Museu da Biodiversidade Tauari recebe comunidade surda e é batizado com sinal em Libras
Pela primeira vez, o Museu da Biodiversidade Tauari, numa ação em parceria com o Clube de Ciência e o Núcleo de Acessibilidade e Inclusão Acadêmica (NAIA) da Unifesspa, recebeu um grupo de pessoas surdas, formado por crianças, jovens e adultos.
Eles puderam conhecer de perto os projetos e pesquisas ligados ao museu e participar de uma trilha ecológica. O objetivo era falar sobre biodiversidade e preservação ambiental. A ação, denominada "Trilha biodiversa para surdos", foi marcada por momentos de aprendizado, de interação e de respeito às diferenças.
Entre o grupo, havia algumas crianças ouvintes que puderam aprender um pouco da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e interagir com as crianças surdas de maneira espontânea. Sob a orientação e supervisão do professor da Unifesspa, Danilo Oliveira, eles percorreram a trilha até rio Tauari, coletaram alguns animais como borboletas e insetos e puderam aprender sobre as peculiaridades das espécies em laboratório.
Todo o percurso foi acompanho pela intérprete de libras da Unifesspa, Andreza Reuter, garantindo uma comunicação bidirecional e inclusiva. Assim, a margem do "Tauarizinho" se transformou numa verdadeira sala de aula. Uma experiência única não só para os participantes surdos, mas para a equipe de professores e estudantes envolvidos no projeto. A atividade também foi monitorada pelas professoras Alessandra Ramos, coordenadora do projeto Clube de Ciências e Lucélia Cavalcante, coordenadora do Naia.
O encerramento da atividade foi marcado por relatos comoventes dos surdos sobre o significado desta experiência. Para eles, a trilha foi de grande aprendizado, principalmente, pela intensa atividade visual ocorrida. Antes de deixarem a Unifesspa, eles fizeram questão de presentear a universidade batizando o Museu do Tauari com um sinal em Libras, contendo elementos que fazem referência ao laboratório, à fauna, à flora e à biodiversidade.
“Esse foi um dos momentos mais gratificantes da minha carreira até hoje. Essas pessoas vão se lembrar dessa ação para o resto de suas vidas, assim como eu vou me lembrar. O fato deles revelarem que essa é primeira vez que eles têm contato tão direto com um laboratório é extremamente gratificante e mostra que realmente essa ação fez a diferença",comentou, emocionado, o professor Danilo Oliveira.
Para a equipe envolvida no projeto, ganhar um símbolo pela comunidade surda foi considerado o momento mais importante da história do Museu. “Queremos que ações como essa sejam, cada vez mais, rotineiras. Estamos fazendo do museu Tauari um espaço consagrado para a educação ambiental e, principalmente, um espaço conhecido e utilizado pela sociedade”, completou o professor.
“Foi um momento rico de integração e inclusão. Meus filhos aprenderam Libras com crianças surdas, interagiram e tiveram aqui muito mais que uma lição sobre o meio ambiente, uma verdadeira aula de inclusão e respeito às diferenças", comentou o servidor da Unifesspa, Patrício Rocha, que colaborou na cobertura fotográfica da Trilha biodversa para surdos.
A atividade foi realizada na manhã do dia 16 de novembro, no Museu da Biodiversidade Tauari, que fica localizado na Unidade III do Campus Marabá (Loteamento Cidade Jardim).
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