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Pesquisas apontam como a pandemia afetou as Feiras Livres na Amazônia

  • Publicado: Sexta, 27 de Setembro de 2024, 11h52
  • Última atualização em Sexta, 27 de Setembro de 2024, 15h39
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Feira Livre

É inegável os impactos da pandemia da Covid-19 em muitos e diferentes aspectos, a alimentação é uma delas. Estudos apontam que a Covid teve impacto negativo na alimentação da população brasileira, com aumento no consumo de alimentos ultraprocessados.  Esta informação corrobora com o que diz a pesquisa que o professor Lívio Claudino, do curso de Ciências Agrárias da Unifesspa, apresentou recentemente no 6º Encontro Nacional de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar Nutricional (ENPSSAN), onde recebeu menção honrosa. O evento, realizado no Rio de Janeiro, entre 10 e 13 de setembro, reuniu cerca de 600 especialistas de âmbito nacional e internacional, para discutir a Soberania e Segurança Alimentar.

A pesquisa “Como a Pandemia de covid-19 afetou as feiras livres e potencializou os supermercados em cidades médias na Amazônia”, fala sobre os mercados de alimentos em Marabá durante e depois da pandemia. Segundo o Diretor do Instituto de Estudos em Desenvolvimento Agrário e Regional-IEDAR, Daniel Silva, a pesquisa traz informações muito relevantes sobre os mecanismos que fizeram com que os mercados locais passassem por mudanças recentes, também impulsionadas pela pandemia, fazendo com que as feiras tivessem perdido parte de sua força, enquanto os supermercados expandiram, aproveitando o momento de restrição da circulação das pessoas.

IMG 9962Para o pesquisador, o fenômeno de enfraquecimento das feiras que aconteceu durante a pandemia não cessou. Vale destacar que o processo de fortalecimento dos mercados inseridos nos contextos nacionais e internacionais já vinha acontecendo bem antes da pandemia, mas foi potencializado. “As feiras não recuperaram totalmente o movimento, inclusive a feira da Folha 11 conta com menos de um quarto das bancas que tinha até 2019”, destacou.

O professor Lívio aponta que o outro problema que se agravou foi o abastecimento para os pequenos comerciantes, como os feirantes e ambulantes que comercializam verduras, hortaliças e similares. “De uns anos para cá, apesar da existência de muitas hortas no município e proximidades, esses comerciantes não estão conseguindo acessar, já que os horticultores estão vendendo para os supermercados de modo direto ou por meio de intermediários”, explica. Com a falta de incentivos à produção local e estruturação das vias de comercialização mais direta (os circuitos curtos), esses problemas tendem a se agravar. Ele ainda ressalta a relevância da produção e comercialização local e regional para a segurança e soberania alimentar e nutricional e também para a redução dos efeitos deletérios das mudanças e urgências climáticas.

Vale destacar que o professor faz parte de diversos coletivos bastante significativos para o avanço da ciência no país, inclusive sendo ele parte da Diretoria Nacional da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), como secretário nacional. Integra também o Conselho Consultivo da Rede de Estudos Rurais, além de ser delegado da regional Norte do Fórum Nacional de Professores e Professoras de Extensão Rural. 

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