Durante a pandemia, projeto que ensina matemática de forma descontraída passa por reformulações para continuar atividade
O projeto de extensão “Laboratório de Ensino de Matemática Vai às Escolas: Oficinas de Conteúdos Matemáticos para Alunos da Rede Pública de Marabá”, como o próprio nome já diz, realiza oficinas de matemática. Para desenvolver o trabalho, a equipe faz uso de recursos de um laboratório móvel, que vai até as escolas públicas de Marabá ensinar de forma lúdica e com foco em atividades cotidianas, para facilitar o aprendizado nessa área do conhecimento. O projeto que faz parte Faculdade de Matemática (Famat) da Unifesspa, nasceu em 2019, mas durante a pandemia passou por adequações para continuar com suas atividades.
Entre os recursos do laboratório de matemática estão os jogos, equipamentos, materiais e livros. “Através desse projeto muitos alunos da escola básica já tiveram acesso a oficinas e outros cursos que utilizam os recursos do Laboratório de Ensino em Matemática (LEM) e que levam a proposta de vivência e experiência de alunos da rede básica. Essa interação favorece tanto a escola básica quanto a universidade já que os alunos da universidade têm a oportunidade de aprender mais sobre os recursos do laboratório e como ensinar matemática através de recursos variados”, informou Kátia Regina da Silva, professora da Famat.
Sobre o projeto
Com o projeto os alunos das escolas básicas têm a oportunidade de se aproximar da matemática de forma mais interessante, interativa, prazerosa, o que pode favorecer ainda mais o aprendizado e o envolvimento com essa área do conhecimento. O trabalho é coordenado e orientado pela Dra Maria Margarete Delaia, tendo como membros colaboradores: Elizabeth Rego Sabino; Dióscoros Brito Aguiar Junior; Kátia Regina da Silva; Marcelo de Sousa Oliveira e Renata Soraia Guimarães dos Santos. Além dos bolsistas Matheus Rosa Marinho, que atuou em 2020, e Camila do Camo Morais, que atua em 2021.
Todo o trabalho desenvolvido neste projeto é baseado no levantamento das necessidades das escolas. Atualmente o trabalho é realizado em três escolas pilotos: A Escola José Cursino de Azevedo, ensino fundamental; a Escola Pequeno Príncipe, de ensino fundamental e médio e a Escola Walquise Vianna da Silveira, de ensino médio.
Antes de começar o trabalho das oficinas nas escolas, o grupo do LEM faz o levantamento do diagnóstico para descobrir as necessidades dos estudantes ou usa o diagnóstico apresentado pela Secretara Municipal de Educação (Semed) e pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc). Após isso, são elaboradas estratégias e propostas de intervenção que são associados aos recursos disponíveis no laboratório de ensino de matemática. Após as oficinas serem ministradas, a equipe faz um novo diagnóstico de aprendizado, onde é detectado melhorias no aprendizado desses alunos.
“Durante as oficinas percebemos que os professores também estão envolvidos. Eles também aprendem sobre a dinâmica do uso dos recursos associando aos conteúdos matemáticos, e acabam se tornando nossos parceiros no processo. Ajudam a levantar às necessidades dos alunos e a definir quais conteúdos serão abordados nas oficinas e qual a ordem de prioridade”, explica a professora da Famat, Maria Margarete Delaia.
Adequações durante a pandemia
“No início ficamos sem saber como poderíamos desenvolver as oficinas de ensino de matemática, como o laboratório poderia ir às escolas, se as escolas estavam fechadas. Então fizemos adaptações. Pegamos as atividades temáticas e o levantamento de atividades dos alunos, quando as escolas ainda não estavam fazendo ensino remoto, no mês de junho, e já começamos a despertar em relação ensino remoto e fomos buscar esses alunos”, conta a professora Margarete.
Após isso, o grupo entrou em contato com a direção de uma das escolas e a diretora colocou um convite pelo grupo de pais de cada uma das turmas e os alunos se inscreveram nas oficinais. “Continuamos a manter as atividades em formato de laboratório, mas os alunos adequavam os materiais que tinham em casa. Por exemplo, quando usamos o tangram, que dá para fazer com uma folha de papel, nos pedíamos para eles providenciarem o papel para próxima aula, e assim foi durante às oficinas”, explica a professora Maria Margarete, acrescentando que o grupo foi verificando as possibilidades de construir esses recursos com os materiais que eles tinham em casa.
O desafio para o formato remoto foi a falta de recurso tecnológico (computador, tablete ou smartphone) por parte dos alunos, já que nem todos tinham para participar das oficinas. Mas mesmo com os desafios, o projeto nesse formato teve uma grande importância, pois alguns alunos da rede básica puderam continuar a aprender e se aproximar da matemática de forma mais interessante, interativa, prazerosa, favorecendo o aprendizado e o desenvolvimento com essa área do conhecimento.
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