Faculdade de Educação do Campo promove lançamento de livro que marca a luta pela terra e Direitos Humanos
No dia 19 de julho, às 16h, ocorreu o lançamento do livro “Luta pela Terra na Amazônia: Mortos na Luta pela Terra! Vivos na luta pela terra!”. O lançamento é uma forma de marcar os 40 anos da morte do advogado e defensor dos Direitos Humanos, Gabriel Pimenta, assassinado em 18 de julho de 1982. A mesa de conversa foi preenchida por pessoas que representam a luta contra a violência nas lutas por terra no Pará.
O evento foi realizado no Auditório da Unidade III da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifespa). Estiveram presente Rogério Almeida, Prof. UFOPA, e o organizador do livro; Luzia Canuto, Profa. da rede pública, uma das autora do livro; Rosa Corrêa, advogada e defensora Direitos Humanos (SDDH/PA); Ailce Margarida, Profa da Faculdade de Educação do Campo (Fecampo) e Romário Rodrigues, estudante Fecampo e integrante do Movimento Sem Terra (MST/PA).
O livro conta um pouco sobre como foi a trajetória dos homens e mulheres que dedicaram a vida para ajudar a construir essa região marcada pela distribuição desigual da terra, como Gabriel e seus amigos e companheiros de luta. Região essa que é composta por assentamentos conquistados pela resistência de camponeses. O livro em geral traz uma certa coloração da perspectiva de que não se pode abandonar a luta por medo. Retrata, ainda, que a luta desses povos tem construído caminhos para um Brasil mais justo, e melhor para todos, inclusive daqueles que ficaram anos lutando para ter acesso à universidade, a Unifesspa, a Uepa já deram grandes contribuições para isso.
Luzia Canuto, filha João Canuto, escreveu um artigo para o livro em que fala sobre o pai. “Vi neste projeto do livro a oportunidade de dialogar com outras pessoas que tinham perdas de parentes e/ou amigos e sentimento semelhante: o que ocorreu com as vítimas foi uma grande injustiça pois se tratavam de homens e/ou mulheres que tinham sonhos que foram interrompidos pela violência praticada por latifundiários, pistoleiros de aluguel e, às vezes por policiais que, com raras exceções, não foram punidos pelos crimes", expressou.
Ainda segundo Luzia, "falar sobre a História de luta destes homens e mulheres, das injustiças sofridas, de como Estado atuou nos inquéritos e processos sendo complacente com os criminosos, se faz necessário para que a sociedade conheça a verdadeira história da luta pela terra, dos nossos mortos e dos vivos que lutam até hoje por justiça e paz no campo”.
Rogerio Almeida, o organizador do livro falou sobre a sua produção e dialogo com os envolvidos. "O dialogo durou 2 anos. Creio que é uma original pelo fato do dialogo travado entre a universidade e os movimentos, filhos e filhas das pessoas que foram assassinadas, educadores e pesquisadores. O que ratifica o compromisso da universidade pública", disse o professor da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa). Ainda ompletou. "Uma outra questão é o fato da iniciativa ser no sertão amazônico. Nascida, gestada e produzida aqui", finalizou.
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