Julho das Pretas põe Mulheres Negras e Indígenas em Movimento
No dia 25 de julho, celebra-se o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Nesta data, a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) promoveu o III julho das Pretas e Diálogos Afro-Brasileiros e Indígenas na instituição. O evento foi promovido pelo coletivo de pessoas negras, indígenas e quilombolas e também por movimentos sociais externos a universidade.
Nesta edição, a programação foi dividida em três momentos: a elaboração do Plano de Trabalho sobre questões afro-brasileiras e indígenas na Unifesspa, que aconteceu no auditório central da Unidade III e via Google Meet, das 8h30 às 12h. No segundo momento, foi promovida a roda de conversa “Mulheres negras e indígenas em movimentos”, no hall do prédio central da Unidade III. Paralelamente e de forma mais extensa, entre as 15h e 22h, a Feira Preta e a Programação Multilinguagem, com exposição de artes visuais, música, dança, performance e outras intervenções artísticas, vendas de arte e artesanato.
Os diálogos dessa manhã encaminharam para a importância do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabis) na Unifesspa, deliberando por uma reunião no dia 21 de agosto, às 15h, onde todas as pessoas interessadas na proposta possam fazer um debate específico sobre a ação.
Para a professora Flávia Marinho Lisboa, da Faculdade de Educação do Campo da Unifesspa, o evento deve ser visto como uma oportunidade coletiva para refletir sobre os desafios étnico raciais enfrentados dentro da Universidade que, em especial, está geograficamente na Amazônia. “É extremamente importante que a universidade tenha esses espaços, de forma a visibilizar essa agenda tão importante para o seu avanço e que precisa ser feito na relação com os movimentos sociais”, complementou.
Maria Clara Rocha, estudante de Artes Visuais, conta que foi a partir da primeira edição Julho das Pretas, que entendeu o dia 25 de julho como uma data tão significativa para a mulher negra e hoje reconhece a importância de eventos como esse na instituição. “O momento mais simbólico para mim foi ouvir, durante a roda de conversa, uma professora contar como fazia para inserir a educação anti racista na sala de aula. Quero tomar como exemplo”
Entre as exibições de arte, Mariana Ferreira, estudante do curso de História da Unifesspa, se destacou com seus quadros que seguem a temática do evento. A discente conta que participa como ouvinte desde a primeira edição, mas é a primeira vez que expõe suas obras. "Muitas das minhas pinturas são reflexos dos meus sentimentos. Sentia a ausência de representações de mulheres negras na arte, então pinto quadros que destacam a beleza dessas mulheres." comenta.
O III Julho das Pretas foi organizado coletivamente, Sergiane Tavares, mestranda do Programa de Pós-Graduação em História da Unifesspa (PPGHIST), foi uma das organizadoras e acha importante a participação de pessoas negras, indígenas e de movimentos sociais para que tenha representatividade. "Trata-se de um tema de grande importância e relevância sobre as funções adversas raciais. Os debates com os participantes foram extremamente proveitosos, pois eles compartilharam suas vivências, enriquecendo ainda mais as discussões", acrescenta.
Ao final, os participantes puderam aproveitar um momento de descontração ao som de voz e violão dos artistas locais Jorginho Ropha, Lariza, grupo Baobá e Madu.
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