Estudantes do Pronera se mobilizam para garantia do pagamento de bolsas oriundas de recursos externos
Estudantes do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), do curso de Letras, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), se mobilizam em um manifesto feito nas redes sociais para buscar respostas sobre a falta de repasse da bolsa de estudos, prevista no edital de seleção do Programa.
O Pronera, do curso de Letras, da Unifesspa, existe desde 2018, e é voltado a formação acadêmica de pessoas que moram no campo. O programa é uma parceria feita entre Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Unifesspa. O acordo previa que a instituição de ensino forneceria os profissionais para ministrar as aulas do curso e a estrutura de salas de aula, já o Incra custearia as bolsas, para pagamento dos professores e bolsa de ajuda de custo para os estudantes.
De acordo com a coordenadora administrativa do Pronera/letras/unifesspa, Nayara Camargo, as 50 vagas do processo seletivo foram destinadas aos moradores do campo de São Félix do Xingu, no edital previa uma bolsa de estudos para ajuda de custo dos estudantes. Porém o pagamento das bolsas só foi realizado no primeiro ano do programa, estando em atraso os anos de 2019, 2020, 2021 e este ano, de 2022.
“Em razão do atraso no pagamento das bolsas, os alunos têm encontrado dificuldades em participar das aulas, já que não possuem ajuda de custo para se locomover”, conta a professora Nayara e ressalta que “por conta da falta de bolsas muitos alunos desistiram do curso por não ter como custear a ida ao campus sa universidade. A turma que começou com 50 alunos hoje está com quase a metade”.
A estudante e representante da turma de Letras pelo Pronera, Deicla Valéria Nascimento, explica que o repasse das bolsas feito pelo Instituto só aconteceu no primeiro ano de curso, no entanto, os discentes e docentes mantiveram o curso. “Continuamos a fazer o curso com bastante sacrifício, mas agora a situação tá insustentável. São muitas despesas, de transporte, alimentação e todos os custos que envolvem se manter. O valor que a gente recebia pode parecer baixo, mas ajudava muito porque a gente economizava e fazia uma reserva no período que não tinha aula para poder custear o período letivo. Mas sem a bolsa não tá dando. É por isso que não estamos indo às aulas, até que a situação se regularize”, explica.
Segundo Deicla, os alunos têm se manifestado por meio de vídeos nas redes sociais em que explicam suas dificuldades em continuar com o curso sem a ajuda de curso. “Vimos quase 50% dos alunos desistir por não ter condições de se manter e todos os custos em geral. Nossa expectativa é de ter a resposta sobre essa situação e que tudo se resolva, que a gente receba o retroativo. Queremos uma resposta sobre essa situação”, desabada.
No próximo mês a Unifesspa, representada pelo Pronera Letras, se reunirá com o Incra para deliberar sobre o assunto.
Redes Sociais