Xinguara: Mais um projeto da Faculdade de História é contemplado em edital do CNPq
No início do mês de março, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), via Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), divulgou resultado suplementar final do Edital Universal n. 18/2021, que adicionou mais um projeto da Faculdade de História (FHT), Campus Xinguara, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa).
Na lista definitiva, com mais de 1200 propostas contempladas, já constava o nome de Professor Dr. André Furtado (leia aqui a matéria) e, agora, foi anunciada a conquista do Professor Dr. Bruno Silva, do mesmo curso de História do Instituto de Estudos do Trópico Úmido (IETU), que também integra o corpo docente e Coordena o Programa de Pós-Graduação em Ensino de História/Mestrado Profissional (PROFHISTÓRIA).
O projeto submetido, intitulado “Circuitos Transoceânicos: o lugar das Américas no trânsito de ideias, bens e indivíduos, da Primeira Modernidade às Independências”, objetiva redimensionar o lugar da América Ibérica (séculos XVI-XIX), por meio das diferentes formas de etnogênese que criam diversos tipos de comunidades, tanto no mundo indígena quanto afro-americano e nas paragens orientais.
O estudo busca iluminar a importância do Novo Mundo na construção da ideia de mundialização ou globalização, abordando a circulação de pessoas, objetos, ideias e conhecimentos de maneira inovadora. Isso porque a pesquisa considera a América um espaço para a emergência de sociedades que não se limitam a mimese daquelas europeias, porém, observando que o local não é uma tela invertida sobre a qual o global se projeta.
Ao contrário disso, os cenários americanos nas suas mais diferentes relações com as bordas do Atlântico e o Oriente foram palcos de experiências que, descortinadas com a reavaliação de fontes já conhecidas e avançando igualmente sobre documentação ainda pouco explorada, podem nos revelar processos marcados menos pelo resultado de uma miscigenação das formas, culturas, técnicas, corpos e mais por tensões e trocas recíprocas.
De acordo com o pesquisador, o problema central reside em questionar explicações dicotômicas, a exemplo de: local/global, micro/macro, centro/periferia... que simplificam o passado americano. Assim, teórico-metodologicamente, os pesquisadores aqui reunidos buscam evidenciar, sobretudo através da perspectiva das Histórias Conectadas, fontes tais como: objetos de arte, compêndios de fauna e flora, artefatos de luxos, papéis diplomáticos, entre outros. Tudo isso para dialogar com as correntes epistemológicas que enfatizam a dimensão subjetiva e individual dos agentes históricos envolvidos no processo de expansão das monarquias europeias e nos processos independentistas do século XIX.
A proposta corresponde a um consórcio internacional, com membros diretamente ligados a oito instituições, quais sejam: a Unifesspa (Instituição executora que, além do Professor Bruno, na condição de coordenador, conta ainda com a participação da Professora Maria Clara Sales Carneiro Sampaio, igualmente da Unifesspa, docente do Curso de História no Campus de Marabá); e ainda a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), com a participação da Professora Hevelly Ferreira Acruche; a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), com o Professor Luis Guilherme Assis Kalil; o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA), com o Professor Raimundo Moreira das Neves Neto; a Universidade Estadual Paulista (UNESP), com a Professora Maria Emília Granduque José; a Universidade Federal Fluminense (UFF), com o Professor Ronald Raminelli; bem com, a Alemanha, com o Alexander Von Humboldt-Stiftung/Foundation (AVA) através da Professora Patrícia Marinho Aranha, e o México, com a Universidad Juárez Autónoma de Tabasco (UJAT), via colaboração da Professora Sonia Irene Ocaña Ruiz.
Segundo a Associação Nacional dos Professores de História (ANPUH), que divulgou uma nota da coordenação da área junto ao CNPq, foram ao todo 89 concorrentes da História, divididas entre propostas submetidas aos grupos da Faixa A (emergentes) e B (grupos consolidados). A área de História, em toda a região Norte, obteve apenas três projetos contemplados, dois deles na Faculdade de História (FHT) do Campus Xinguara.
A segunda proposta aprovada havia sido submetida na Faixa A, pois ancorada no Grupo de Ensino e Pesquisas Americanistas (GEPAM), laboratório que o Professor Bruno fundou em 2018 e lidera na Unifesspa. Em sua avaliação, “ambas as conquistas são fantásticas porque inéditas na área de História da Unifesspa. No caso do projeto que coordeno, viabilizará o fortalecimento do GEPAM no plano nacional e internacional” e destacou ainda que “a união de forças e excelências de instituições do Brasil e do exterior redundarão, por certo, em pesquisas altamente expressivas e qualificadas, fazendo jus à tradição historiográfica da História das Américas com a qual a equipe dialoga”.
A pesquisa viabilizará a realização de evento, compra de equipamento, produção de artigos e livros, apresentações e traduções de trabalhos, além de missões científicas para a realização de pesquisas nos acervos no exterior, especialmente no México, Estados Unidos e Espanha.
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