Dia Mundial de Luta contra a AIDS: a importância do conhecimento, prevenção e tratamento da doença
O Dia Mundial de Luta contra a Aids, 1° de dezembro, foi instituído para sensibilizar a população a respeito da prevenção e do tratamento da doença, que teve seus primeiros casos confirmados em 1981, nos Estados Unidos, e se espelhou rapidamente pelo mundo, sendo considerada uma epidemia até hoje.
A aids é a doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV é a sigla em inglês). Esse vírus ataca o sistema imunológico, que é o responsável por defender o organismo de doenças. Com isso, o sistema de defesa vai aos poucos perdendo a capacidade de responder adequadamente, tornando o corpo mais vulnerável a doenças. Quando o organismo não tem mais forças para combater esses agentes externos, a pessoa começar a ficar doente mais facilmente e então se diz que tem aids.
Apesar de ainda não ter cura, o vírus HIV tem tratamento. O diagnóstico precoce aliado ao tratamento adequado contribui para uma melhor qualidade de vida do paciente. Por isso, a importância da prevenção, testagem e das campanhas de conscientização, como o “Dezembro Vermelho”, que marca uma grande mobilização nacional na luta contra o vírus HIV.
De acordo com dados do Centro de Testagem e Aconselhamento/ Serviço de Atendimento Especializado - SAE/CTA, de Marabá, em 2020 foram diagnosticados 238 novos casos de HIV, sendo 143 homens e 95 mulheres. Já este ano, de janeiro a junho, foram confirmados 102 novos casos de HIV em Marabá e região, sendo que 64 em pessoas do sexo masculino e 38 do feminino.
Considerando o aumento de casos na região e também os estigmas enfrentados pelos soropositivos, recentemente, a Faculdade de Psicologia (Fapsi) da Unifesspa deu início ao projeto “Acolhe e Ouvir”. A iniciativa busca oferecer apoio psicológico para pessoas que vivem com HIV/AIDS, com foco no acolhimento, suporte social e adesão ao tratamento. O projeto tem ocorrido de forma on-line, sob sigilo, com a participação de estagiários, supervisionados pela Profª Drª Mayara Sindeaux.
Segundo a docente, um dos maiores desafios é estimular que o público-alvo busque ampliar suas redes de apoio formal e informal, o que inclui a própria participação no "Projeto Acolher e Ouvir", tendo em vista que uma parcela das pessoas que vivem com HIV/AIDS se isolam e se distanciam, até mesmo de projetos e/ou serviços que visam promover saúde e bem-estar, devido ao medo de exposição de sua identidade e de sofrer algum tipo de represália.
O primeiro ciclo de atendimentos, que será finalizado no dia 13 de dezembro, não teve grande adesão justamente por esse motivo. Mayara Sindeaux acrescenta que as pessoas que atualmente estão no projeto são de outros de estados e que, por isso, se sentiram confortáveis em participar sem o risco de se expor nos locais onde vivem. O fato das atividades serem virtuais também foi fator positivo e será mantido na próximo etapa de atendimentos, prevista para ocorrer em março do ano que vem.
Estatísticas - Atualmente, cerca de 920 mil pessoas vivem com HIV no Brasil. Dessas, 89% foram diagnosticadas, 77% fazem tratamento com antirretroviral e 94% das pessoas em tratamento não transmitem o HIV por via sexual por terem atingido carga viral indetectável. Em 2020, até outubro, cerca de 642 mil pessoas estavam em tratamento antirretroviral.
No Brasil, em 2019, foram diagnosticados quase 43 mil novos casos de HIV e 37.308 casos de Aids. A maior concentração de casos de Aids está entre os jovens, de 25 a 39 anos, de ambos os sexos, com 492,8 mil registros. Os casos nessa faixa etária correspondem a 52,4% dos casos do sexo masculino e, entre as mulheres, a 48,4% do total de casos registrados. Os dados foram obtidos do Boletim Epidemiológico publicado no site http://www.aids.gov.br/.
Prevenção - O preservativo, ou camisinha, é o método mais conhecido, acessível e eficaz para se prevenir da infecção pelo HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST). Além disso, a transmissão do HIV e, por consequência da AIDS, pode acontecer das seguintes formas: uso de seringa por mais de uma pessoa; transfusão de sangue contaminado; da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação; instrumentos que furam ou cortam não esterilizados.
Diagnóstico - Conhecer o quanto antes a sorologia positiva para o HIV aumenta muito a expectativa de vida de uma pessoa que vive com o vírus. Quem se testa com regularidade, busca tratamento no tempo certo e segue as recomendações da equipe de saúde ganha muito em qualidade de vida. Por isso, caso tenha passado por uma situação de risco, como ter feito sexo desprotegido ou compartilhado seringas, faça o teste anti-HIV.
O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito a partir da coleta de sangue ou por fluido oral. No Brasil, temos os exames laboratoriais e os testes rápidos, que detectam os anticorpos contra o HIV em cerca de 30 minutos. Esses testes são realizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA).
Tratamento – A professora Mayara Sindeaux explica que os conhecimentos e o cuidado à pessoa com HIV (vírus da imunodeficiência humana) avançaram significativamente desde a descoberta da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA/AIDS). Isto possibilitou que a infecção pelo HIV fosse caracterizada como uma condição crônica, a qual pode ou não levar a um quadro de AIDS.
“O tratamento disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS), quando seguido corretamente, permite que o avanço da infecção seja controlado. Entretanto, a falta de informação e o estigma associado ao HIV podem impedir que isto ocorra, uma vez que uma parcela das pessoas demora a iniciar o acompanhamento de saúde adequado por medo de realizar a testagem para o HIV ou sente dificuldade para aderir ao tratamento por receio de que outras pessoas saibam do diagnóstico e, por isso, venha a sofrer preconceito e violências”, afirma.
*Com informações do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde; Serviço de Atendimento Especializado/Centro de Testagem e Aconselhamento (SAE/CTA) de Marabá; e Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS).
Fotos: Reprodução/Internet.
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