Unifesspa e Prefeitura de Marabá discutem oferta de transporte público à comunidade acadêmica
Os problemas de transporte público atravessam as realidades de inúmeras cidades do Brasil, e soluções de mobilidade urbana tornam-se cada vez mais urgentes para governos municipais. Para discutir o tema e a demanda de transporte público da comunidade universitária da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), dirigentes da instituição reuniram-se com representantes da Secretaria Municipal de Segurança Institucional de Marabá e da Integração Serviços, empresa responsável pelo transporte municipal.
A agenda atendeu à solicitação da Unifesspa para a Prefeitura de Marabá sobre a urgente e histórica demanda de transporte público de qualidade de que necessita a comunidade universitária para o deslocamento entre suas casas e as três unidades da instituição na cidade. Pela Constituição Federal de 1988, no seu Artigo 30, cabe aos municípios “organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluindo o de transporte coletivo, que tem caráter essencial”.
Esta foi reunião que definiu de forma mais concreta as demandas e selou o compromisso da administração municipal sobre o tema desde que a Unifesspa suspendeu o serviço de transporte com ônibus próprio devido aos cortes orçamentários e à pandemia da COVID-19. “Nosso principal objetivo nesta reunião é reforçar as nossas demandas. Vamos entregar a nossa proposta de funcionamento da rota a eles. A ideia é que alunos da Educação do Campo já sejam atendidos em janeiro, mas que todos possam usufruir do serviço completo a partir de março. O transporte sofreu um revés durante a pandemia. Mas, estamos em debate e, finalmente, vamos conseguir atender a essa demanda histórica da Unifesspa”, explica o reitor da Unifesspa, professor Francisco Ribeiro.
Para 2022, a Secretaria de Infraestrutura da Unifesspa (Sinfra) estima que circulem na Cidade Universitária (Unidade 3), localizada no bairro Cidade Jardim, o mais distante do centro de Marabá, cerca de 3 mil pessoas por dia, nos três turnos. Na Rota Universitária, aproximadamente 1.500 passagens devem ser emitidas diariamente, considerando ida e volta dos usuários. A estimativa é baseada nos dados coletados pela Sinfra antes da pandemia.
Segundo Jair Barata, secretário de Segurança Institucional de Marabá, a pandemia alterou a implementação da Rota Universitária (no.10), que passou pelo processo de licitação e de contratação da empresa responsável pelo serviço. “A pandemia veio atrapalhar muito os projetos e os contatos feitos com a reitoria da Unifesspa. Nós vamos fazer a rota universitária sair do papel e virar uma realidade. Nós estamos planejando a rota, a quantidade de ônibus por horário e outros detalhes. Esperamos que esse seja um resgate do transporte rodoviário coletivo em Marabá”, destaca o secretário.
Funcionamento da rota
Entre as demandas da Unifesspa está a oferta do serviço de transporte que contemple os públicos das três unidades de Marabá, por meio da integração com as demais rotas municipais. A ideia é que a comunidade pague somente o valor de uma passagem para chegar e sair das dependências da instituição. Também são preocupações da Unifesspa a acessibilidade a pessoas com deficiência, o conforto e a segurança dos usuários.
O compromisso da empresa responsável é atender às solicitações. “Estamos tratando de fazer uma rota exclusiva, que deve começar estar com ela em operação em janeiro como teste e, com força total, em março. Mesmo com o terminal de integração não estando pronto, pretendemos fazer um terminal provisório só para a universidade na Unidade I. Vamos ter um sistema de cartão temporal, que o usuário vai poder trocar de veículo sem custo”, explica Clécio Siqueira, empresário. “É um projeto piloto que está sendo feito. Esses trabalhos começam em final de novembro, com a parte burocrática. A prática e a técnica, em dezembro e janeiro. De acordo com o número de usuários que formos atendendo, vamos fazendo as adequações”, complementa Siqueira.
Na reunião, um grupo de trabalho foi montado com a Divisão de Transportes da Unifesspa. O GT fará um estudo técnico sobre o quantitativo de usuários, as áreas de impacto do serviço, o tempo de percurso, os horários de circulação, além das adaptações do itinerário. “Para funcionar, precisamos de logística, estrutura e acesso ao campus. A prefeitura é quem detém a responsabilidade de fornecer a mobilidade urbana à população de todos os núcleos da cidade, e começamos a deliberar, traçar estratégias e fazer o planejamento para que, de fato, o serviço saia do papel e que todos consigam trabalhar, estudar e usufruir da universidade. Temos confiança que a prefeitura fará a parte dela e vamos trabalhar em conjunto para que tudo funcione”, a firma o chefe da Divisão, William Silva.
Juntamente com o estudo de implementação da rota universitária, um aplicativo de monitoramento de horários e localização dos ônibus deve ser lançado, também por meio da parceria entre Unifesspa, Prefeitura e empresa concessionária.
Auxílio transporte
Além do serviço de transporte, a Unifesspa vem buscando ampliar a oferta de auxílio a estudantes de baixa renda (até 1 salário mínimo e meio por pessoa por família), ofertado desde 2018, com os recursos do Programa Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes). A Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Estudantis (Proex) está elaborando o planejamento para discutir a ampliação dos recursos entre as demandas da comunidade estudantil.
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