Oportunidade: empresa e ONG disponibilizam 55 bolsas visa apoiar estudantes indígenas
A empresa Vale e o Instituto Sociedade População e Natureza (ISPN) lançam, pelo segundo ano consecutivo, edital para o Programa Indígena de Permanência e Oportunidades na Universidade (Pipou). Com o intuito de apoiar e ampliar a permanência de estudantes indígenas em universidades, serão disponibilizadas mais 55 bolsas no valor de R$1 mil mensais. A seleção será realizada por um colegiado de especialistas indígenas e não indígenas e as inscrições vão até 4 de janeiro.
A seleção será composta por duas etapas: na primeira, o candidato deverá preencher um formulário e enviar uma redação sobre a sua trajetória de vida, incluindo o ingresso na universidade. Na segunda, os selecionados a partir da primeira fase, serão convocados para uma entrevista, em que será avaliado o compromisso com o curso de graduação e com seu povo e território. Os critérios para inscrição no processo seletivo estão listados no edital que poderá ser acessado no site do ISPN (https://ispn.org.br). Dentre eles, o estudante indígena deverá ter iniciado seus estudos nos anos de 2021 ou 2022 e estar matriculado em uma Instituição de Ensino Superior.
Além do auxílio financeiro, além da doação de um computador portátil para cada estudante. o programa oferece acompanhamento pedagógico e atividades extracurriculares, como a promoção de debates e reflexões que contribuam para o acesso a direitos. Outro objetivo do programa é fortalecer as iniciativas de ações afirmativas para indígenas nas Instituições de Ensino Superior do país.
O Pipou é uma iniciativa inédita no âmbito privado e a Vale acredita que este é um meio de fortalecer a autonomia dos povos indígenas. “Esse projeto está em linha com nossa busca pela mineração sustentável, que se baseia no relacionamento construtivo, de benefícios mútuos e no respeito aos direitos dessas populações, como a educação”, explica Camilla Lott, gerente executiva de Gestão Social da Vale.
A ideia é também ampliar o engajamento, buscando atuação conjunta pela causa. “Com esse novo edital, serão mais de 100 jovens no total recebendo o auxílio. A partir do ano que vem, pretendemos expandir, para que outras empresas que tenham a pauta indígena como uma de suas prioridades também possam participar. Queremos unir forças para contribuir cada vez mais com as comunidades indígenas, fomentando a educação e a cultura em primeiro lugar”, ressalta Camilla.
Sobre o colegiado
Cabe destacar que todo o programa é acompanhado por um colegiado permanente de especialistas indígenas e não indígenas que também prestam apoio na estruturação do programa. A instância é composta por dois representantes do movimento indígena brasileiro, dois professores de universidades públicas, dois representantes do movimento de estudantes indígenas no Brasil, dois representantes discentes do Pipou, dois representantes do ISPN e dois representantes da Vale.
“O Pipou vai muito além da questão financeira. Esse colegiado de peso, formado por grandes especialistas indígenas e não indígenas, permite contribuir para a formação de jovens mais conscientes, críticos e empoderados”, salienta Camilla.
Sobre o ISPN
O ISPN é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos, que há 32 anos atua pelo desenvolvimento aliado à equidade social e equilíbrio ambiental, por meio do fortalecimento dos meios de vida sustentáveis e estratégias de adaptação e mitigação às mudanças do clima. Tem como foco a valorização dos saberes, das práticas locais e das organizações comunitárias, além de apoiar a inclusão sócio produtiva como forma de proteger e garantir os direitos dos povos indígenas, comunidades tradicionais e agricultores e agricultoras familiares. Dentro da estrutura do Programa Pipou, o ISPN é responsável pela sua implementação técnica, articulando as instâncias internas para que seu funcionamento tenha êxito e participação igualitária de todas as partes envolvidas. Conforme Fábio Vaz, coordenador executivo do ISPN, a educação é fundamental na luta dos movimentos sociais na defesa dos seus direitos e na diminuição das desigualdades entre populações historicamente marginalizadas. “Dessa forma, o Pipou se configura numa uma força estratégica para que os estudantes indígenas realizem as suas graduações com sucesso e contribuam cada vez mais para melhoria da qualidade de vidas dos seus povos e territórios”, avalia o coordenador.
*Com informações da Assessoria de Comunicação da Vale
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