Trajetórias de vida e a luta de mulheres é tema de dissertação premiada

A dissertação “Trajetórias de Vida e Política das Lutas de Mulheres do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Rondon do Pará”, de autoria de Thais Alves Rabelo Valente, sob a orientação da Prof.ª Dra. Idelma Santiago da Silva,  do Programa de Pós-graduação em Dinâmicas Territoriais e Sociedade na Amazônia (PDTSA) da Unifesspa, foi selecionada pela banca examinadora da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural(SOBER) como a Melhor Dissertação de Mestrado em Sociologia Rural, para recebimento do Prêmio SOBER 2024.

De acordo com a Coordenadora do PDTSA, professora Andrea Hentz, o objetivo geral da dissertação foi abordar as trajetórias de vida, visando a compreensão da política das lutas das mulheres do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) de Rondon do Pará, nos últimos 20 anos. Ainda segundo ela, para a elaboração do trabalho foi desenvolvida uma metodologia de natureza qualitativa, que possibilitou diálogos e conversas orais contínuas e organicamente construídas, como uma das fontes principais de produção de informação na pesquisa, além da leitura de documentos institucionais do sindicato, como atas e relatórios de trabalho.

Segundo a orientadora, professora Idelma, um dos objetivos de todo trabalho acadêmico-científico é que ele seja lido, que ele cumpra sua função social, incluindo a ampliação do diálogo entre os pares acadêmicos sobre as problemáticas e as realidades em questão. O prêmio é um grande incentivo para a formação de pesquisadoras e pesquisadores na região, especialmente no âmbito de um programa interdisciplinar, cujas investigações tocam questões relevantes e emergentes em termos políticos e ecológicos contemporaneamente.

 “Estamos muito honradas e felizes com o resultado da seleção da SOBER que premiará a dissertação da Thaís. Um dos motivos é o reconhecimento do mérito de um trabalho de pesquisa produzido por uma mulher e com/sobre mulheres do campo e suas combativas lutas na Amazônia brasileira. Outro motivo é pela divulgação do trabalho e do programa em nível nacional. Assim, o recebimento do prêmio se estende como reconhecimento às mulheres do movimento sindical de trabalhadores e trabalhadoras rurais de Rondon do Pará, que participaram, com suas histórias e seus conhecimentos, para a potência dessa dissertação, agora premiada pela SOBER”, comemora.

Para Thais, a pesquisa aponta para uma reflexão essencial sobre o papel da mulher na luta camponesa, evidenciando a construção histórica de um sindicato que há mais de 20 anos é dirigido por mulheres. “A metodologia, com técnicas da história oral, possibilitou uma leitura reflexiva sobre as trajetórias de vidas das militantes, na maioria das vezes invisibilizadas, na memória da luta pela terra e a na construção da reforma agrária no Sudeste do Pará, Amazônia.”, explica.

Orientanda e Orientadora, participarão da cerimônia de entrega do prêmio a ser realizada de forma presencial no dia 29 de julho às 18h30min, na Assembleia Geral Ordinária da SOBER, durante o 62º Congresso da SOBER, na Universidade Federal do Tocantins-UFT, em Palmas, no Tocantins.