Estudo realizado pela Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), por meio do Laboratório de Contas Regionais da Amazônia (Lacam), em parceria com a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisa (Fapespa), analisará estrutura econômica do Sudeste Paraense. O projeto revelará a gestores públicos e privados, empresários, trabalhadores e a sociedade civil de modo geral, qual é a estrutura econômica do interior do estado. O produto desta pesquisa dará plenas condições de facilitar o planejamento público e privado e de melhorar a intervenção da sociedade civil.
Dada a dinâmica econômica da região, o estudo conseguirá relevar quais produtos são de fato produzidos na região, quais produtos vêm de fora, quais tipos de insumos a região consegue produzir e quais tipos a região tem que importar. “A proposta é mostrar como uma atividade impacta nas outras atividades; como a demanda de uma atividade impacta na demanda de outras atividades; como a variação de emprego em uma atividade impacta na variação de emprego das outras atividades; como a alteração de salário e de lucros impactam na economia como um todo”, explica o economista e coordenador do projeto, Giliad de Souza Silva.
Todo o trabalho, que revelará a estrutura econômica do sudeste paraense, é feito por meio de uma Matriz de Insumos e Produtos, que é um conjunto de equações matemáticas que permite fazer interpretações sobre a realidade. Para montar essas equações é necessário ter uma base de dados que é fornecida pela Tabela de Recursos e Usos, se trata de um instrumento de contabilidade pública, que contém informações, dados fornecidos pelos agentes privados ao poder público.
A tabela de usos e recursos agrupa as informações sobre as atividades econômicas daquela região, os produtos que aquelas atividades econômicas produzem. As informações são organizadas de forma coesa para então coletar as informações econômicas, como, por exemplo, o volume total para a produção agropecuária; a quantidade de produtos que elas produzem; quais os valores totais produzidos pela pecuária, indústria, comércio e serviço. “Ao fim disto temos o valor adicionado que é a diferença entre o que é consumido para produzir os produtos. E é exatamente esta agregação do valor adicionado que convenciona chamar de Produto Interno Bruto (PIB). Então por meio da tabela de recursos e usos é que temos o nosso PIB, quer seja o PIB do estado ou o Nacional”, explica o coordenador do projeto.
É possível identificar quais são os efeitos de um setor para toda economia. Isso tem um enorme potencial para visualizar quais setores podem ou não ser estimulados. Já que têm setores com maior capacidade de produzir, de aumentar a produção e de impactar positivamente outros setores. “Todos esses dados poderão ser mapeados pelo instrumental chamado de insumo de matriz e produtos. E é isso que faremos para o sudeste paraense”, finaliza o economista.
Pioneirismo da Unifesspa
De acordo com Giliad Silva, essa tabela de recursos e usos normalmente é montada, no caso do estado brasileiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “No caso dos estados, normalmente quem monta são as sucursais do IBGE nos estados. Temos dois casos no Brasil que quem montou foram Universidades. No caso do Amazonas quem montou foi a Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e, no caso do Mato Grosso, foi montada pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). Só que ambas estão montadas em capitais. Essa é a primeira vez na história do Brasil que uma tabela dessas vai ser montada por uma universidade do interior (Unifesspa)”, destacou.
Assinatura do protocolo de intenções
Nesta terça-feira (30), às 9h, haverá o lançamento público dessa pesquisa, no auditório da Unidade III da Unifesspa, onde estará presente diversas autoridades do Estado, como o presidente da Fapespa, Marcel Botelho; diretores e servidores da Fapespa; representante da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica (Sectet); representantes da Secretaria da Fazenda; representantes de prefeituras; vice-prefeito de Belém, Edilson Moura; vereadores e representantes da sociedade civil.
No evento haverá a assinatura de protocolo de intenções para firmar novos convênios para 2022, entre a Unifesspa e Fapespa, capitaneado pelo Lacam e também será apresentado os instrumentos dessa pesquisa bem como sua relevância, seu impacto para compreender melhor a execução e a formação de políticas públicas para a região.
Laboratório de Contas Regionais
O laboratório de economia foi criado em 2019 por meio de um convênio entre a Unifesspa e a Fapespa, cujo objetivo é a elaboração de uma matriz para o estudante paraense. Tal convênio estimulou a criar um espaço denominado de Laboratório de Contas Regionais da Amazônia – Lacam. A ideia desse laboratório é priorizar a execução de ações acadêmicas – de pesquisa, extensão e ensino – que de algum modo lide com a temática que envolve a contabilidade pública para um recorte regional, visando o aprimoramento de execução de políticas públicas, o aprimoramento planejamento, a partir dos aparatos do Estado.
O Lacam é composto por professores do colegiado de economia: Giliad de Souza Silva, Lucas Rodrigues, Daniel Nogueira Silva, Maurílio de Abreu Monteiro, Jarbas Carneiro dos Santos e por José Stênio Gonzaga de Souza. Assim como Diego de Azevedo Gomes, professor de engenharia da computação.
Além disso, também compõem o Lacam os discentes do curso de economia: Ana Maria Lopes Tigre, Barbara Correa Larrat Dias, Daniel dos Santos Costa, Elly Murielly Gomes Ribeiro, Ezequias Silva da Costa, Tamires da Conceição dos Santos, Vinicius Martins da Silva, Vitor da Silva Marinho e Vivian Borges da Silva. Bem como os estudantes da área de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC): Joathan de Sousa Lopes, Evaldo Corrêa de Sousa Filho, Jhon Randler dos Santos Belarmino; assim como os acadêmicos do mestrado: Vanda Coelho Rego; Rafaeli Lobo Gomes e Emilio Campos Mendes.
Atualmente, o Lacam está executando dois projetos: “O primeiro foi que lhe deu inspiração para existir. Trabalha com matérias de insumos, produto para o Estado (sudeste paraense). O Segundo projeto faz algo similar, só que para o município de Canaã dos Carajás, foi firmado a partir do convênio de políticas públicas, entre a Unifesspa e o município Canaã dos Carajás, por meio do polo de ensino, pesquisa, extensão, tecnologia e inovação (Pepeti). Temos a expectativa é que para o ano que vem se firmem mais dois convênios com a Fapespa para ser iniciados dois projetos novos”, explica Giliard.
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