Dia da mulher na Unifesspa é comemorado com debate sobre prevenção e combate à violência
As mulheres Unifesspa comemoraram o dia dedicado a elas com muita informação e empoderamento. Com as presenças da psicóloga e coordenadora do ParáPaz em Marabá, Tábata Veloso e da professora da Unifesspa, Cristina Macedo, elas foram convidadas a refletir sobre a violência contra mulher.
O evento promovido anualmente pela Divisão de Saúde e Qualidade de Vida (DSQV/Progep) decidiu abordar esta temática, este ano, tendo em vista os dados alarmantes de violência contra a mulher em todo o Brasil e a necessidade de enfrentamento a este grave problema. A cada sete horas, uma mulher é assassinada no país, vítima de feminicídio.
Em Marabá, o ParaPaz registrou, no ano passado, mais de 500 atendimentos a mulheres vítimas de violência. De acordo com os dados divulgados pela coordenadora, mulheres negras, entre 18 e 29 anos, solteiras e desempregadas estão entre as maiores vítimas. O perfil do agressor é de ex-cônjuges, com idade entre 30 e 39 anos.
A psicóloga Tábata Veloso explicou as diferentes formas de violência contra a mulher, que em geral, se não interrompidas, conduzem ao ápice, que é a violência física, podendo chegar à morte de mulheres. Ela destacou a importância da Lei Maria da Penha e forneceu detalhes sobre como comportamentos identificar comportamentos abusivos.
A psicologia fez as mulheres refletirem sobre essas realidades nos relacionamentos e forneceu informações sobre a rede de atendimento a essas mulheres em Marabá.
Medo, vergonha, questões financeiras, são vários os motivos que fazem com que as mulheres permaneçam por anos em relacionamentos abusivos. Para a psicóloga, é preciso reconhecer esses comportamentos e agir. “Quando uma mulher está passando por isso não precisa alguém pra dizer a frase pronta “eu avisei”. Uma mulher fragilizada precisa de apoio de quem está ao seu redor para superar esse desafio”, alertou a psicóloga.
Já a professora Cristina Macedo trouxe uma importante reflexão sobre o papel da linguagem no reforço à violência. Seja na música, nos discursos ou na mídia, são observadas o uso de linguagens que reforçam o comportamento violento.
“No estudo que realizamos identificamos uma certa naturalização do homem como agressor e a mulher como a vítima. Como se o comportamento agressor parte do homem é normal, mas o contrário há uma mobilização para a notícia. É possível perceber, portanto, por meio do discurso jornalístico, o reforço do lugar da mulher como o da vítima”, detalhou.
Após a reflexão, as mulheres Unifesspa se confraternizaram com um coffe break oferecido pela DSQV. Música e uma manhã de cuidados com a beleza também fizeram parte da programação.
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