Transplante de árvore: uma forma de salvar uma espécie arbórea
Elas contribuem com o sombreamento de ruas e avenidas, ajudam a reduzir a temperatura e também deixam o paisagismo ainda mais bonito. As árvores são um patrimônio ambiental de proteção da vida na terra. Contudo, com a intensa ocupação dos espaços nas cidades, algumas espécies podem crescer em locais de risco tanto para sua sobrevivência, quanto para a vida humana, como por exemplo aquelas localizadas próximo à rede elétrica.
Umas das alternativas mais louváveis para tentar garantir a sobrevivência de árvores em locais de risco é o transporte de espécies. Na Unifesspa, quem cuida do paisagismo e arborização dos espaços é o Departamento de Meio Ambiente da Secretaria de Infraestrutura (Sinfra).
A prática de manter as árvores no campus e não cortá-las tem intuito de proteger espécies raras que não poderiam ser substituídas. Além disso, outro fator relevante tem a ver com o tempo que uma nova árvore demoraria para crescer. Por isso, manter uma árvore traz vantagens como frutos, sombra, atração de abelhas para polinização gerando mais flores e contribui para o paisagismo da universidade assim mantendo o equilíbrio de prédios e árvores.
Em uma das mais recentes ações nesse sentido, um ipê nativo da região precisou ser transplantado de lugar. A árvore nasceu muito próximo a um poste de eletricidade e corria risco de não sobreviver já que suas raízes estavam crescendo por baixo da estrutura. Todo o processo foi guiado pela servidora Dalila dos Santos, responsável por todo esse processo que vem salvando árvores que cresceram em lugares de risco e são realocadas para outro espaço dentro do campus.
No total, já foram realizados 12 transplantes desse tipo na Unifesspa. Dentre elas, espécies como ipê, mangueiras e ingazeiros. Apenas dois mognos com o tipo de raiz pivotante tiveram maiores dificuldades e não sobreviveram ao transplante, pois suas raízes têm características profundas e vigorosas, o que dificulta na proteção do torrão, parte da planta que envolve terra e raízes.
Como é feito - Dalila explica que o processo de transplante é bastante delicado, assim como ocorre no processo em um humano. Segundo ela, para que essa ação possa ter êxito é preciso ter amor às árvores e boa vontade. “Primeiro você precisa ter amor e fé para acreditar que aquela planta vai sobreviver”, afirma. Quando uma árvore é replantada, ela precisa de um tempo para se restabelecer no novo local e sobreviver.
Antes de efetivamente transplantar os arbustos, é necessário fazer uma análise que envolve o levantamento de informações referentes àquela espécie, como por exemplo o formato de raízes. Só depois, é feita a retirada com todo cuidado para que não seja danificada.
“Para retirar as árvores é preciso fazer um cálculo da cava ao redor da árvore. Essa cava deve ser seis vezes maior que o diâmetro do caule. Nesse processo é preciso observar o sentido das raízes, protegendo suas estruturas e também o torrão, que é a parte que fica no início do caule”, detalha Dalila. Geralmente, esse processo é feito com equipamentos específicos para esses fins, mas na Unifesspa ocorre de forma manual com o apoio de colaboradores.
Dalila destaca, ainda, os cuidados após o processo de transplante. “A árvore deve ser recolocada na mesma posição em que estava, porque ela já está adaptada a receber luz do sol da antiga posição, caso contrário ela necessita de mais energia para sobreviver”. Depois de todo o processo, a árvore pode vir a perder as folhas, então ela deve ser irrigada e adubada para que se adapte e revitalize.
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