No mês da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, projeto promove oficina de leitura de escritoras negras contemporâneas
No mês que se comemora o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, o projeto de extensão Vozes Dissidentes: práticas de leituras literárias de contos e crônicas de escritoras negras contemporâneas inaugura suas atividades de experiências de leituras literárias com educadoras do campo e estudantes da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) para a realização da 1ª oficina, incentivando e refletindo sobre as relações constituídas no país a partir da leitura de contos e crônicas de mulheres negras contemporâneas. As atividades de formação foram coordenadas pelas Professoras Edimara Santos da FAEL e Maria Neuza e Ailce Margarida da Fecampo, e pelas bolsistas Mikaelly de Souza e Amanda Cecília Nunes.
Na primeira oficina, foi estabelecida estratégia de acolhimento com a dinâmica Qual é o seu destaque de personalidade feminina negra?, em que o objetivo foi construir uma linha do tempo com nomes de mulheres que participaram de lutas nos campos político, filosófico, literário, acadêmico, entre outros. Além disso, se hoje há um destaque para personalidades negras femininas como Sueli Carneiro e D’jamila Ribeiro, por exemplo, foi porque no passado figuras como Maria Firmina dos Reis e Léila Gonzalez, para citar alguns nomes, lutaram para a construção de espaços/lugares de fala, de escuta e de escrita na sociedade brasileira.
Dando continuidade, foi organizado a dinâmica O tapete voador de afetos, cujo objetivo foi instigar os/as participantes a escreverem uma frase ou uma palavra que representasse os desejos/esperanças/afetos/sonhos de cada um e que seria levado consigo numa viagem em seu tapete voador. A leitura literária da primeira oficina se concentrou no conto O tapete voador, da escritora negra brasileira Cristiane Sobral. Autora preta que nasceu na zona oeste do Rio de Janeiro, em 1974, e hoje mora em Brasília. Iniciou as atividades artísticas em 1989, com o espetáculo “Cenas do cotidiano”. Na literatura escreveu vários gêneros literários, como, peças teatrais, contos, crônicas e poesias.
O objetivo central dos encontros é propiciar momentos de leituras interpretativas, criativas, imaginativas e/ou literárias ao longo das oficinas a partir de contos e crônicas de escritoras negras contemporâneas, pois as tessituras literárias das autoras negras rompem barreiras e impõem resistências contra os preconceitos. São “vozes-mulheres negras” que compõem a roda na construção de um novo sistema literário brasileiro.
O encontro foi repleto de leituras emocionantes, depoimentos e reflexões dos/das participantes, pois a literatura é “a metáfora da vida que continua reunindo quem fala e quem escuta num espaço comum" e, sobretudo, a literatura é um campo estratégico na luta contra as opressões que vivemos, seja elas de raça, classe, gênero ou sexualidade.
*Com informações da Fael e Fecampo
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