriam porquanto por meio dele as portas foram abertas e a pesquisa se tornou possível, e é com profunda emoção que este circuito é realizado na terra onde permanecem desaparecidas as corajosas mulheres acima citadas, e outras centenas de pessoas, camponeses, indígenas, invisibilizados por uma história arbitrária e que insiste em não registrar seus nomes.
Serviço:
Oficina de Teatro Gratuita: “Para a Terra não há Desaparecidos”
Inscrições online, acesso no link - https://bit.ly/2ZMATEH
Dias:
13/08 - 14h às 19h
14/08 - 9h às 14h
15/08 - 9h às 14h
Local: Unidade I, da Unifesspa. Folha 31, Quadra especial, Nova Marabá
Peça teatral “Para a terra não há desaparecidos” – entrada gratuita
Classificação: 14 anos
Dias de exibição: 14 e 15 de agosto, às 20h
Local: Cine Marrocos, Velha Marabá
Direção – Georgette Fadel
Dramaturgia – Grace Passô
Elenco: Carolina Virguez, Daniela Carmona, Fernanda Haucke, Gabriela Carneiro da Cunha, Luciana Froés, Mafalda Pequenino, Sara Antunes e Vandiléia Foro.
Direção audiovisual: Eryk Rocha
Produção: Aruac Filmes e Corpo Rastreado/ Ludmilla Picosque
Patrocínio: Programa Petrobras Distribuidora de Cultura
Apresentações anteriores
2018:
- Contemplado com o edital de circulação da Petrobrás Distribuidora com o projeto: Guerrilheiras Belém Brasília- para apresentar a peça e oferecer oficinas e debates em 9 cidades: Belém, Marabá, São Domingos do Araguaia, São Geraldo do Araguaia, Xambioá, Araguaína, Palmas, Goiânia e Brasília.
2017:
- Cena Contemporânea 18° Festival Internacional de Teatro de Brasília
- Poá em Cena - 24° Festival Internacional de Teatro de Porto Alegre
- Escola Florestan Fernandes (MST)
- Sesc Ribeirão Preto
2016:
- Itaú Cultural ( SP)
- Temporada em São Paulo, no Sesc Belenzinho
- Escola Livre de Teatro de Santo André ( SP) dentro da programação do Seminário Internacional "A Justa Rebeldia das Mulheres na América Latina e Caribe"
2015:
- Estreia e temporada no Teatro de Arena do Espaço Sesc Copacabana RJ.
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