Primeiro dia da calourada debate as lutas quilombolas e o acesso à educação superior
Nesta quarta-feira (08), começou oficialmente a VIII Semana de Recepção e Integração dos Calouros Unifesspa. Com uma programação que se estende até o dia 17 de setembro, a calourada abordará diversos assuntos que estão relacionados com a universidade e todos aqueles que a compõem.
Em seu primeiro dia de realização, o evento trouxe durante o turno da tarde a mesa-redonda “As lutas quilombolas e o acesso à educação superior”, que contou com a presença de Erica Nascimento Monteiro, representante da Malungu, e Zé Carlos Galiza, que representou a Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (CONAQ). A mediação foi feita pela discente de pós-graduação da Unifesspa, Gisele Coelho, quilombola da Vila Nova Jutaí.
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Érica contou um pouco sobre sua trajetória e as dificuldades que enfrentou durante a graduação. A participante foi uma das primeiras alunas quilombolas a entrar no ensino superior por conta do processo seletivo especial para alunos indígenas e quilombolas na Universidade Federal do Pará (UFPA).
Érica menciona o projeto SOME ou Sistema de Organização Modular de Ensino, que é uma modalidade de ensino que garante o ensino médio em localidades distantes das sedes municipais. Ofertado pela governo do estado por meio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) expondo que o sistema de aulas era rápido demais e que eles “sumiam” logo após o tempo estimado das aulas. A participante conta que os quilombolas não têm um preparo suficiente dentro de suas comunidades e que normalmente precisam se locomover para os grandes centros a fim de terminar os estudos. Em sua fala, ela complementa, “É muito difícil um aluno quilombola entrar na universidade. Mas é muito mais difícil esse aluno se manter.”
Já José Carlos Galiza, que atualmente trabalha na assessoria CONAQ, focou em falar sobre o acesso dos quilombolas e relembrou alguns momentos que o fizeram sentir que a luta quilombola pelo acesso ao ensino superior já começou a trazer bons resultados para as comunidades. Um ponto importante ressaltado pelo participante da mesa é de que com as conquistas feitas pelos alunos quilombolas, agora a Universidade Federal Rural do Pará (UFRA) também contará com um processo seletivo especial para alunos indígenas e quilombolas.
O evento segue até o dia 17 de setembro contando com uma programação diversa e que irá debater sobre diversos assuntos. Para mais informações acesse: www.unifesspa.edu.br/calouro
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