Ir direto para menu de acessibilidade.

GTranslate

pten

Opções de acessibilidade

Início do conteúdo da página
PIONEIRISMO

Unifesspa forma 1ª turma do Norte do Brasil em graduação de Direito da Terra  

  • Publicado: Terça, 11 de Janeiro de 2022, 17h33
  • Última atualização em Quarta, 12 de Janeiro de 2022, 12h06
  • Acessos: 2223

A primeira turma de Direito da Terra, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), colou grau no último sábado (08), no campus de Marabá, unidade 1. A turma que teve início em 2016.1 formou 42 alunos, todos filhos e filhas de assentados da reforma agrária. “Todos têm uma identidade com assentamentos e acampamentos da reforma agrária. Todos são filhos de camponeses e devem atuar na democracia popular, na defesa dos direitos humanos e do direito socioambiental”, informou Jorge Luís, diretor do Instituto de Estudos em Direito e Sociedade (IEDS).

DT1.jpeg

Estiveram presentes no evento familiares e amigos dos formandos, membros da reitoria da Unifesspa e do Instituto de Estudos em Direito e Sociedade (IEDS), bem como representantes dos movimentos sociais: Comissão da Pastoral da Terra (CPT), Movimento dos Atingidos por Barragens (Mab), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Federação dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares (Fetag), Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf) e Central Única dos Trabalhadores (CUT).

De acordo com Jorge Luís Ribeiro, diretor do IEDS, o número de participantes no evento foi reduzido por conta da pandemia do Coronavírus. Cada formando pôde convidar três pessoas para a colação que foi organizada no pátio da unidade 1, do campus de Marabá. “Foi escolhido o pátio por ser uma área aberta - como medida de segurança por causa da atual situação pandêmica - além disso, foi respeitado o distanciamento social, bem como o uso obrigatório de máscara de todos os presentes no local”, destacou.

Representatividade

Para o formando Cloves Pereira da Silva Júnior, do Assentamento Unidos para Vencer, da zona rural de Rondon do Pará e filho de agricultores familiar, o que o motivou a fazer este curso é poder atuar como advogado popular nos direitos humanos e nos conflitos possessórios para poder resolver conflitos como os que vivenciou. “Vivenciei muitos conflitos agrários e violência no campo. Tive amigos e parentes vítimas de pistolagem. Enfim, ousamos e reivindicamos, então decidi fazer direito para fazer luta na esfera jurídica em defesa dos trabalhadores rurais Sem Terra, por justiça no campo e paz na comunidade”, explicou.

DT2.jpeg

Sobre sua colação de grau, Cloves conta que foi emocionante finalmente ter chegado ao fim de mais um desafio. “De ter conseguido acessar um direito historicamente a nós, filhos de Sem Terra, negado. Mas principalmente, sentir o peso da responsabilidade de representar o projeto de classe ao qual foi me concedido, de defender os e as trabalhadoras e trabalhadores rurais Sem Terra, de voltar para minha comunidade e fazer a devolutiva, me sentir cheio de responsabilidades e reafirmei meu compromisso com as organizações sociais e com os camponeses”, concluiu.

Turma Frei Henri Burin des Roziers

A turma dos recém formados foi nomeada de "Frei Henri Burin des Roziers" em homenagem ao trabalho desenvolvido pelo frei em causas humanitárias, na defesa e promoção dos direitos humanos de trabalhadores e trabalhadoras rurais e seus defensores, atuando como advogado na Comissão Pastoral da Terra, nas regiões do Bico do Papagaio e sul e sudeste do Pará, durante três décadas, desde 1980. Ao homenageado também concedido (post mortem) o título de Doutor Honoris Causa em 2018 pelo Conselho Universitário da unifesspa.

 

Fim do conteúdo da página