Pesquisadores e discentes estudam técnicas para fabricação de tijolos ecológicos

Já pensou usar material ecológico na construção civil? Buscando alternativas sustentáveis é que a Faculdade de Agronomia, em parceria com o curso de  Engenharia Civil, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) tem estudado e desenvolvido projetos de bioconstruções. A novidade do momento é o tijolo ecológico que tem sido alvo de estudos pelos discentes e orientado pelos professores, no polo da Unifesspa de Canaã dos Carajás. “A importância da sustentabilidade na construção civil é uma necessidade mundial. Atualmente, são estudados e desenvolvidos materiais que possibilitam que as construções se tornem mais amigáveis ambientalmente”, explica a pesquisadora Nuria Gallardo.

De acordo com a pesquisadora, a técnica de fabricação do bloco ecológico, além de reduzir a utilização de cimento e materiais naturais, dispensa a fase de queima. Portanto, garante a diminuição de emissão de gases poluentes e o uso e exploração de recursos naturais. “O rejeito de mineração substituirá parte do cimento e materiais naturais utilizados na fabricação dos tijolos. No final dos ensaios, saberemos qual é a quantidade que conseguiremos reduzir para atingir uma resistência adequada”, informou.

Na atual fase do estudo, estão sendo desenvolvidos ensaios de caracterização físicas e mecânicas para ver o comportamento do material. No mês de maio, bolsistas do curso de Engenharia Civil estiveram em Marabá para realizar os ensaios no laboratório da Faculdade de Engenharia Civil.

Participam do projeto os acadêmicos do cuurso de agronmia e de engenharia civil: Beatriz Lima de Souza,  Aline Cecília de Oliveira Monteiro, Cícero Lins de Oliveira Neto, Rayran Alves da Silva, Solange Camilo, Luís Flávio Silva Santos, Márcia Guedes Machado e Isidoro Marco Lameira Costa. Na coordenação estão os docentes Nuria Gallardo e Sabino Aguiar Neto. Além de contar com suporte na parte administrativa da equipe do Polo de Ensino Pesquisa, Extensão, Tecnologia e Inovação (Pepeti). 

A pesquisadora e engenheira civil, Nuria Gallardo, explica o diferencial do tijolo comum para o ecológico. “A principal diferença está na pegada sustentável do produto produzido a partir dos rejeitos, uma vez que estaremos dando um novo destino ao material anteriormente caracterizado como inservível. Assim, também teremos uma perspectiva de reinserção e manutenção de uma cadeia dentro da construção civil, pois estaremos aplicando a logística reversa para os rejeitos”, pontuou.

Para o estudante do segundo período de Agronomia, Rayran Alves da Silva, a experiência de participar do projeto tem sido muito construtiva tanto para a parte acadêmica quanto profissional. “Já me sinto capaz de instalar e desenvolver pesquisas e busco melhorar ainda mais”. De acordo com o discente, o estudo deve contribuir com o meio ambiente. “É um método mais ecológico e menos agressivo que os industriais; traz inúmeros benefícios, como o uso de materiais alternativos, para geração e fabricação de tijolos, de biofertilizante e de biogás. Produtos esses que vão ser destinados em primeira instância às propriedades rurais”, explicou.

Para o acadêmico do 5° período de engenharia civil, Cicero Lins de Oliveira Neto, a experiência de participar do projeto de bioconstruções também tem sido enriquecedora. “É uma oportunidade para colocar em prática o que é aprendido em sala”, salienta.