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Saúde mental é tema da mesa práxis humanizadora na permanência e formação acadêmica

  • Publicado: Quinta, 26 de Setembro de 2019, 21h00
  • Última atualização em Quinta, 26 de Setembro de 2019, 21h02
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Fórum Proex 1A última mesa do II Fórum de Extensão e Assuntos Estudantis, evento da Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Jepe/Unifesspa), traz a discussão da saúde mental como aspecto de permanência e formação acadêmica, na manhã desta quinta-feira, 26.

A mesa, de iniciativa desse fórum organizado pela Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Estudantis (Proex) foi composta por profissionais e estudantes da Unifesspa e da rede de apoio da saúde pública. Estiveram presentes João Augusto de Souza Miranda, enfermeiro, referência técnica da Ala Psicossocial do Hospital Municipal de Marabá; Karterine Leal, professora do Instituto de Estudos em Saúde e Biológicas da Unifesspa; Augusto Severo, psicólogo, e Elino Benício, assistente social, ambos da Diretoria de Integração e Assistência Estudantil da Proex; e as estudantes Raissa Mendonça e Bianca Werônica Barbosa, coordenadora do DCE-Unifesspa.

Na fala do psicólogo Augusto Severo, foram apresentadas as iniciativas da Unifesspa de atendimento aos estudantes indígenas e quilombolas. “Recebemos constantemente demandas desses estudantes que têm uma cultura diferenciada ao lidar com o seu sofrimento, morte e outras situações que impedem sua formação e nós precisamos estar atentos tanto no atendimento como no encaminhamento desses estudantes”, falou o psicólogo.

“Um exemplo de ação para canalizar a pressão da vida acadêmica é os Jogos Unifesspa. Nesse evento, há interação entre toda a comunidade, de sua diversidade em um espaço de celebração pelo esporte”, complementou o psicólogo.Fórum Proex 2

A professora Karterine Leal trouxe a experiência do Programa de Acompanhamento Psicológico Estudantil, coordenado por ela. Foi criado pela demanda da instituição de atendimento clínico que chegam ao Departamento de Apoio Psicossociopedagógico (Dapsi) da Unifesspa. O grupo de cinco alunos atendem pelo menos 80 sessões mensais, são supervisionados pela professora e atendem não só à demanda de atendimento como também formam um espaço de prática para os estudantes.

“Precisamos saber que, a rigor, somos todos muito desamparados, desde o nascimento. Em algum momento, todos precisam de um tipo de amparo frente a situações pessoais, mas também às injustiças sociais, falta de recursos mínimos de sobrevivência. Mas tem um limite de quando esse desamparo precisa do outro ou quando teremos apoio social ou interno para poder segurar essa barra”, disse a professora do curso de Psicologia.

Referência técnica da Ala Psicossocial do Hospital Municipal de Marabá, o enfermeiro João Augusto de Souza Miranda, destacou alguns fatores que podem desencadear algum sofrimento mental. “Todos nós estamos vulneráveis ao adoecimento mental. E ele pode ser de ordens diversas, como genético, do meio social, hormonal. E não é falta de religião, de atenção, por isso devemos sempre ter uma visão do todo do sujeito que é biopsicossocioespiritual, todas as suas dimensões precisam ser trabalhadas”, destacou o enfermeiro.

A coordenadora do DCE da Unifesspa destacou que a composição diversa da gestão atual permite que a saúde mental também seja uma questão pensada por diversos lugares de fala. “Somos marabaenses ou de fora daqui, indígenas, quilombolas, mulheres, LGBTs, que pensam a vida acadêmica e suas dificuldades no âmbito da Unifesspa e fora dela também”, pontuou Bianca que junto à Raissa Mendonça destacou a iniciativa dos estudantes em campanha para o setembro amarelo.

Fórum Proex 3“O Carta Amarela é um projeto que surgiu pela ideia do estudante Carlos Eduardo, de Letras, com apoio e aperfeiçoamento pelos estudantes de Psicologia. A comunidade acadêmica pode escrever cartas para pessoas que passem por um sofrimento ou situação na Unifesspa que são entregues por 20 carteiros, estudantes da Unifesspa”, explicou a estudante de Psicologia.

“Não são só os estudantes que escrevem entre si, mas já recebemos cartas de todas as categorias nessa campanha. Fazemos uma triagem das cartas e, dependendo do que identificamos, entregamos indicações de locais que podem ser procurados pelo destinatário, como o Centro de Valorização à Vida (CVV), o Dapsi, o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e psicólogo da rede privada”, relatou Raissa Mendonça.

Com um debate intenso entre os que estavam presentes no auditório, o estudante Rafael, do curso de Letras, convidou-os para uma atividade de debate sobre saúde mental e relatou um pouco de seu enfrentamento à depressão. “Acho importante espaços como esse que destacam o cuidado da saúde mental por práticas profissionais e não por aspectos religiosos”, falou o estudante.

De acordo com o enfermeiro João Augusto, a saúde mental é laica. “Nossa dificuldade quanto a questão religiosa é a busca pela cura através da fé. Por isso, CAPS tem feito um trabalho de congregar as religiões e conversar como a psicoterapia e a abordagem científica são preponderantes e de como a religião é um apoio à espiritualidade da pessoa em sofrimento”, destacou o enfermeiro.

Quem participou do debate foram as estudantes de enfermagem da Faculdade Carajás. “Hoje, estamos no nono período porque exercitamos a solidariedade e empatia. Estudamos em Marabá, mas somos de Jacundá e sabemos das dificuldades da vida acadêmica e que, por fazermos muita coisa ao mesmo tempo, acabamos nos esquecendo do cuidado com a nossa saúde mental”, disse Marcela Carvalho.

A programação teve continuidade no período da tarde com a Mostra de Extensão do II Fórum de Extensão e Assuntos Estudantis. Às 14h, no Auditório foram apresentadas as comunicações orais, e logo após, a construção da carta aberta com todos os participantes do fórum, sobre as temáticas debatidas e encaminhamentos para as políticas de extensão e assistência estudantil na Unifesspa.

O encerramento será a Mostra de Extensão de pôsteres de projetos de extensão e haverá um palco aberto para que a comunidade acadêmica também apresente suas produções culturais nas diversas linguagens.

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