Feira da Troca de Sementes reforça laços entre agricultores familiares na Unifesspa
Durante o a feira foi destacada a importância da agricultura familiar da base agroecológica como modo de produção que preserva a vida e fortalece os povos e comunidades tradicionais
A IV edição da Feira de Troca de Sementes Tradicionais do Sul e Sudeste do Pará aconteceu nesta quarta-feira (09), na unidade 3 da Unifesspa, com a temática “Retomar a terra, reconquistar os territórios e preservar a vida!”. A ação foi promovida pela Pró-reitoria de Extensão e Assuntos Estudantis (PROEX) e Comissão Pastoral da Terra (CPT), em parceria com outras universidades e órgãos públicos, movimentos sociais e comunidades indígenas.
O evento permitiu a troca de sementes, conhecimento e fortalecimento de laços entre agricultores familiares da região sul e sudeste do Pará. A proposta da feira, além de viabilizar a troca de insumos para a propagação e manutenção da lavoura entre as famílias agricultoras, também foi um espaço de diálogo e apresentação de projetos no âmbito da temática.
Para a agricultora Iraci de Almeida, que já participa da feira pela terceira vez, a feira é de grande importância. “Existem sementes que eu não tenho e o outro têm e eu posso trocar com ele. Assim como eu já tenho algumas plantas na minha casa que foram da troca de semente (de edições anteriores da feira)”. Iraci explica que, o abacaxi que hoje ela vende veio de uma troca de semente, assim como a macaxeira e outros frutos. “É um evento muito produtivo para todos os que participam. Esse ano eu trouxe a semente do livro crioula, do feijão, três tipos de feijão, milho, abóbora. Trouxe bastante para também poder contribuir com os demais produtores assim como eles também contribuíram comigo.
De acordo com Geuza Morgado, membro da Comissão Pastoral da Terra (CPT), esse espaço é para todos. “É importante trocarmos nossos saberes, esse espaço aqui é para todos. Aprendemos uns com os outros e consequentemente fortalecemos a agricultura familiar”, destaca.
Já Valter Pinheiro, que é popularmente conhecido como Ceará, explica que os pequenos agricultores são guerreiros que guardam e preservam as sementes que vão se tornar alimentos orgânicos e nutritivos. O produtor reforça a necessidade de preservar as sementes orgânicas. “Não percam suas sementes por nada. A semente é para ser produzida, plantada. É sabedoria dos camponeses de armazenar com qualidade para não ficar refém das sementes transgênicas. Essa troca que fazemos hoje nos permite fazer durar o conhecimento e o alimento de verdade”, pontuou.
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