Discente de Ciências Contábeis defende TCC sobre acessibilidade contábil em comunidades quilombolas
No dia 12 de agosto, o discente Damásio Baia, de Ciências Contábeis do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (ICSA) do campi de Rondon do Pará realizou a defesa do seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) com o título “Acessibilidade Contábil e Cidadania: proposta de auxílio contábil itinerante nos quilombos de Igarapé Preto – PA e outras comunidades vulneráveis nos entornos”. O aluno é quilombola e pertence a comunidade de Igarapé Preto que fica localizada na região do baixo Tocantins, no município de Oeiras do Pará, na fronteira com o município de Baião, sendo cortada pela rodovia BR-422 (Transcametá) e por uma estrada vicinal conhecida conhecido como ramal da Incobal.
Quando relata sobre sua trajetória dentro da Unifesspa e como avalia o seu tempo dentro do curso, Damásio só tem elogios “Ótimo, pois a universidade em si sabe valorizar o aluno, dar incentivos, e todo tipo de apoio para qualquer dificuldade. Aprendi muito com o curso e só tenho que parabenizar aos funcionários.” O discente também reforça que além dos funcionários, a comunidade onde vive foi essencial para a sua graduação e para o seu trabalho final, “A comunidade sempre nos ajuda e minha relação com ela é muito forte. Além disso, foi a comunidade que me fez ver que se precisava de um profissional capacitado na área para ajudar os moradores daqui.”
Damásio além de ser quilombola, possui baixa visão, dificuldade que o acompanha antes mesmo de ingressar no ensino superior. Perguntado se de alguma forma isso o atrapalhou ou o fez pensar em desistir, o discente fala que apesar do empecilho durante a graduação, jamais pensou em desistir. E em meio a pandemia, o aluno também utilizou da plataforma digital Google Meet para realizar estudos e para finalizar o seu trabalho final.
Em conversa com a profª. Ma. Miraci Matos do Carmo, vice-diretora da Faculdade de Ciências Contábeis da Unifesspa, perguntamos sobre qual a forma que a faculdade utiliza para auxiliar qualquer aluno que ingresse no curso e que tenha alguma deficiência ou dificuldade de aprendizado. A professora diz “quando detectamos que algum aluno precisa de auxílio profissional adequado, entramos em contato com o NAEA em Marabá. No caso do Damásio, os serviços que utilizamos foi o seguinte, os professores que estavam na turma, solicitavam a ampliação da fonte de todo o material de apoio que seria utilizado na turma, mandavam para o e-mail do NAEA, e eles devolviam na fonte adequada para ele. Quando era uma prova no ICSA, procurávamos imprimir sempre na fonte 25, que ele se sentia mais confortável.”
Perguntada, também, sobre a importância de se ter alunos de diferentes etnias, raças, cores, credos etc. A professora informa que a universidade é uma espaço essencial para que todos possam expor suas ideias e aquilo que acreditam, “eu me sinto muito feliz em perceber essa mistura, já que estamos em uma universidade, ou seja, universo. É importante para que todos possam expor suas ideias, expor aquilo em que acreditam, e claro que com direitos de concordar ou não, mostrando que o ensino público de qualidade é disponível para todos. E que temos que lutar para garantir que assim continue.”, afirma.
Por fim, ao falar sobre o que espera agora que está formado, Damásio afirma que pretende exercer a sua profissão na comunidade. Em seu trabalho o discente constatou que todos os participantes de sua pesquisa disseram precisar e mostraram-se abertos a receber ajuda de um profissional contábil que cuidasse de forma mais profissional de seus negócios.
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