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Desde a criação da Unifesspa cerca de 3 mil alunos já foram beneficiados com a lei de cotas

  • Publicado: Sexta, 06 de Mai de 2022, 15h53
  • Última atualização em Quarta, 11 de Mai de 2022, 12h04
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Warlyson da Silva Rocha, Bruna de Souza Xavier e Pytàwà Warhyti Soares dos Santos Tembé possuem história de vidas distintas, mas uma questão em comum: todos eles foram beneficiados pela lei de cotas nº 12.711/2012. Tal lei completa 10 anos beneficiando negros, indígenas, quilombolas, bem como alunos que fizeram o ensino médio em escola pública.

Warlyson RochaO estudante do curso de Engenharia de Minas e Meio Ambiente, Warlyson Rocha, que veio da cidade de Uruará-PA, para fazer graduação na Unifesspa, ingressou na universidade por meio de cota para destinada para estudante de escola pública. Por meio do ensino de graduação, o discente conta que que iniciou estágio e tem se empenhado com a possibilidade de contratação na empresa. “Dentro da minha realidade, há uns 8 anos atrás, nunca imaginava que um dia teria a oportunidade de ingressar em um curso superior e ainda em uma universidade pública federal, e hoje posso me orgulhar de fazer parte da história da UNIFESSPA, instituição que abriu diversas portas para meu crescimento pessoal e profissional, sendo que atualmente estou em uma empresa multinacional presente em mais 40 países, tudo isso graças a nossa UNIFESSPA”, destacou.

O estudante pontua ainda que acredita que o ensino é a melhor forma de educação para qualquer cidadão. “Quando se aplica conhecimento estamos cada vez mais tornando uma sociedade mais evoluída, com pessoas pautadas no conhecimento científico, sem contar que nações com maiores investimentos na educação são mais desenvolvidos, tendo assim vários indicadores de desenvolvimento positivo, algo que nosso país ainda está buscando”.

Outra história que também foi modificada por meio do acesso ao ensino superior oportunizada por meio das cotas é a de Bruna de Souza Xavier. A egressa cursou Ciências Econômicas na Unifesspa e ingressou na instituição por meio de cotas destinadas a alunos de escola pública. “Sabemos que um aluno da escola pública tem suas precariedades, se comparado ao estudante de escola particular. Acredito que o sistema de cotas é uma forma de nivelar a entrada de todos, meio de transformação social”, declarou. 

Bruna conta ainda que atualmente está fazendo mestrado e que a graduação foi a porta de entrada para uma transformação em sua vida. “A primeira transformação é sobre a visão sobre o curso que acabei adquirindo, abrindo minha mente e até mesmo tirando alguns preconceitos antes enraizado pelo seio familiar. A segunda transformação é pela oportunidade que terei sobre o mercado de trabalho e a oportunidade de adquirir uma vida melhor”, ressaltou.

Bruna de Souza Xavier

As cotas também foram instrumento de transformação social para o estudante Pytàwà Warhyti Soares dos Santos Tembé, que entrou por meio de cota destinada aTembé estudante indígena, no ano de 2010. O egresso que cursou Engenharia de Minas e Meio Ambiente, pertence ao povo Tembé, do Alto Rio Guamá, que fica na região nordeste do Pará, no município de Santa Luzia.  

Para Pytàwà Tembé a reserva de vagas por meio de cotas pode transformar a realidade social. “Ao meu ver a cota é uma forma de equidade, de compensar o ensino que não foi adequado para o pré-universitário, principalmente aqueles de baixa renda, ribeirinhos, indígenas e quilombolas, que não  tiveram o ensino adequado do fundamental e médio, ensino da escola básica. A cota é uma forma de poder acessar o ensino superior”, argumenta.

O indígena explica ainda que acredita que o sistema de cotas garante o direito a estudar, de ter uma graduação. “Dentro do ensino superior é possível acessar programas que nivelam os estudantes que têm dificuldades aos outros estudantes. Aqui no Brasil não há uma distribuição justa, tanto de renda como consequentemente da educação. Então para mim, cotas são sim uma forma de reafirmar, de poder garantir o direito de estudar”, frizou.

Cotas na Unifessspa

A Unifesspa adota, em seu processo seletivo por meio do Sistema de Seleção Unificada, o Sisu, a reserva de 50% das vagas nos cursos de graduação, conforme a Lei nº 12.711/2012. Trata-se de uma política de ação afirmativa que tem como principal objetivo promover oportunidades para grupos sociais e/ou raciais que, historicamente, sofrem com a desigualdade. É necessário que todos os candidatos a essas cotas tenham feito o Ensino Médio integralmente em escolas públicas.

Atualmente no quadro estudantil da Unifesspa possui 7.566 estudantes, destes 2852 ingressaram por meio de cotas. Nos dados de cotas apresentados, estão as vagas destinadas a alunos que concorreram por baixa renda, escola pública e cor; escola pública e cor; escola pública e renda; escola pública; pessoa com deficiência; escola pública e pessoa com deficiência; escola pública, cor e pessoa com deficiência; escola pública, cor, renda e pessoa com deficiência.  

Entenda como funciona a distribuição das cotas na Unifesspa na matéria disponível no link aqui. A matéria traz uma descrição das contas sociais, das cotas para candidatos indígenas, das cotas para candidatos negros, sobre as cotas etnicidade, destinadas a candidatos oriundos dos povos do campo, indígenas e quilombolas e heteroidentificação complementar de autodeclarados negros (pretos e pardos).

Políticas públicas de permanência

Para manter os discentes nos cursos de graduação, a Unifesspa adota diversas políticas de permanência por meio de ações no tripé ensino, pesquisa, extensão e também na assistência estudantil. Por meio da Pró-reitoria de ensino e graduação (Proeg), são desenvolvidos 13 Programas que busca contribuir com o desenvolvimento acadêmico, e consequentemente, a permanência de estudantes. Os programas são:

Programa de Apoio Acadêmico Específico (PAAE):  dá suporte para discentes que possuem Transtorno de Aprendizado (TA) e/ou Transtorno de Aprendizado com Hiperatividade (TDAH);

Programa de Monitoria Geral (PMG): dá suporte ao desenvolvimento de disciplinas teóricas;

Programa de Monitoria Disciplinas com Práticas em Laboratório (PML): dá suporte ao desenvolvimento de disciplinas práticas;

Programa de Apoio ao Discente Ingressante (PADI): dá suporte para discentes que acabaram de ingressar no ensino superior, isto é, que estão até os dois primeiros semestres dos cursos;

Programa de Apoio a Laboratório de Ensino (PROLAB): dá suporte ao desenvolvimento das atividades realizadas em laboratórios de ensino;

Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID): proporciona aos discentes da primeira metade dos cursos de licenciatura sua inserção no cotidiano das escolas públicas de educação básica, contribuindo para o aperfeiçoamento da formação de docentes em nível superior;

Programa Residência Pedagógica (PRP): proporciona aos discentes da segunda metade dos cursos de licenciatura sua inserção no cotidiano das escolas públicas de educação básica, contribuindo para o aperfeiçoamento da formação de docentes em nível superior;

Programa de Apoio ao Estudante Quilombola (PAEQUI): dá apoio na inserção dos discentes quilombolas à Instituição;

Programa de Apoio ao Estudante Indígena (PAIND): dá apoio na inserção dos discentes indígenas à Instituição;

Programa de Educação Tutorial (PET): desenvolve atividades acadêmicas em padrões de qualidade de excelência, mediante grupos de aprendizagem tutorial;

Programa de Apoio a Projetos de Intervenção Metodológica (PAPIM): incentiva e apoia o desenvolvimento de atividades e experimentos que acrescentem métodos e técnicas eficazes ao processo de ensino-aprendizagem na Educação Básica;

Programa de Apoio a Inclusão Discentes com Deficiência (PAIDD): dá apoio à discentes com deficiência;

Programa de Acompanhamento Psicológico Estudantil (PAPSE): dá suporte psicológico para os discentes.

Em todos os 13 programas de ensino são realizadas reservas de vagas para discentes cotistas. Assim, esses discentes, além dos benefícios da execução dos programas, também têm a possibilidade de serem bolsistas. Outro benefício, é que os estudantes podem contar com o Departamento de Apoio Psicossociopedagógico (DAPSI) que possui uma equipe multiprofissional que promove ações de cunho psicológico, social e pedagógica para auxiliar na permanência dos estudantes.

Além disso, a Unifesspa conta com ações de pesquisa, desenvolvidas pela Pró-reitoria de pós-graduação, pesquisa e inovação tecnológica (Propit), o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica e Desenvolvimento Tecnológico (PIBIC, PIBITI e PIBIC-EM), com apoio das agências de fomento FAPESPA e CNPq, o qual possui reservas de vagas para discentes cotistas.

Também existem as ações de extensão, desenvolvidas pela Pró-reitoria de extensão e assuntos estudantis (Proex) desenvolvidas pelo Programa Institucional de Bolsas de Extensão (PIBEX), no qual possui reservas de vagas para discentes cotistas. A finalidade é apoiar práticas extensionistas, preferencialmente interdisciplinares, que priorizem a interação dialógica de saberes, de práticas de conhecimento e de ação.

A Proex também desenvolve ações de Assistência Estudantil, como o Programa de Apoio à Permanência: auxílios financeiros distribuídos entre quatro modalidades: Permanência, Moradia, Transporte e Creche; Auxílio Emergencial: subsídio financeiro, com prazo determinado, concedido a discentes de graduação que estejam em situação de vulnerabilidade socioeconômica e/ou risco social; Auxílio à Pessoa com Deficiência: é um subsídio financeiro ao discente com deficiência para usufruto em suas necessidades básicas, total ou parcialmente, como alimentação, transporte e material didático; Restaurante Universitário; Eventos acadêmicos/esportivos: apoio para os discentes participarem de eventos científicos e esportivos; Chromebooks: empréstimo de equipamento (Chromebook) para o desenvolvimento das atividades acadêmicas; Programa Bolsa Permanência: auxílio financeiro para os discentes indígenas e quilombolas, pagos diretamente pelo Ministério da Educação (MEC).

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