Feiras de Troca de Sementes e de produtos do campo valorizam a agricultura familiar e culturas tradicionais em Marabá
Nesta quarta-feira (11), a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) sediou dois importantes eventos dedicados à valorização da agricultura familiar e das culturas tradicionais. A IV Feira de Troca de Sementes Tradicionais e a Feira dos Povos do Campo reuniram agricultores familiares, estudantes, professores e representantes de diversas entidades civis no Hall da Unidade III, em Marabá.
Organizados pela Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Estudantis (Proex) em parceria com a Faculdade de Educação do Campo (Fecampo), os eventos reforçaram a Unifesspa como um espaço de diálogo e valorização das culturas tradicionais, evidenciando o papel central da agricultura familiar para o desenvolvimento sustentável da região.
São parceiros dessas iniciativas, universidades, órgãos públicos, movimentos sociais e comunidades locais. A cerimônia de abertura teve a presença de representantes da Comissão Pastoral da Terra (CPT), do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (IDEFLOR-bio), da Unifesspa, da Secretaria Municipal de Agricultura de Marabá (SEAGRI) e de agricultores da região.
Troca de sementes fortalece laços e promove sustentabilidade
A IV Feira de Troca de Sementes Tradicionais destacou-se como um espaço de intercâmbio de insumos agrícolas, conhecimentos e experiências entre agricultores familiares das regiões sul e sudeste do Pará. Sementes de espécies florestais como morototo, tento Carolina, jutaí café, pau preto, teca e paricá, além de sementes frutíferas como açaí e jatobá, foram trocadas durante o evento.
Segundo Iraci de Almeida, agricultora do Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Porto Seguro, o apoio logístico oferecido pelas instituições parceiras foi fundamental. “Essas iniciativas são indispensáveis para que nós, pequenos agricultores, possamos comercializar nossos produtos nas feiras da cidade”, afirmou. Já o professor Hiron Farias, anunciado como futuro secretário da SEAGRI, ressaltou a importância de ampliar o suporte aos agricultores familiares, responsáveis por boa parte da produção alimentar da cidade.
A programação incluiu momentos de reflexão e expressão cultural. A professora Ailce Margarida Negreiros declamou o poema “Quereres”, escrito por um camponês assentado da reforma agrária, enfatizando a luta por terra, oportunidades e o protagonismo feminino no campo. Em seguida, o microfone foi aberto para que os agricultores compartilhassem suas histórias e a origem das sementes trocadas.
Feira dos Povos do Campo: produtos fresquinhos e integração com a sociedade
Paralelamente, a Feira dos Povos do Campo trouxe a diversidade cultural e produtiva das comunidades rurais e tradicionais da região. Artesanatos, alimentos orgânicos e produtos típicos foram expostos e comercializados, enquanto os participantes discutiam sustentabilidade e políticas públicas voltadas ao campo. Com isso, a feira encerra suas atividades do ano e retorna em fevereiro de 2025.
Claudiana Guido, uma das organizadoras do evento, destacou a relevância da feira para a interação entre a universidade e a sociedade. “Mais de três mil pessoas circularam ao longo do ano, conhecendo e adquirindo os produtos. Essa é uma das ações mais concretas de inserção da sociedade no espaço público e democrático da universidade”, afirmou.
Redes Sociais