Fecampo apresenta demandas à Administração Superior visando melhorias para a Educação do Campo
Na tarde desta quarta-feira (8), a Faculdade de Educação do Campo (Fecampo) apresentou à reitoria da Unifesspa um conjunto de demandas que visam garantir o melhor funcionamento do curso. O diálogo ocorreu no Gabinete da Reitoria, em Marabá, e contou com a participação do reitor da Unifesspa, prof. Francisco Ribeiro, da vice-reitora, profa. Lucélia Cavalcante, da diretora da Fecampo, profa. Maura dos Anjos, e do vice-diretor, Bruno Malheiro.
Estruturado em quatro eixos, o documento foi pelos gestores da Fecampo, que detalharam ponto a ponto as dificuldades enfrentadas pelo curso que já existe há 14 anos na Instituição e que visa formar educadores comprometidos com o desenvolvimento educacional, cultural, social e econômico dos povos do campo, em suas mais diversas etnias.
O fortalecimento político das pautas da Educação do Campo na universidade é um desses eixos. A Fecampo acredita que o atual contexto de reconstrução das instituições que abrigaram o projeto desse curso no Brasil é oportuno. Nesse sentido, o encaminhamento foi de pautar a Educação no Campo nos debates dos reitores da Amazônia, assim como inseri-la nos processos de articulação junto aos parlamentares. Além disso, foi pedido uma maior aproximação da Administração Superior da Universidade nas articulações dos movimentos sociais do campo.
Quanto às demandas urgentes relacionadas à infraestrutura básica para o funcionamento do curso, a Fecampo sensibilizou sobre a necessidade de criar uma proposta de alojamento para os estudantes, tendo em vista a localização do campus e as condições do transporte público municipal. Adicionalmente, com caráter de justiça histórica, a Faculdade pede à reitoria a união de esforços para a construção ou cessão definitiva de um prédio, como pelo menos 14 salas de aula.
No terceiro ponto, a criação de um regimento específico que reconheça a alternância pedagógica como modalidade de ensino. Tal documento visa que as especificidades do curso sejam respeitadas dentro da Unifesspa, inclusive para fins burocráticos e de sistemas de informação. Atualmente, o curso possui egressos em mais de 200 comunidades rurais, localizadas na região e também em estados vizinhos. A alternância pedagógica amplia as relações de ensino, produzindo relações mais horizontais que envolvem a tríade ensino, pesquisa e extensão.
Por fim, considerando que não houve a oferta de turmas nos anos de 2020 e 2021, a Fecampo solicitou recursos para a realização de um processo seletivo especial para oferta de mais uma turma ainda em 2023. Ainda nesse ponto, foi destacado a impreterível necessidade de recompor o orçamento da faculdade de forma a viabilizar as viagens de campo, atividade essencial do curso e que teve drasticamente suas verbas reduzidas dado o contexto de cortes e bloqueios nas universidades de todo o país.
De posse dessas demandas, a Administração Superior mostrou-se solidária às reivindicações e disposta a somar esforços para sanar, dentro das atuais possibilidades, os pleitos levantados durante a reunião. Como encaminhamento, ficou acordado que a Fecampo irá formalizar o envio de documentos, projetos e orçamentos já realizados anteriormente. Além disso, a reitoria comprometeu-se a pautar temas sensíveis ao curso nos fóruns e colegiados dos quais participa e convidou a representação da Fecampo a colaborar nesse processo.
Quanto ao regimento próprio da Faculdade, o entendimento da reitoria foi de que é preciso analisar o melhor instrumento legal a ser adotado, com pertinente criação de grupos de trabalho, que envolvam diversas representações, para a construção desse documento. Por fim, a reitoria aceitou o convite para participar, em março, de evento promovido por movimentos sociais do campo, onde serão apresentadas pautas e reivindicações construídas coletivamente.
Para Maura dos Anjos, o balanço da reunião foi positivo. “Para nós é muito importante que a reitoria nos ajude a construir a institucionalização, de fato, da Educação do Campo aqui na Unifesspa. Até hoje, ainda estamos numa condição precária de acesso aos espaços físicos, como salas de aula. É preciso garantir a permanência dos estudantes no curso e também esse debate mais ampliado com os povos do campo. Por isso, esse diálogo nos ajuda nesse trabalho coletivo para o avanço da institucionalização dos direitos dos povos do campo à educação superior”, avalia.
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