Pesquisador do Museu Emilio Goeldi faz palestra na Unifesspa
“Conservação da biodiversidade no Brasil: o papel do Estado” foi o tema da palestra realizada pelo pesquisador Alberto Akama, do Museu Emílio Goeldi, na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), na última terça-feira, 8 de outubro.
Participaram da atividade os estudantes de Ciências Biológicas e integrantes do Projeto de Monitoramento Participativo da Pesca no Pará e no Tocantins (Propesca), no Auditório da Unidade III em Marabá.
“Todo biólogo precisa saber qual o papel do Estado sobre o meio ambiente, já que ele um dos interlocutores entre as políticas ambientais e a comunidade, que também precisa conhecer sobre estes direitos e deveres”, ressaltou o pesquisador.
“Essa palestra foi interessante para estabelecermos nosso olhar crítico tanto em relação às iniciativas do Estado e da sociedade civil com o meio ambiente. Principalmente, agora que temos um Governo Federal que tem desconsiderado as políticas para o meio ambiente e devemos cobrar das autoridades políticas públicas efetivas para a nossa região amazônica”, falou Amanda Figueiredo, estudante de Ciências Biológicas da Unifesspa.
Estudante da disciplina de Etnobiologia vinculada ao Programa de Extensão Junte-se, da Unifesspa, Daisy Maria Cravanzola disse que é preciso entender as políticas voltadas ao meio ambiente como atitudes contínuas para que as gerações futuras também possam usufruir de um meio ambiente sustentável. “As ações de educação ambiental ainda são muito tímidas e precisamos nos apropriar disso. Aproveitei também para conhecer os programas de pós-graduação que têm como linha de pesquisa os animais em extinção e demais planos nacionais e regionais que me interessa”, destacou ela.
Alberto Akama está em Marabá porque atua no estudo da diversidade da fauna de peixes amazônicos e coordena o núcleo Amazônia Oriental do Programa Nacional de Pesquisas em Biodiversidade e Ecossistemas (PPBio). Na região, tem foco em dois projetos: um sobre os impactos nas espécies de peixes da área abaixo, acima e do Reservatório de Tucuruí; e outro sobre as espécies ameaçadas no rio Tocantins.
“Nossa parceria como pesquisador Alberto Akama tem sido importante tanto no debate de assuntos como esse apresentado aqui na palestra, como também em ações junto à comunidade. Foi ele quem nos ajudou com estudo sobre os impactos nas espécies de peixes para apresentar nas audiências públicas sobre a hidrovia que será construída no Pedral do Lourenção”, explicou a professora da Unifesspa, Cristiane Cunha.
Coordenadora do Propesca, a professora Cristiane Cunha também tem contribuído com as comunidades ribeirinhas e demais povos tradicionais com estudos de impactos sociais e ambientais no projeto de construção da hidrovia que prevê a derrocada do Pedral do Lourenção. “A atuação da Unifesspa contribui com estudos que serviram como parâmetro de análise do Ibama para reconsiderar o estudo feito pela empresa responsável pela viabilidade da hidrovia. E, como a empresa fará a complementação do estudo, continuamos produzindo materiais independentes junto às comunidades afetadas e outros movimentos sociais”, complementou ela.
“O estudo feito pela empresa desconsiderou os impactos sociais e ambientais. Fora a consequência do funcionamento da hidrovia às comunidades ribeirinhas, a explosão de dinamite já demonstra os inúmeros problemas que ela causará antes mesmo de seu funcionamento. Por isso, precisamos contribuir com estudos independentes, já que foram negligenciados pelos responsáveis”, concluiu o pesquisador Alberto Akama.
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