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PROPIT/PROEX

Projeto que monitora pesca artesanal se reinventa e aumenta banco de dados durante a pandemia

  • Publicado: Sexta, 27 de Agosto de 2021, 18h31
  • Última atualização em Quarta, 08 de Setembro de 2021, 12h41
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O programa de extensão de monitoramento da pesca da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) teve início em 2015, capacitando pescadores e monitorando o quantitativo de pesca por quilo, inicialmente em uma fase experimental, na vila Tauiry e Santo Antonino (Itupiranga) e na APA Araguaia (vilas Santa Cruz e Ilha de Campo - São Geraldo do Araguaia). Hoje com seis anos de existência o projeto faz parte de um trabalho maior em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) que abrange os estados do Pará, Tocantins e Roraima, com recursos do Fundo Amazônia.

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No início do projeto, entre anos de 2015 a 2017, o trabalho era realizado com o modelo 'auto-monitoramento', onde cada pescador anotava em uma ficha de pesca sua produção pesqueira. “Neste período tivemos o apoio da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Estudantis (Proex) e da Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Inovação Tecnológica (Propit), com bolsas para alunos de graduação, que foram capacitados para auxilar no monitoramento”, explica a coordenadora do projeto, Cristiane Vieira da Cunha, doutora em Ciências Ambientais e vinculada ao curso de Educação no Campo e do Núcleo de Educação Ambiental da Unifesspa.

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A evolução do projeto

Embora ainda estivesse no início, nos anos de 2015 a 2017 o projeto conseguiu resultados muito promissores, o que motivou o grupo a buscar parcerias externas, o fortalecimento de parcerias internas e com movimentos sociais. No ano de 2018 a Embrapa se interessou no programa, e entraram os extensionistas que trabalharam na articulação de um acordo de cooperação técnica para a continuidade e ampliação do monitoramento.

“O acordo foi encaminhado e a Embrapa assumiu o programa como coordenação geral e eu fiquei como coordenação local. O monitoramento foi ampliado para os estados do Tocantins, Roraima e Pará. No Pará participaram entre 2019 e 2020 as comunidades: vila Santa Cruz e pescadores da sede de São Geraldo do Araguaia; Vila Apinagés (São João do Araguaia); pescadores do bairro Vavazão e São Félix (Marabá); pescadores do entorno do Pedral do Lourenção (Itupiranga, Nova Ipixuna, Novo Repartimento e Jacundá)”, explica Cristine Cunha.

Acompanhe a evolução do trabalho ao longo dos anos, com a ilustração dos gráficos abaixo, ambos usam os mesmos dados, que levam em conta o cadastro de peixe ao longo dos anos. Foram usados dois modos de ilustração dos dados para facilitar ao leitor a visualização do crescimento.

 

Grafico_1.PNG     Grafico_2.PNG

 

 Já o gráfico abaixo leva em conta o quilo do peixe registrado nas pescarias ao longo dos anos.

 

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A tabela abaixo detalha os dados conseguidos com a pesquisa realizada ao longo dos anos.

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De 2016 a 2020 foram cadastradas 2950 fichas de pesca, totalizando um montante de 11.316 pescarias registradas. Todas as pescarias foram feitas em três grandes rios, Tocantins, Araguaia, Itacaiúnas, por 15 comunidades diferentes. A ação envolve os municípios de São Geraldo, São João, Marabá, Itupiranga, Novo Repartimento, Jacundá e Nova Ipixuna.

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Todos os dados coletados neste trabalho, Propesca/Pará, são tabulados em programa próprio - Sistema de Estatística Pesqueira (SIEPE), que foi construído pela equipe do Laboratório de Computação Cientifica (LCC) da Unifesspa.

Sobre a importância do projeto para a comunidade local, a professora em ciências ambientais explica que as informações tira da invisibilidade a classe de pescadores(as), pois não há nenhum registro sobre a produção pesqueira para a região; além disso, o processo de automonitorar a produção fornece meios para melhor compreensão sobre a atividade pelo próprio pescador(ra), sua família e comunidade. “Também contribuímos para a formação de monitores locais e lideranças fortes, bem como na formação de nossos alunos da universidade no sentido de uma pesquisa que integre, que é crítica e se importa com o outro”, destaca.

Para a pesquisadora e extensionistas, Cristine Cunha, com estas informações a classe pode lutar por melhorias no setor e afirmar que a classe é uma importante categoria que contribui efetivamente para a economia local. As informações sobre a produção também ajuda a lutar por direitos coletivos.

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Adequações por conta da Pandemia

A coordenadora do projeto explica que foi necessário fazer adequações na metodologia do trabalho que vinha sendo desenvolvido. “Começamos pelos monitores locais, com orientação sobre as medidas de prevenção. Distribuição de kits de proteção individual (mascaras e álcool em gel), para eles e para os pescadores e pescadoras. Nosso foco no início da pandemia foi fazer a vigilância sanitária dessas comunidades e na orientação sobre a venda do pescado de maneira segura. Os monitores de pesca, por serem da localidade ficaram responsáveis por organizar um grupo de WhatsApp em cada comunidade. Neste grupo tínhamos a possibilidade de fazer a vigilância sanitária e enviar orientações diversas, mesmo no cenário de distanciamento social”, informou.

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Parceiros

O distanciamento social, necessário como medida de segurança contra a Covid-19,foi um dos maiores desafios de continuar com esse projeto durante a pandemia. “Esse tipo de projeto exigem uma presença constante nas comunidades e com os grupos de pescadores e pescadoras”, conta a pesquisadora. Para driblar esse desafio, foram criados grupos de WhatsApp. “Esse impacto foi amenizado com a criação desses grupos de WhatsApp locais, mas infelizmente nem todos os pescadores(as) têm acesso a estas tecnologias”, explicou.

Outro desafio é a escassez de recursos, “neste caso contamos com o apoio das associações locais, de lideranças, de movimentos sociais, que nos apoiam com combustível para levar ou buscar materiais, alimentação em dias de campo, doações de mascaras e álcool em gel, etc.  Durante a pandemia também contamos com o apoio da Fiocruz, isto muito ajudou as comunidades do entorno do Pedral do Lourenção no combate à fome e a contaminação por Covid-19”, esclarece a pesquisadora.

 

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