Conferência recebe Zélia Amador de Deus para diálogos sobre inclusão, diversidade e ações afirmativas
Para fechar a programação do I Seminário “Educação e Diversidades Amazônicas”, a comunidade acadêmica da Unifesspa e público prestigiaram a conferência ministrada pela prof. Dra. Zélia de Deus, uma das principais referências da luta antirracista brasileira. Primeira reitora negra de uma universidade brasileira, a professora possui respeitada carreira construída na Universidade Federal do Pará (UFPA), tendo como um de suas principais bandeiras tornar a academia um espaço mais diverso e inclusivo.
Participando de forma remota devido a problemas de saúde, a pesquisadora trouxe diálogos sobre o tema “Educação na Diversidade: corporeidades e currículos”. Na oportunidade, ela destacou a diversidade como característica inerente à humanidade, que nasceu e permanece diversa, sendo este um elemento que nos fortalece. "Não podemos entender a diversidade apenas como aquelas pessoas que eu costumo chamar de deserdados da sorte, aqueles que fogem das normatividades estabelecidas pela sociedade", disse.
Além de mencionar aspectos relativos às riquezas naturais da região Amazônica, Zélia falou sobre o processo colonizador, as formas de racismo e a importância das políticas de ações afirmativas para efetivar a presença dos negros, indígenas e quilombolas nas universidades. "Esses grupos aumentam as possibilidades da universidade se renovar, abrindo novos caminhos epistemológicos. Para isso, a academia tem que abrir mão do saber/história única. O currículo de uma universidade na Amazônia tem que contemplar os saberes dos povos indígenas, quilombolas e população negra".
Muito aplaudida, a educadora finalizou sua partição defendendo que a inclusão, em seu sentido pleno, é permitir que as pessoas levem para dentro das universidades suas histórias, modos de ver mundo, cosmovisões e línguas. "Incluir não é apenas receber as pessoas, mas sim recebê-las com toda a bagagem que elas carregam", finalizou.
Mais cedo, a roda de conversa “Movimentos sociais e diversidade sexual e de gênero: estratégias e enfrentamentos” levantou reflexões acerca do reconhecimento identitário, seus estigmas e vulnerabilidades associados. Participaram deste momento de debate, os professores AC Condeixa de Araújo, da Faculdade de Comunicação (Facom) e César Augusto Paro, da Faculdade de Saúde Coletiva (Fasc).
“As discussões sobre o tema são de fundamental importância para elevar o nosso conhecimento, de nos posicionarmos diante de uma sociedade tão preconceituosa, além de nos colocarmos no lugar do outro”, destacou Valdirene de Almeida, uma das participantes do evento. Já a professora Ana Clédina acrescentou que o debate sobre gênero é uma pauta necessária e urgente como parte do processo formativo que afeta a todas, todos e todes! Parabéns pela mesa”, disse.
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