Ir direto para menu de acessibilidade.

GTranslate

pten

Opções de acessibilidade

Início do conteúdo da página
Últimas notícias

Historiografia em pauta: Professor de Xinguara publica artigo em revista de alto estrato

  • Publicado: Sexta, 20 de Agosto de 2021, 08h40
  • Última atualização em Sexta, 20 de Agosto de 2021, 17h23
  • Acessos: 1375

topoiRecentemente, o professor André Furtado, do Instituto de Estudos do Trópico Úmido (IETU) da Unifesspa, teve seu estudo “Os intermediários anônimos da autoria: Raízes do Brasil e o aparecimento difuso do nome ‘S(é)rgio Buarque de Hol(l)anda” publicado na edição nº 47 da revista científica “Topoi”, publicação vinculada ao Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Trata-se de um periódico já maior de idade, tanto por existir desde o ano 2000 quanto por manter, há mais de uma década, sua excelência pela classificação entre os altos estratos (A1) do sistema Qualis, operando através do princípio Open Access, especialmente a partir de 2008, quando a revista se tornou totalmente eletrônica para expandir as sólidas pesquisas que veicula junto à produção historiográfica contemporânea.

No artigo, Furtado analisa um conjunto de resenhas de caráter propagandístico e/ou que emergiram na cena pública sem identificação evidente de autoria declarada, mas que foram divulgadas à época do surgimento, em 1936, do já mencionado livro Raízes do Brasil. Com base nessas fontes relativas à recepção da chamada “obra de estreia” buarqueana que se materializaram, sobretudo, na imprensa, e circularam de forma majoritária por inúmeras cidades do território nacional – inclusive pelas ondas do rádio –, o historiador da Unifesspa atenta aos vestígios por vezes aparentemente insignificantes dessa documentação. Desse modo, seu estudo visa compreender os percursos da lenta emergência da figura-autor em destaque, hoje um nome incontornável da historiografia brasileira.

Um dos exemplos de traços observados na base empírica do artigo – invariavelmente ignorados até então pelos especialistas na matéria –, acha-se, justamente, na contracapa da primeira edição do livro, uma obra rara com a qual o pesquisador foi presenteado pelo também historiador Bruno Silva, docente da Unifesspa. À época,  André Furtado realizava o seu doutoramento pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense (PPGH-UFF), como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Quem o orientava era a Professora Giselle Martins Venancio, sendo que, com o estágio doutoral realizado na França, em 2017-2, ele pôde contar ainda com a supervisão do Professor Jean Hébrard, junto à École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS), de Paris.

livro furtado

“A fotografia que escolhi para abrir o artigo contém um tipo de detalhe representativo dos vestígios aos quais procurei atentar ao longo da reflexão. Isso porque, embora eu possa apostar que o livro, quase octogenário quando o ganhei (2015), custara uma pequena fortuna, o que se vê registrado, a lápis, no canto superior direito da página é um valor bem abaixo de sua cotação atual ou ao tempo do seu lançamento. Algo se processara entre aquele momento e os dias de hoje, de modo que defendo ser isto uma pista instigante a qualquer pesquisa interessada no capital cultural/científico de determinada obra e autoria junto ao poder de negociação que ela tem para fazer seus lances no desequilibrado jogo social. Daí a minha atenção a esse tipo de detalhe, além dos paratextos editoriais, isto é, os espaços que circundam a palavra impressa”, afirma Furtado.

O artigo corresponde a uma síntese do capítulo 1 da tese de doutorado do Professor André, ainda inédita, intitulada “Das fortunas críticas e apropriações ou Sérgio Buarque de Holanda, historiador desterrado”, que transitou pelos domínios da Historiografia, da Teoria e Metodologia da História, com ênfase na chamada História do Livro, da Edição e da Leitura.

Após receber três prêmios por sua tese, um deles no exterior, este estudo encontra-se em processo de editoração na Eduff, que é a Editora da Universidade Federal Fluminense. As honrarias em destaque foram as seguintes: o “Premio Internacional de Historia Intelectual en América Latina” (2016), concedido pela Asociación Europea de Historiadores Latinoamericanistas (AHILA) devido ao desenvolvimento do trabalho, então apresentado parcialmente no formato de artigo; o “Prêmio PPGH-UFF de Teses” (2019); e o “Prêmio UFF de Excelência”, na categoria de Melhor Tese do “Colégio das Humanidades” (2019).

andre furtadoCurrículo - Furtado integra os laboratórios Escritas da História: Historiografias do Sul (Escritas UFF); o Centro de Memória Oral e Pesquisa em História (CEMOPE, da Fundação Universidade Regional de Blumenau (SC) – FURB, instituição na qual obteve sua Graduação, orientado pela Professora Cristina Ferreira); o Mondes Américains (MONDA) e o Centre de Recherches sur le Brésil Colonial et Contemporain (CRBC), ambos da referida EHESS; e o Grupo de Ensino e Pesquisas Americanistas (GEPAm), da UNIFESSPA, onde é igualmente líder do Centro de Estudos em Teorias da História e Historiografias (CETHAS).

Além disso, recentemente ingressou no corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Ensino de História / Mestrado Profissional (PROFHISTÓRIA), Campus Xinguara, e hoje possui duas novas investigações em curso: a primeira sobre a consolidação autoral buarqueana, a partir dos anos 1970, mas agora por meio de livros didáticos junto à coleção homônima ao nome do intelectual em apreço; e a segunda sobre a circulação internacional das ideias nos projetos de tradução da literatura ibero-americana na cena do pós-Segunda Guerra Mundial, que foi promovido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

Esta última pesquisa conta, aliás, com estudantes bolsistas cujos fomentos integram o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), respectivamente financiadas pelos convênios entre a Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Inovação Tecnológica (Propit) da Unifesspa com a Fundação Amazônia Paraense de Amparo à Pesquisa (Fapespa) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Para acessar a Revista “Topoi”, clique em https://revistatopoi.org/site/. Já o artigo, especificamente, encontra-se disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/2237-101X02204703

Fim do conteúdo da página