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Dia Internacional da Pessoa com Deficiência: discente da Unifesspa fala sobre a sua trajetória

  • Publicado: Sexta, 03 de Dezembro de 2021, 18h22
  • Última atualização em Segunda, 06 de Dezembro de 2021, 08h18
  • Acessos: 2636

Lucas 1Nesta sexta-feira, 03 de dezembro, que remete ao Dia Internacional da Pessoa com Deficiência - data que tem o propósito de refletir e buscar medidas de inclusão - conheceremos um pouco da história de Lucas Melquides da Silva, de 21 anos, que tem paralisia cerebral e sabe bem o que é enfrentar muitos desafios no seu dia a dia. Mais que isso: aprendeu desde cedo o poder da realização de conquistar seus sonhos e, por isso, busca ajudar outras pessoas.

Campeão de bocha, gamer e discente da Faculdade de Artes Visuais, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), Lucas é um exemplo de que, com muita disciplina, dedicação e apoio social, é possível enfrentar os desafios e tornar seus sonhos realidade.  

Com emoção e satisfação, o estudante lembra de quando soube da sua aprovação na Unifesspa, que era algo muito almejado, e releva que entrar na Universidade foi um desses dias incríveis. “Foi muita boa a sensação, sensação de agradecimento a Deus. Fiquei feliz demais”, revela.

A inclusão social passa por um aprendizado mútuo, tanto da Universidade quanto dos alunos com algum tipo de deficiência. A educação tem um papel fundamental na construção de uma sociedade mais igualitária, humana e inclusiva, é o que relata o coordenador do curso de Artes Visuais, Amilton Damas. “Queremos que nossos alunos se sintam acolhidos e abraçados. Sabemos que há uma dificuldade de comunicação, mas estamos aprendendo juntos, e isso é importante. Somar forças, é um aprendendo com o outro. Nós aprendemos com eles e eles com a gente, essa é nossa troca”, explica.

"Ter um dia específico para comemorarmos o dia da pessoa com deficiência representa em especial o movimento de luta desta população em âmbito mundial e de suas famílias, militantes, profissionais e pesquisadores que atuam em diferentes setores da vida em sociedade. Como consequência dos movimentos políticos de lutas, temos um avanço significativo nas políticas públicas em termos de documentos legais, especialmente no Brasil que é um dos países em que mais se avança legalmente em suas diretrizes em prol dos direitos das pessoas com deficiência. Contudo, é notória a existência de um abismo na efetividade dos princípios inclusivos. Nesse cenário, sendo uma das pesquisadoras da área, militante e formadora de recursos humanos na área dos princípios de inclusão e acessibilidade, observo que há conquistas a se comemorar, mas temos ainda um longo caminho a percorrer para que de fato possamos ser chamados de uma sociedade inclusiva. Precisamos romper com uma cultura capacitista que se hegemoniza em nossa realidade cotidiana. Ressalta a vice-reitora da Unifesspa, Lucélia Cavalcante.

Outro grande orgulho de Lucas é o seu bom desempenho na modalidade esportiva Bocha, praticada por atletas com elevado grau de paralisia cerebral ou deficiências severas. Ao todo, Lucas possui 12 títulos dessa modalidade de competição, entre medalhas e troféus em Marabá e região

Além disso, o estudante de Artes Visuais, sonha em ajudar outras pessoas ensinando sobre produção de conteúdo na plataforma do Youtube. “O meu maior objetivo é ajudar pessoas que compartilham do mesmo sonho que eu, ensinando sobre como crescer no YouTube e sobre como criar a sua própria carreira na internet”.

Lucas_2.jpgYoutuber

Em seu canal chamado Net Teen, Lucas descreve: “Aqui é o meu lugar para ensinar tudo o que estou aprendendo sobre o YouTube na prática. Desde como editar vídeos, fazer thumnails, falar de frente para a câmera e ter ideias para vídeos, até como interpretar as estatísticas do YouTube Studio, como aumentar a taxa de retenção e a taxa de cliques, como crescer nas pesquisas do YouTube e como crescer no YouTube do zero e de verdade”.

Com produção ativa no Youtube, Lucas Melquides, posta novos vídeos todas as terças e sextas-feiras, que podem ajudar outras pessoas a entenderem melhor esse universo digital.

Desafios

Entre os principais desafios enfrentados, Lucas dá destaque ao atletismo (Bocha) e a sua faculdade de artes visuais. Além disso, sua mãe Katicilene Melquides Ferreira, que intermediou a entrevista com o acadêmico, também destaca como desafio os preconceitos enfrentados. “Os preconceitos, ainda são muitos. Antes até que a gente ficava triste, mas agora, os preconceitos a gente enfrenta de frente, porque meu filho veio para fazer diferença”, desabafa.

Sobre ser a mãe de um jovem com deficiência cerebral, Katicilene conta: “Eu agradeço muito a Deus por ter me escolhido para ser a mãe dele, mesmo com todas as dificuldades. Para mim, ele é uma pessoa normal, igual aos meus outros filhos. Trato ele do mesmo jeito que trato os outros para ele não se sentir diferente”, revela. “A sua grande paixão é o YouTube, ele sonha em ser reconhecido por suas habilidades e conhecimentos com a plataforma e também sonha em ajudar outras pessoas com deficiência a realizar seus sonhos”, explicou.

Inclusão

Sobre a inclusão de pessoas com deficiência a Unifesspa conta com o Núcleo de Acessibilidade (Naia), que é um espaço de atendimento pedagógico especializado em educação especial que presta assessoria e apoios especializados a setores da Unifesspa, na área dos princípios inclusivos, direitos e acessibilidade. O público do Naia são servidores e alunos com deficiência, transtorno do espectro autista e superdotados matriculados nos cursos de graduação e pós-graduação da instituição.

Em outras palavras, o Naia é responsável por contribuir com as políticas e práticas institucionais de acessibilidade física, arquitetônica, na comunicação e informação, atitudinal e pedagógica para alunos com deficiência, transtorno do espectro autista e altas habilidades/superdotação, e desse modo, atenuar as barreiras que obstruem o acesso a espaços, conhecimentos, bens culturais e interações sociais no ambiente universitário. O Núcleo é um órgão que desenvolve atividades na área de educação especial e acessibilidade, e atende diretamente os discentes e servidores público-alvo da educação especial, assim como, auxilia com orientações aos gestores, docentes, técnicos e demais discentes que compõem a comunidade universitária. Para a coordenadora do Naia, Lúcia Cristina Gomes dos Santos, "sendo a universidade um espaço de construção de conhecimento e cidadania, é imprescindível que esta instituição esteja comprometida com o desenvolvimento da comunidade na qual esteja inserida, assim sendo, o Núcleo atende a comunidade externa por meio do Departamento de Formação, ofertando formações na área da educaçao inclusiva para comunidade interna e externa (empresas, escolas de ensino básico públicas e privadas), inclusive, municípios circunvizinhos. As formações são no formato de palestras, roda de conversas e oficinas".

Além disso os programas desenvolvidos no Naia atendem exclusivamente aos discentes matriculados na Unifesspa. No entendo, O Núcleo tem o Departamento de Formação Inclusiva que atende as solicitações da comunidade interna e externa (empresas, escolas de ensino básico públicas e privadas). As formações são no formato de palestras, roda de conversas e oficinas.

"A Unifesspa tem um protagonismo nessa luta em parceria com vários setores e instituições. Tem promovido ações internas e externas com pesquisas, programas de formação e consultoria no apoio à implementação de políticas públicas. Destacamos a representação no Conselho municipal dos direitos da pessoa com deficiência de Maraba desde 2013 temos assento neste importante conselho. Temos realizado pesquisas colaborativas com redes de ensino público, temos atuado em diálogo e parcerias com associações de pessoas com deficiência, centros especializados de atendimentos e em diálogos e orientações de familiares de pessoas com deficiência. Internamente, a criação do Naia desde 2014 e o crescimento exponencial de matrículas de alunos e alunas com deficiência, constitui-se políticas efetivas de acesso e com o apoio especializado do naia, temos conquistado boas práticas de inclusão no ensino, pesquisa e extensão", finaliza Lucélia Cavalcante.

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